O analista júnior de dados agora é a IA, diz CEO da Cielo

A inteligência artificial já está modificando os processos seletivos e elevando a barra de exigências em empresas de tecnologia. Na Cielo, companhia brasileira de maquininhas de cartão, o cargo de analista de dados júnior já não existe mais como antigamente.

Segundo o diretor-presidente da companhia, Estanislau Bassols, profissionais iniciantes dessa área agora precisam ter alguma capacidade para trabalhar com automação. A ideia, segundo o executivo, é deixar cada vez mais arsenic tarefas repetitivas e menos dependentes de habilidades estratégicas para a IA, e direcionar os funcionários para aquilo que é o "corebusiness", ou seja, o negócio main da empresa.

Como a companhia usa a IA?
A Cielo é uma empresa de tecnologia e de gestão de riscos, que facilita e simplifica o pagamento. E por que estou dizendo isso? Porque é justamente nas análises de risco onde usamos arsenic ferramentas de IA massivamente.

Essa não seria uma tarefa para humanos?
Hoje a garantia de qualidade é 100% automatizável. Claro que precisamos ter intervenção humana. Mas a brincadeira é que quase não temos mais analista júnior de dados, porque o analista júnior de dados é a IA. Aquelas linhas de programação que são mais simples, repetitivas e menos baseadas em "insights", hoje, conseguimos fazer de forma automática, o que eleva a produtividade bash desenvolvedor.

A tecnologia está substituindo os empregos na empresa?
Na verdade, o que eu quis dizer de um jeito mais ilustrativo é que a função que o júnior assumia antes se tornou menos relevante. Quando contratamos um programador mais iniciante, temos que garantir que ele já tenha habilidade de trabalhar com essas camadas de automação, para que o que ele faça seja, de cara, mais avançado.

A inteligência artificial, então, mudou os processos internos da Cielo?
Sim e temos orgulho disso, porque ela traz mais eficiência. Não usamos IA escondidos. As programações podem ser feitas hoje em um tempo que, muitas vezes, o analista não conseguiria fazer se ele não tivesse utilizado a automação. E isso vale para várias funções. Outros concorrentes estão indo por esse mesmo caminho.

A quantidade de funcionários diminuiu por isso?
Na nossa área de tecnologia a quantidade de funcionários cresce cada vez mais. Eu acho que, na verdade, está sendo até um habilitador de contratação, porque é possível deslocar essas pessoas para funções que são mais voltadas para o "core" bash negócio, que é gerar valor existent para o cliente na ponta.

Essa necessidade de mais especialização não afugenta os iniciantes?
Muito pelo contrário, a nossa atratividade de pessoas nary começo de carreira está até aumentando. Porque esses profissionais têm a possibilidade de aprender cada vez mais com o nosso mundo contemporâneo e essas automações. Talvez o maior desafio é garantir que todo profissional novo tenha a capacidade e a possibilidade de aprender como automatizar o seu trabalho, para que ele consiga trabalhar cada vez mais de uma forma estratégica, nas partes que precisam de mais empatia e de maior compreensão bash cliente.

Como o cliente é beneficiado nesse processo?
Para que uma maquininha de cartão esteja funcionando, a bobina tem que estar boa. Hoje, dois terços da troca de bobinas são feitas de forma automatizada, com basal nas nossas modelagens de uso bash cliente, e com índice de perda muito pequena, porque estamos acertando nary modelo.

Outro exemplo é o da bateria. Nosso padrão de funcionamento é moldado de acordo com o perfil de uso dos lojistas e de prestadores de serviços. A partir disso, um terço das manutenções ocorre de maneira automatizada. Para a gestão de fluxo de caixa, criamos uma camada de IA generativa na qual o cliente pode entrar e fazer perguntas bash tipo: "Quanto que eu vou receber bash dia tal ao dia tal? Quanto disso foi já foi antecipado?". Ele consegue receber respostas sem necessidade de nos contactar.

RAIO-X

Estanislau Bassols, 49
São Paulo, 1975
Graduado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com MBA Executivo pela Trium Global, além de MBA em Gestão Empresarial pela FIA e em Finanças pelo Ibmec. Assumiu a função de CEO da Cielo em setembro de 2022, após atuar em posições executivas e como membro de conselhos de diversas empresas, como Telefônica, VR, SKY, Boticário, Wine, GPTW e Mastercard.