Netanyahu retorna ao tribunal em Israel após Trump pedir anulação de julgamento por corrupção

Netanyahu chegou ao tribunal em Tel Aviv sorrindo, vestindo terno preto e gravata vermelha, cercado por vários ministros. Ao chegar ao tribunal, a comitiva do premiê foi vaiada por um grupo de manifestantes que estava no local.

No início desta semana, Trump pediu durante fala no Parlamento israelense que o presidente Isaac Herzog perdoe Netanyahu nos três processos que correm contra ele na Justiça. Herzog não se pronunciou sobre o assunto até a última atualização desta reportagem. (Veja no vídeo abaixo)

Benjamin e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de aceitar bens de luxo no valor de mais de US$ 260 mil (R$ 1,4 milhão) de bilionários em troca de favores políticos. O processo contra o premiê e sua esposa foi aberto em maio de 2020.

Em outros dois casos, Netanyahu é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável de dois veículos de comunicação israelenses.

Netanyahu sempre negou qualquer irregularidade e afirmou repetidamente ser vítima de uma conspiração política para afastá-lo do poder.

Um parlamentar israelense que estava em frente ao tribunal defendeu Netanyahu ao dizer que a fala de Trump ocorreu porque o presidente americano conhece a índole do premiê. Já uma manifestante que estava no local disse que "Israel ainda é um país democrático e ainda há sistema judicial", e por isso Netanyahu "precisa ser julgado pelos crimes que cometeu" independentemente do pedido feito por Trump.

Durante seu mandato atual, que começou no final de 2022, Netanyahu propôs amplas reformas judiciais que, segundo seus rivais, buscavam enfraquecer o poder dos tribunais. Essa investida gerou grandes protestos, mas que se dissiparam com o início da guerra em Gaza.