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Ouro sobe 36% e é o melhor investimento do ano. Ainda dá tempo de lucrar?

Ranking dos investimentos em 2025

Veja quanto renderam diversas aplicações financeiras desde o início do ano até 21 de outubro, já descontando o IR.

  1. Ouro: 30,3%
  2. Tesouro Prefixado 2031: 17,5%
  3. Bolsa brasileira: 16,8%
  4. Tesouro IPCA 2050: 13,2%
  5. Fundos imobiliários: 12,4%
  6. CDB (110% do CDI): 9,9%
  7. Tesouro Selic 2029: 9,1%
  8. Poupança: 6,1%
  9. Bitcoin: 2,0%
  10. Bolsa americana (em reais): -0,4%
  11. Dólar: -13,0%

Uma aplicação de R$ 1.000 em ouro, feita no início de janeiro, teria gerado um lucro líquido de R$ 303 ao investidor, caso vendesse o metal em 21 de outubro. Já o mesmo valor investido em dólar teria gerado um prejuízo de R$ 130 ao ser reconvertido em reais.

O que acontece com o ouro?

O ouro vem subindo fortemente desde o ano passado, mas a alta ficou ainda mais acentuada em 2025.

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Do início do ano até o pico histórico, em 20 de outubro, a alta acumulada foi de 43,1%. No dia seguinte, perdeu cerca de 6%, mas continua muito à frente de outras aplicações.

A alta do ouro é explicada pelo contexto econômico e geopolítico global. Do ponto de vista econômico, o endividamento dos EUA gera insegurança em investidores de todo o mundo.

A dívida americana está em US$ 37,64 trilhões, de acordo com o Departamento do Tesouro do país. Em 2005, estava em US$ 12,93 trilhões, em dado já atualizado pela inflação. Ou seja, quase triplicou em cerca de 20 anos.

Coincidentemente, a participação dos dólares nas reservas internacionais dos países caiu de 71,1%, em 2000, para os atuais 56,3%, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Tensão geopolítica

Do ponto de vista geopolítico, as desconfianças em relação ao dólar aumentaram em 2022, quando o governo americano, por conta da invasão russa na Ucrânia, bloqueou mais de US$ 300 bilhões pertencentes ao Banco Central da Rússia que estavam custodiados nos EUA.

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A medida mostrou ao mundo que manter reservas em títulos do governo americano pode ser perigoso para países não alinhados aos EUA. Mais recentemente, os embates do presidente Donald Trump com diversas nações, incluindo a China, reforçaram a ideia de que manter ativos em dólar pode não ser seguro para esses países.

A China, que já vinha reduzindo a participação do dólar nas suas reservas internacionais e tentando introduzir sua moeda, o yuan, nas negociações com outros países, deu mostras de que pode tentar intensificar esforços nesse sentido.

Nos últimos anos, o país asiático tem aumentado suas transações em moedas locais com os Brics (grupo que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e outros emergentes).

O contexto geopolítico e econômico leva investidores a preverem uma perda relativa da importância do dólar como moeda mundial. Não há expectativa de que outro ativo tome o lugar da divisa americana, mas a simples expectativa de que ela perca um pouco da sua influência é suficiente para que diversos investidores busquem refúgio no ouro.

Perspectivas para o ouro

O ouro é um ativo de renda variável. Por conta disso, não é possível prever com clareza o que vai acontecer. Quem quiser investir deve estar plenamente ciente dos riscos. Da mesma forma que o preço subiu, pode cair.

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O que eu afirmo nesta coluna não é uma recomendação de compra ou de venda de qualquer ativo. Eu apenas compartilho insights e decisões sobre a minha carteira de investimentos para que interessados tenham mais elementos para suas análises. Não me responsabilizo por qualquer resultado que você venha a ter após ler minha coluna.

Dito isso, vejo um alto potencial de valorização do ouro no longo prazo, ainda que possa haver correções (quedas) fortes nos próximos meses e anos. Até o momento, não há uma perspectiva de que os países resolvam o problema das suas dívidas.

Além disso, ainda não são conhecidas outras formas de lidar com grandes crises financeiras que não incluam o aumento do endividamento e a emissão de moeda, como pudemos observar desde 2008.

Por conta disso — e ciente dos riscos — tenho aumentado minha exposição ao ouro e pretendo continuar nesse movimento de forma gradativa ao longo dos próximos meses, na expectativa de aumento da importância do metal como ativo de reserva no mundo.

Alguma dúvida?

Tem alguma dúvida sobre investimentos? Me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida em breve nesta coluna.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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