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Perspectiva de mais free shops do lado brasileiro anima Santana do Livramento

A possibilidade de contar com free shops, estabelecimentos que já têm uma atividade consolidada na vizinha uruguaia Rivera, deve impulsionar a economia e o turismo na cidade gaúcha de Santana do Livramento em um futuro próximo. A projeção é que, pelo menos, três lojas dessa natureza (que possuem diferenciação tributária e possibilitam a compra de produtos a valores mais competitivos) comecem a operar do lado brasileiro até o final do ano e a tendência é de que mais unidades sejam implementadas em breve.

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A possibilidade de contar com free shops, estabelecimentos que já têm uma atividade consolidada na vizinha uruguaia Rivera, deve impulsionar a economia e o turismo na cidade gaúcha de Santana do Livramento em um futuro próximo. A projeção é que, pelo menos, três lojas dessa natureza (que possuem diferenciação tributária e possibilitam a compra de produtos a valores mais competitivos) comecem a operar do lado brasileiro até o final do ano e a tendência é de que mais unidades sejam implementadas em breve.

Conforme informações do gabinete do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Implantação de Free Shops em Cidades Gêmeas de Fronteira, Frederico Antunes (PP), antes que se encerre 2025, o empresário Ismael Baklizi, proprietário da Brasil Free Shop, pretende abrir três lojas free shops em Santana do Livramento. O investimento na iniciativa é estimado em cerca de R$ 20 milhões e irá gerar em torno de 180 empregos diretos.

Além desses empreendimentos, o secretário santanense de Desenvolvimento Econômico, Rafael Damasceno de Camargo, revela que o grupo Righi, que possui uma rede de supermercados regional, pretende implementar o primeiro shopping center da cidade. Ele acrescenta que muitas das lojas do complexo também poderão se qualificar como free shops. A Righi já é a empresa privada que mais propicia empregos em Santana do Livramento, com cerca de 1,5 mil postos de trabalho.

Camargo ressalta que, no município gaúcho, no momento apenas a empresa Almadén atua no modelo free shop, mas somente comercializando vinhos sem vender eletrodomésticos, cosméticos, calçados, roupas e outros produtos, como acontece com as unidades do lado uruguaio. "Os empresários locais entenderam que há uma oportunidade aqui, há uma demanda, e já estão se movimentando", diz o secretário.

Ele detalha que esses novos comércios poderão vender as mercadorias tanto para consumidores brasileiros como uruguaios. "E os brasileiros vão poder comprar uma cota no Brasil e outra no Uruguai, isso deve aumentar a disposição das pessoas para virem para a fronteira, uma vez que poderão comprar mais", argumenta o secretário. Atualmente, a cota de compras é US$ 500, com a possibilidade de aquisições nos dois lados da fronteira, o consumidor poderia gastar até US$ 1 mil em mercadorias e também dobrar a quantidade de itens que têm vendas limitadas, como é o caso de bebidas alcoólicas.

"Os free shops vêm para somar", frisa o presidente da Associação Comercial e Industrial de Santana do Livramento (ACIL) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) santanense, Carlos Roberto Beis Fervenza. Ele argumenta que essa forma de comércio contribui para melhor desenvolver as áreas fronteiriças do País, até pela dificuldade de atração de indústrias apresentada por esses municípios.

A prefeita de Santana do Livramento, Ana Luiza Moura Tarouco (PL), complementa que um obstáculo do município para a captura de investimentos é a logística, por se tratar de uma cidade distante de grandes centros. "Razão pela qual nós investimos muito nessa área de turismo, uma indústria sem chaminé", assinala a prefeita.

Ainda no campo dos free shops, na quarta-feira (16), o deputado Frederico Antunes participará de encontro na CDL Uruguaiana que debaterá o estudo que será realizado pelo governo do Estado, através do Departamento de Economia e Estatística, a fim de verificar os impactos econômicos para o Rio Grande do Sul caso haja uma flexibilização maior nas cotas das lojas de fronteiras, subindo dos atuais US$ 500 para US$ 1 mil. Se essa situação for confirmada, o consumidor que for a Rivera e Santana do Livramento, por exemplo, poderá gastar, somando as compras dos dois lados, até US$ 2 mil.

Desafio do município é fortalecer estrutura turística

O objetivo do setor do turismo na Fronteira Oeste gaúcha é aprimorar a infraestrutura local e reter o visitante da região por mais tempo. O secretário santanense de Desenvolvimento Econômico, Rafael Damasceno de Camargo, informa que a estimativa é que as redes hoteleiras de Santana do Livramento e Rivera têm hoje entre 3,8 mil e 4 mil leitos. O dirigente salienta que, nos finais de semana, essa capacidade praticamente está toda ocupada.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Turismo, durante 2022, 561.191 turistas estiveram em Santana do Livramento. Uma das ações que pode otimizar o fluxo de visitantes na região é uma maior utilização do aeroporto de Rivera. Camargo recorda que a companhia Azul manifestou a intenção de realizar voos da cidade fronteiriça para Porto Alegre, que teriam tarifas domésticas. No entanto, ainda falta a empresa fechar um acordo de incentivo tributário para o combustível que será usado por suas aeronaves nessa rota. O secretário espera que esse assunto seja solucionado neste ano ainda e que os voos possam ser iniciados no primeiro semestre de 2026.

Camargo cita ainda atrações que estão se consolidando na fronteira, como é o caso do evento "Rivera Brilla", que o secretário explica ser uma iniciativa semelhante ao "Natal Luz", em Gramado, envolvendo a iluminação da cidade uruguaia no final do ano. Ele salienta que a meta é consolidar uma identidade de fronteira, dos costumes dos moradores brasileiros e uruguaios.

Já a prefeita santanense, Ana Luiza Moura Tarouco, faz menção ao Trem do Pampa como uma atração que permite aumentar a fidelização do turista. Esse trem leva os visitantes a um passeio de 20 quilômetros na região.

Além do turismo, outra aposta da economia de Santana do Livramento é na geração de energia eólica. O secretário de Desenvolvimento Econômico informa que o ingresso em geral de recursos a partir do ICMS para a cidade é de aproximadamente R$ 80 milhões por ano e a estimativa é que cerca de 10% desse total seja proveniente da produção de energia eólica. Essa arrecadação deverá crescer ainda mais com o complexo eólico Coxilha Negra, da Eletrobras, que neste mês de julho completa um ano de operação.

Para ter um melhor detalhamento dos potenciais e gargalos econômicos da cidade, a prefeitura lançou recentemente o Núcleo de Estatística Municipal, uma plataforma online com dados econômicos e sociais de Santana do Livramento. "O nosso objetivo é construir na Secretaria de Desenvolvimento Econômico um IBGE municipal", compara Camargo.

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