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O que é a CIA, o serviço secreto dos EUA? Veja mitos e verdades, sucessos, fracassos e atuações da agência na América Latina

O Estúdio i, da GloboNews, preparou um conteúdo especial para explicar o que é a CIA, como funciona a agência de inteligência americana e quais são os mitos e verdades sobre suas atividades. Veja no vídeo acima.

A CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla em inglês) foi criada em 1947 pelo então presidente Harry Truman, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em um contexto da Guerra Fria. A agência não foi a primeira do tipo no mundo — à época, já existiam serviços de inteligência consolidados na União Soviética e no Reino Unido.

A missão da CIA envolvia a coleta de informações sobre governos e indivíduos estrangeiros, além da realização de operações clandestinas e ações paramilitares. Tudo isso com o objetivo de proteger e promover os interesses dos Estados Unidos ao redor do mundo.

Mitos e verdades sobre a CIA

A imagem da CIA foi amplamente moldada pelo cinema, que popularizou a figura do “super espião”, um agente com habilidades extraordinárias, domínio de vários idiomas e acesso a tecnologias avançadas. Na realidade, a maioria dos funcionários da agência são analistas e burocratas, responsáveis por processar grandes volumes de dados.

Ao contrário do que muitos pensam, os agentes da CIA não são proibidos de usar redes sociais, embora sejam orientados a tomar cuidados com a exposição. Também não são obrigados a manter vidas completamente secretas.

“Esse estereótipo não corresponde à realidade. A maior parte dos cargos na CIA envolve análise de dados. As operações secretas existem, mas representam uma pequena fração do trabalho da agência”, disse o comentarista Daniel Sousa.

Sucessos e fracassos da CIA

A história da CIA é marcada por operações bem-sucedidas, e outras que terminaram em fracasso. Entre os erros mais lembrados estão:

Guerra do Vietnã (19:5-1975): a agência subestimou a força militar dos inimigos dos EUA.
Invasão da Baía dos Porcos (1961): tentativa frustrada de derrubar o regime de Fidel Castro em Cuba.
Financiamento de radicais afegãos nos anos 1980: entre os beneficiados estava Osama Bin Laden.
Atentados de 11 de setembro de 2001: a CIA não conseguiu interver e proteger os Estados Unidos.
Guerra do Iraque (2003): a agência sustentou a existência de armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.
Apoio a Saddam Hussein: durante a guerra Irã-Iraque, os EUA apoiaram o líder iraquiano, que depois se voltou contra o país.

Entre os sucessos mais recentes estão:

Morte de Osama Bin Laden (2011): a CIA localizou o líder da Al-Qaeda no Paquistão e forneceu informações para a operação militar.
Morte de Ayman al-Zawahiri (2022): outro líder da Al-Qaeda, morto em operação americana no Afeganistão.

América Latina: Chile e Argentina

O Estúdio I, desta quinta-feira (16), ainda lembrou da atuação da CIA na América Latina. No Chile, a agência colaborou com o golpe militar de 1973 que derrubou Salvador Allende e levou à ditadura de Augusto Pinochet. Já na Argentina, em 1976, os militares já articulavam o golpe, e a CIA teve papel secundário.

Em 1982, a agência foi surpreendida pela decisão do então ditador argentino Leopoldo Galtieri de invadir as Ilhas Malvinas, o que evidenciou uma falha de inteligência, já que os EUA não conseguiram alertar seu aliado, o Reino Unido, a tempo.

"O ponto é que, quando a gente pensa numa operação militar na Venezuela, ou numa operação terrestre, me parece que, dado o histórico da CIA, a chance de dar errado é muito maior do que a chance de dar certo. E certamente o governo americano tem isso em mente quando intensifica a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro", concluiu o comentarista Daniel.

O que faz a CIA, o serviço secreto dos EUA? — Foto: Reprodução/TV Globo

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