Nunes nomeia ex-vereador condenado por racismo contra judeus como assessor

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) nomeou o ex-vereador Adilson Amadeu (União) para exercer a função de assessor especial em seu gabinete, conforme publicação no Diário Oficial desta quarta-feira (15).

Vereador paulistano por cinco vezes e atualmente suplente, Amadeu foi condenado em duas ocasiões, e em segunda instância, por injúria e prática de racismo contra comunidade judia.

Uma das ações, movida pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), menciona o falo de ele ter mencionado em uma mensagem do áudio a "sem-vergonhice" dos judeus do Hospital Albert Einstein por seu comportamento durante a pandemia.

Em razão das ofensas, o parlamentar foi condenado a perda de função pública, reclusão de dois anos e seis meses em regime aberto e pagamento de multa de 13 salários mínimos.

Na outra ação, ele foi condenado a um ano e quatro meses de prisão após xingar o então vereador Daniel Annenberg de "judeu filho da puta" e "judeu bosta", durante a discussão de um projeto na Câmara Municipal em 11 de dezembro de 2019.

As penas, nos dois casos, foram substituídas por prestações de serviços comunitários e pagamento de indenização.

Outro lado

Ao Painel a gestão Nunes diz que a pena foi prescrita e, com isso, não há impedimento para que Amadeu assuma o cargo. A prefeitura também informou que o ex-vereador será lotado na Secretaria Municipal de Relações Institucionais dada a sua experiência política.

A prescrição do cumprimento da pena, no entanto, não elimina a condenação, tampouco seus efeitos jurídicos.

A gestão também ressaltou que aprovou uma lei, em novembro de 2023, que cria o Dia do Combate ao Antissemitismo e Fascismo.

"Também em 2023 a prefeitura aderiu à International Holocaust Remembrance Aliance (IHRA), organização integrada por 35 países que combate a negação do Holocausto e o antissemitismo em nível mundial", diz a nota.

"Portanto, esta gestão não admite, em hipótese alguma, qualquer tentativa de associação com eventuais episódios dessa natureza."

Procurado pelo Painel, Amadeu não se manifestou.