A Groenlândia tem cerca de 57 mil habitantes, dos quais 40,5 mil estão aptos a votar. O Parlamento local, conhecido como Inatsisartut, possui 31 cadeiras.
Desde 2009, a Dinamarca permite que a Groenlândia se prepare para conquistar sua independência total. Para isso, a ilha precisa realizar um referendo.
A maior parte dos partidos políticos groenlandeses apoia a separação, mas há divergências sobre como fazer esse movimento. O principal obstáculo é o auxílio financeiro dinamarquês à ilha, que representa quase US$ 1 bilhão por ano para a economia local.
Atualmente, a Groenlândia é governada pelo partido de centro-esquerda Inuit Ataqatigiit, do primeiro-ministro Múte Egede. A legenda defende a independência, mas ainda não apresentou um plano concreto para que isso aconteça.
O atual governo também apoia medidas mais rigorosas e, até mesmo, a proibição de extração de minerais para evitar riscos ambientais.
Já a principal força de oposição é o partido de esquerda Naleraq, que defende uma transição mais rápida para a independência e o fortalecimento da indústria pesqueira. Algumas lideranças da legenda já manifestaram apoio a um acordo de defesa com os Estados Unidos, no qual a Groenlândia receberia proteção militar em troca de concessões estratégicas.
Segundo a agência Reuters, pesquisas eleitorais mostram um cenário de indefinição sobre qual será o partido mais votado nas eleições. Um levantamento divulgado pela mídia estatal no início do mês mostra vantagem para o atual governo.
Montanhas que rodeiam o porto de Tasiilaq, na Groenlândia — Foto: Lucas Jackson/Reuters
Durante seu primeiro mandato como presidente, Trump afirmou que faria uma oferta para comprar a Groenlândia. À época, as autoridades da ilha responderam que o território não estava à venda.
Há décadas, os Estados Unidos consideram a Groenlândia um território estratégico para a segurança nacional. A ilha poderia abrigar sistemas de defesa capazes de interceptar mísseis vindos da Europa ou do Ártico.
Além disso, radares instalados na região ajudariam a identificar navios e submarinos, principalmente russos, monitorando as águas entre a Islândia, a Grã-Bretanha e a própria Groenlândia.
Trump não foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a tentar comprar a ilha. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Harry Truman tentou adquirir a Groenlândia, oferecendo US$ 100 milhões em ouro. O objetivo era garantir um território estratégico para enfrentar as ameaças da Guerra Fria.
A proposta de Truman foi rejeitada, mas os Estados Unidos conseguiram instalar uma base militar na ilha com a autorização da Dinamarca.
Além disso, a Groenlândia é rica em minerais, petróleo e gás natural. Trump já demonstrou ter interesses na extração desses recursos e tem revertido regras ambientais para a estimular a produção nos Estados Unidos.
Groenlândia iria para os EUA?
Avião de Trump em Nuuk, na Groenlândia, em 2025 — Foto: Emil Stach/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Ainda em janeiro, Trump disse estar "determinado em tomar a Groenlândia" durante uma ligação telefônica para a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. As informações foram reveladas pelo jornal Financial Times.
Frederiksen seguiu o que autoridades da própria Groenlândia vinham afirmando e respondeu a Trump que a ilha não estava à venda.
Após a ofensiva de Trump, o primeiro-ministro Mute Egede intensificou a campanha pela independência e afirmou várias vezes que cabe ao povo decidir o futuro da ilha.
A população da Groenlândia poderia votar pela independência e hipoteticamente aprovar, em referendo, uma associação aos Estados Unidos. No entanto, analistas dizem que esse cenário é muito improvável, já que os groenlandeses estão buscando mais autonomia, e não um novo "dono".
Uma pesquisa feita na Groenlândia no fim de janeiro aponta que apenas 6% dos entrevistados querem que a ilha se torne parte dos Estados Unidos. Outros 85% rejeitam a ideia. Os demais entrevistados não souberam ou não responderam.

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7 meses atrás
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