
Crédito, Reuters
- Author, Mariana Alvim
- Role, Da BBC News Brasil em São Paulo
Há 5 minutos
Em mais um capítulo da ofensiva dos Estados Unidos contra o que tem chamado de "narcoterrorismo" na América Latina, o governo americano anunciou nesta quinta-feira (13/11) o lançamento de uma operação militar ordenada pelo presidente Donald Trump.
A operação, chamada de Lança do Sul ("Southern Spear"), vai mobilizar uma força-tarefa e o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom) —responsável pela atuação das forças americanas na América do Sul, Central e no Caribe.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou a operação na rede social X (ex-Twitter), afirmando que o objetivo da ação é "remover narcoterroristas de nosso hemisfério" e "proteger nossa terra das drogas que estão matando nosso povo".
"O hemisfério ocidental é a vizinhança da América — e nós o protegeremos", argumentou o secretário, cujo cargo o governo americano vem chamando de "secretário de Guerra".
Ainda não está claro exatamente onde e como a operação vai ocorrer.
De acordo com fontes ouvidas pela rede CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos, membros do alto escalão do governo apresentaram a Trump, na quarta (12/11), opções para possíveis ações na Venezuela, como bombardeios em terra nos próximos dias.
Hegseth teria estado presente no encontro, assim como o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA. Entretanto, nenhuma decisão definitiva sobre o formato da operação teria sido tomada.
Segundo a CBS, as conversas resultaram no anúncio da operação Lança do Sul nesta quinta.
A tensão entre EUA e Venezuela não é de hoje: vem escalando nas últimas semanas, inclusive com especulações de uma possível ofensiva americana por terra.
Enquanto isso, segundo a CNN, os EUA já realizaram 20 ataques a embarcações acusadas de participarem do tráfico de drogas, principalmente no Caribe, mas também no Oceano Pacífico.
Oitenta pessoas morreram nessas ações e duas sobreviveram.
O USS Gerald R. Ford se juntou a outros navios de guerra, a um submarino nuclear e aeronaves caças F-35 que estão operando na região nas últimas semanas.
Nos últimos dois meses, as forças americanas estão fazendo o maior destacamento militar na região do Mar do Caribe em décadas.
Trump já acusou em diversas ocasiões o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de supostamente ser um chefe do narcotráfico — o que o sul-americano nega, afirmando que os EUA "estão fabricando uma guerra" contra seu país.
Também na terça, o governo venezuelano anunciou uma mobilização militar nacional para contrabalançear a presença naval americana.

Crédito, Getty Images
A tensão também atinge a Colômbia, cujo presidente, Gustavo Petro, Trump acusou de ser "um bandido e um cara mau".
Na terça, Petro ordenou que as forças colombianas suspendessem o compartilhamento de informações de inteligência com agências americanas até que os ataques contra barcos no Caribe cessem.
Petro escreveu no X que a luta contra as drogas "deve ser subordinada aos direitos humanos do povo caribenho".
No início de novembro, Trump minimizou as especulações de que estaria planejando derrubar o governo venezuelano ou iniciar uma guerra.
Em uma entrevista à CBS, Trump defendeu que "cada barco que você vê sendo abatido mata 25.000 pessoas ligadas às drogas e que destroem famílias em todo o nosso país".
Questionado se os EUA estavam planejando algum ataque terrestre, Trump se recusou a descartá-lo, dizendo: "Eu não diria que faria isso... Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela, se vou fazer ou se não vou fazer."

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