Publicado em 11/9/2025 - 11h00
RH estratégico não é aquele que organiza a confraternização de fim de ano, nem o que distribui brindes ou inventa campanhas motivacionais vazias. RH estratégico é o que sustenta o crescimento da empresa sem quebrar gente no meio do caminho.
Mas ainda existe uma resistência silenciosa dentro das organizações: quando tudo vai bem, o RH é esquecido. Quando tudo vai mal, o RH é culpado.
Ou seja, o setor de Recursos Humanos ainda é visto como suporte, nunca como estrutura. Só que nenhuma empresa escala sem pessoas competentes.
E nenhuma pessoa competente permanece em um lugar sem critérios claros, sem feedback, sem direcionamento, desalinhado e que não promove quem entrega resultado. Tudo isso é papel da liderança, sim. Mas é também, e principalmente, papel do RH.
Situações que mostram que o RH é apenas operacional
- Um gestor faz microgestão, desrespeita o time e ninguém intervém.
- Um talento performa de forma consistente há um ano, mas nunca foi promovido porque "ninguém puxou o assunto".
- Uma demissão óbvia é adiada por meses e o clima da equipe se transforma em cinismo.
- Reunião de feedback vira conversa mole.
- Contratação é feita com base em "gostei do perfil" e não em dados.
- O onboarding é improvisado.
- A régua de avaliação muda conforme o humor da liderança.
- Ninguém sabe explicar qual é o critério para crescer na empresa.
Esses são sinais claros de que o RH virou apenas operacional. E quando o RH é operacional, o crescimento da empresa se torna instável, porque a base não sustenta.
RH não é um setor, é um sistema de coerência
Empresas que crescem com consistência têm algo em comum: o RH não é decorativo, ele está no centro do jogo. Um RH estratégico atua como:
- Guardião da coerência entre discurso e prática. Se a liderança fala em meritocracia, mas promove o amigo, o RH precisa tensionar isso, não reforçar.
- Facilitador de performance, criando rituais de feedback, planos de desenvolvimento, avaliações justas e critérios objetivos.
- Redutor de ruído e ambiguidade. Gente boa não tem tempo para política interna, quer clareza. O RH que entrega isso, retém talentos.
- Parceiro do board, não executor de planilha. RH estratégico opina, questiona, desafia. Não apenas executa demandas de gestor inseguro.
O que o RH precisa abandonar (urgente)
- A necessidade de agradar todo mundo.
- A cultura da passividade frente ao erro.
- A ilusão de que clima bom basta.
- O hábito de proteger líderes despreparados.
RH que protege líder tóxico não está sendo estratégico, está sendo cúmplice.
Crescimento real exige estrutura emocional e organizacional. Negócio saudável é o que cresce sem perder coerência. E isso é papel direto do RH estratégico.
Se você ainda trata RH como uma área "de apoio", talvez esteja ignorando o que realmente sustenta sua margem no médio prazo: gente boa, alinhada, segura e com espaço para performar. RH estratégico é quem sustenta cultura, corrige incoerência, protege a margem e define quem continua no jogo.
*As opiniões do colunista não refletem, necessariamente, o posicionamento do Economia Real.
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