O acordo de trégua na guerra entre Israel e Hamas no território palestino, anunciado no dia 15 de janeiro pelo Catar —líder das mediações junto com EUA e Egito— previa um acordo de três fases, sendo as duas últimas com termos a serem negociados durante a implementação da primeira fase. Leia mais sobre o acordo abaixo.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça que enviará "no final da semana" uma delegação ao Catar na retomada das negociações do cessar-fogo.
Netanyahu chega ao encontro com Trump enfrentando pressões opostas: dos membros da extrema direita que compõem sua coalizão de governo, que querem o fim da trégua temporária na guerra, e de israelenses cansados da guerra, que desejam o retorno de todos os reféns e o fim do conflito, que já dura 15 meses.
Trump se mostra cauteloso sobre a viabilidade da trégua a longo prazo, mesmo assumindo o crédito por pressionar Hamas e Israel a chegarem a um acordo de cessar-fogo e troca de reféns.
Antes de viajar para o encontro, Netanyahu falou sobre planos para "redesenhar o Oriente Médio" com a ajuda de Trump. Leia mais sobre isso abaixo.
Israel x Hamas: foto mostra edifícios em ruínas no norte de Gaza, em 13 de janeiro de 2025. — Foto: Reuters/Amir Cohen
Confira, em detalhes, como será o acordo de cessar-fogo em Gaza.
🔵 1º etapa, que durará seis semanas: o cessar-fogo prevê que 33 reféns sob o poder do Hamas sejam libertados. Entre eles estão mulheres, crianças e homens acima dos 50 anos. Além disso:
- Israel vai retirar aos poucos as tropas da Faixa de Gaza.
- 600 caminhões com ajuda humanitária vão entrar todos os dias no território palestino.
- Israel vai soltar 30 prisioneiros palestinos para cada refém civil libertado, além de 50 prisioneiros palestinos para cada militar israelense libertado.
- A expectativa é que Israel solte cerca de mil prisioneiros nesta primeira etapa. As prioridades são mulheres e crianças.
- Israel diminuirá sua presença no corredor da Filadélfia – uma faixa de território ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
- A implementação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.
🔵 2º etapa, que ainda está sendo negociada: conclusão da libertação dos reféns sob o poder do Hamas, incluindo a devolução dos corpos daqueles que morreram. Além disso:
- Em troca, Israel libertará mais prisioneiros e detidos palestinos, incluindo 30 que cumprem sentenças de prisão perpétua.
- Integrantes do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel não serão libertados.
- Forças de Israel serão totalmente retiradas da Faixa de Gaza.
- Cessar-fogo passa a ser permanente.
🔵 3º etapa, que ainda será negociada: consiste nas negociações sobre a reconstrução de Gaza, que levaria ao fim da guerra. Porém, ainda existe um debate sobre quem comandará a região. Não há garantias de que o encerramento do conflito aconteça de fato.
Encontro Netanyahu e Trump
Benjamin Netanyahu e Donald Trump se encontram antes de assinar os Acordos de Abraão, em Washington, em foto tirada em 15 de setembro de 2020 — Foto: Tom Brenner/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta terça-feira (4) na Casa Branca o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enviará nesta semana uma delegação ao Catar para a retomada das negociações sobre o cessar-fogo em Gaza.
Netanyahu é o primeiro governante estrangeiro convidado à Casa Branca desde o retorno de Trump ao poder, em 20 de janeiro, um símbolo da relação estreita entre o líder israelense e o magnata republicano.
Na segunda-feira, duas fontes do Hamas afirmaram à agência de notícias France Presse (AFP) que o movimento está "pronto" para reiniciar as conversações e aguarda a convocação dos mediadores (Catar, Egito e Estados Unidos).
Trump também deve abordar com Netanyahu o tema da normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita, potência regional no Oriente Médio, pelo qual já trabalhou durante seu primeiro mandato.
O acordo de trégua permitiu a interrupção de mais de 15 meses de uma guerra devastadora entre Israel e o movimento islamista Hamas e a libertação de vários reféns israelenses em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos.
O pacto contempla três fases. A primeira, de seis semanas, também deve servir para negociar os detalhes da segunda, que deve incluir a libertação dos demais reféns ainda vivos e o fim definitivo da guerra.
O conflito começou em 7 de outubro de 2023 com o ataque surpresa do Hamas contra o sul de Israel, que provocou as mortes de 1.210 pessoas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Israel respondeu com uma campanha aérea e terrestre contra Gaza que devastou o território e deixou pelo menos 47.487 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera confiáveis.
Em seu ataque, os milicianos islamistas também sequestraram 251 pessoas. Destas, 76 permanecem retidas em Gaza, mas o Exército israelense considera que 34 morreram em cativeiro.
Quando a primeira fase da trégua acabar, o Hamas ainda terá quase 50 reféns, entre vivos e mortos.
'Redesenhar' o mapa do Oriente Médio
Antes de viajar, Netanyahu afirmou que "trabalhando de maneira estreita" com Trump seria possível "redesenhar ainda mais" o mapa do Oriente Médio.
O presidente dos EUA gerou polêmica internacional recentemente ao propor "limpar" Gaza e transferir seus habitantes para locais "mais seguros", como Egito e Jordânia, que afirmaram que são contrárias à ideia.
Também questionou a continuidade do acordo de trégua em Gaza, apesar de, no momento do anúncio, poucos dias antes de sua posse, ter reivindicado um papel fundamental na concretização do cessar-fogo.
Seu emissário especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, expressou um leve otimismo e disse que acredita em "libertar os reféns, salvar vidas e chegar a uma resolução pacífica de tudo".
A recusa de Jordânia e Egito a receber os 2,4 milhões de habitantes de Gaza não parece desanimar Trump, que aborda cada desafio diplomático como a negociação de um contrato de negócios.
"Fazemos muito por eles e eles vão fazer", insistiu na quinta-feira da semana passada.
O presidente republicano receberá em 11 de fevereiro o rei Abdullah II da Jordânia e conversou no sábado (1) com seu homólogo egípcio, Abdel Fatah al Sisi.
A Jordânia já abriga quase 2,3 milhões de refugiados palestinos e o Egito tem uma fronteira com a Faixa de Gaza crucial para a entrada da ajuda humanitária que o território tanto precisa.
Em uma mudança expressiva em relação ao seu antecessor, Joe Biden, Trump desbloqueou a entrega a Israel de bombas de 900 quilos que havia sido suspensa pelo democrata. Também anulou as sanções financeiras que o ex-presidente havia determinado contra colonos israelenses acusados de violência contra palestinos na Cisjordânia.

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