Com o objetivo de recolocar Porto Alegre como protagonista no mercado do entretenimento nacional após uma perda recente de relevância no recebimento de grandes eventos, foi anunciado o empreendimento Fly 51. Trata-se de uma nova arena destinada a celebrações como shows internacionais, congressos, eventos corporativos e feiras. Ela ficará na rua Augusto Severo, nº 797.
O negócio será situado em uma área de 27 mil metros quadrados do sítio aeroportuário, cedida pela Fraport Brasil, concessionária e administradora do Aeroporto Salgado Filho, ativo federal concedido pela União. A Fly 51 é, como explica a Fraport, uma cessionária da empresa. A construção, no entanto, não abrangerá toda a área cedida. A parte coberta varia de 6 mil metros quadrados a 10 mil metros quadrados e o palco será “retrátil e modular, permitindo diferentes configurações de eventos”, frisa a organização do empreendimento.
O projeto foi licenciado pela prefeitura e é de autoria do grupo TE2 Hospitality, em sociedade com as empresas Greenvalley, GDO Produções e Grupo Prime. O investimento total está estimado em R$ 35 milhões e a previsão para entrega da obra é para março de 2026. O CEO e fundador do TE2 Hospitality, Tiago Escher, explica que a verba é 100% oriunda da iniciativa privada e que não há participação dos cofres públicos na empreitada.
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Ele conta que houve o suporte para tirar o empreendimento do papel, mas lamenta a falta de incentivo para conseguir financiamentos em meio às taxas de juros elevadas que atingem a economia nacional. “A prefeitura não criou problema, inclusive incentivou a fazer, porque é uma área alagada. Mas em via de regra estamos abraçando o risco de fazer essa quase loucura. Estamos acreditando porque conhecemos bem o mercado. Não temos nem um juro mais barato do banco público", frisa o empreendedor. “Dinheiro para as grandes empresas têm. Chega lá, pega um juro melhor, um pouco subsidiado. Mas para nós não tem. Esse é um ponto em que o pequeno e médio empresário sofre hoje”, completa.
Os empreendedores também precisaram recalcular a rota após as enchentes do ano passado. Antes previsto para ser uma churrascaria com um grande parque infantil, o projeto mudou seu rumo por advento das cheias, e se tornou um centro de eventos por conta de uma análise de mercado que abrange patrocínios e retornos mais quantitativos a curto prazo.
Com o intuito de receber todos os tipos de celebração, o espaço mira as principais atrações nacionais da música, do pagode ao sertanejo, e os “big names” internacionais, como frisa a administração. Com a expectativa de geração de empregos e fluxo de caixa, a previsão é de que sejam movimentados cerca de R$ 250 milhões por ano.
A capacidade da casa será de mais de 15 mil pessoas em ocasiões especiais. No entanto, a grande maioria dos eventos será de 8 mil pessoas para baixo, projeta Escher. Ele também define que, depois das enchentes, “ficamos fora do radar”, e o complexo chega para mostrar que o Rio Grande do Sul está se recolocando no mercado. “Se fosse em São Paulo era só saber se ia ser bom, muito bom ou excelente. Agora estamos no Rio Grande do Sul, é um grande desafio”, admite.
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Ele ainda bate na tecla do que é considerado o diferencial da Fly 51: “O cliente precisa conhecer a jornada”. E questiona que “quando você vai em um evento em estádio, sabe onde vai estacionar o carro? Onde fica o banheiro? Onde vai ser o bar? Onde vai ser o palco? Como vai estar o trânsito? Não sabe". O plano é ter tudo isso bem definido e, por consequência, fazer com que as pessoas virem clientes do espaço.
A aposta está justamente na casa ser focada em eventos e não possuir um custo logístico tão elevado. Na Capital, o Beira-Rio e a Arena costumam receber as maiores atrações, principalmente do meio musical. “É uma fortuna fazer no estádio. Não é o aluguel que é caro, é o custo para produzir”, explica Escher.
Ademais, a localização é vista como um trunfo pelo empreendedor, já que se aproxima da Região Metropolitana, próximo à maior densidade populacional de Porto Alegre, a Zona Norte. “Isso vale para feiras e eventos culturais, inclusive internacionais. É perto do aeroporto também. Para os shows, o artista vem num jato privado e em 10 minutos está no palco. Nosso espaço dá acesso para voos privados. Depois só pula para o avião de novo e vai embora se quiser”, diz o empreendedor.
Com a entrega da obra em março, a organização está em fase de busca de atrações para a partir da inauguração. Escher conta que, em dois meses, precisa fechar a agenda, pois trata-se de um meio em que o planejamento deve ser feito com grande antecedência.

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