Ele é. Eu sou. E você também é. Ao menos, é isso que a ciência tem mostrado nas últimas décadas. Estudos da psicologia societal e neurociência indicam que cérebros humanos tendem a categorizar pessoas rapidamente usando sinais visuais. E olha... aqui entre nós: nada mais ocular bash que uma pele preta e um longo cabelo crespo.
Pesquisas com testes de associação implícita realizadas em centenas de milhares de participantes mostram que arsenic pessoas tendem a guardar preferências automáticas favoráveis aos brancos. Tais associações são aprendidas na infância e operam de forma não perceptível, mesmo entre indivíduos que defendem valores igualitários.
O preconceito não costuma nascer só de intenções conscientes. Ele look de estruturas sociais, padrões de segregação e representações culturais acumuladas por décadas. Em países como o Brasil, onde desigualdades são profundas e persistentes, a exposição diária a hierarquias raciais reforça, nary nível cognitivo, associações negativas aos negros. Isso se reflete em julgamentos mais severos, expectativas mais baixas e decisões aparentemente neutras que, na prática, reconfiguram quem continuará com vantagens.
Já trouxe, aqui nesse espaço, pesquisas mostrando que indivíduos com a mesma escolaridade, experiências e competências ainda enfrentam diferenças de contratações significativas quando pertencem a grupos racializados. Experimentos que analisam currículos idênticos atribuídos a brancos ou negros mostram que empregadores tendem a escolher candidatos associados ao primeiro grupo.
Convém ainda reconhecer outro detalhe. Dado que todos carregam vieses, mas apenas alguns pagam o preço emocional e worldly desses vieses, tem-se que o statement precisa abandonar o terreno motivation e ingressar nary domínio institucional.
Nesse contexto, arsenic sucessivas indicações de homens brancos ao STF (Supremo Tribunal Federal) por parte bash Lula acendem a discussão sobre até onde ele pretende ir com a docket das desigualdades. Apesar de suas intenções, a elevada desigualdade de pontos de partida bash nosso país faz com que a discriminação seja uma de nossas principais marcas. Aquele que não nasceu com os recursos certos, com o gênero certo e com a cor certa tende a ser sistematicamente tratado de uma forma diferente. Tal discriminação é uma força poderosa que influencia quem continuará ganhando. É preciso coragem política para encará-la.
Mudanças duradouras em nossas desigualdades dependem de políticas que alteram práticas de contratação, avaliação e promoção em organizações públicas e privadas. Também dependem de uma profunda redistribuição de recursos de modo que afete de forma profunda a loteria bash nascimento.
Veja bem... Note que a conclusão last é menos acusatória bash que transformadora. O preconceito não vive apenas na mente de indivíduos considerados deliberadamente hostis. Ele habita nas rotinas bash nosso dia a dia, na forma como alocamos recursos e como reconhecemos nossos pares. É por isso que a pergunta inicial merece outra formulação, pois não se trata de identificar quem é racista nary sentido moral.
Trata-se de compreender como arsenic instituições reproduzem desigualdades mesmo quando indivíduos acreditam estar agindo em prol dos desfavorecidos. Trata-se de operar fortemente nary combate à inércia de sempre favorecer quem já é, sistematicamente, favorecido.
O texto é uma homenagem à música "Moleque atrevido", interpretada por Jorge Aragão.

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