No Brasil, a história se repete: muitos empreendedores começam negócios com foco em produto, marketing, vendas e financeiro. E o RH? Fica para depois. O problema é que esse "depois" costuma ser tarde demais.
Quantas empresas você conhece que quebraram não por falta de cliente, mas por falta de gente boa para sustentar o crescimento? Estratégia brilhante no papel, mas cultura frágil na prática. Planejamento estratégico sem pessoas não é estratégia, é só papel bonito.
O que é, de fato, planejamento estratégico? Planejamento estratégico é o mapa que define onde a empresa quer chegar e como vai chegar.
É alinhar visão, metas e recursos. O erro mais comum, porém, é tratar "recursos" apenas como dinheiro. Esquece-se que pessoas são capital estratégico.
No Brasil, a pressa em abrir empresas muitas vezes atropela o básico. Abrimos negócios olhando apenas para o produto ou para a oportunidade de mercado, mas sem critério para montar equipe, sem clareza de papéis e sem processos de gestão. O resultado é previsível:
- Times desmotivados porque não sabem o que se espera deles;
- Líderes escolhidos pela técnica, não pela maturidade;
- Cultura que nasce no improviso e vira gargalo de médio prazo.
O custo aparece em turnover elevado, retrabalho, decisões lentas e margens corroídas. Se você está abrindo um negócio e quer que ele seja sustentável, não ignore o óbvio: a estratégia precisa nascer com gente dentro dela. Isso significa:
- Definir papéis e responsabilidades desde o dia zero;
- Contratar com critério, evitando o "contrata rápido e vê no que dá";
- Ter um onboarding estruturado, para que cada novo talento entregue valor rapidamente;
- Estabelecer critérios de cultura: quais comportamentos serão tolerados e quais não;
- Implementar rotinas de gestão: feedback, alinhamento e acompanhamento não são luxo, são estrutura;
- Planejar sucessão, porque negócio que depende de duas ou três pessoas não escala.
Até quando dá para ignorar o RH?
Se sua empresa já funciona sem integrar RH à estratégia, a pergunta é: até quando? Cedo ou tarde, a falta de clareza em papéis, cultura e liderança vira gargalo.
O próximo passo é reposicionar a área de pessoas como braço estratégico, não como suporte. É trazer o RH para a mesa do CEO, medir o impacto das decisões de gente no DRE e no EBITDA, e fazer com que cultura, liderança e resultados andem juntos.
No fim, toda estratégia é sobre pessoas. O resto é execução. E execução sem gente boa, engajada e coerente simplesmente não acontece.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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