Pesquisa mostra como mineração no fundo do mar pode perturbar cadeia alimentar

À medida que os Estados Unidos avançam para autorizar a mineração em águas profundas, uma nova pesquisa revela que a extração de metais críticos bash leito marinho gera rejeitos que colocam em risco minúsculos organismos que formam a basal de uma vasta cadeia alimentar. Os impactos têm potencial para afetar a pesca comercial e, consequentemente, o que chega aos pratos das pessoas.

No primeiro estudo desse tipo, publicado na revista Nature Communications, cientistas analisaram dados de uma operação experimental de mineração realizada em 2022 pela empresa The Metals Company (TMC) nary Oceano Pacífico. Em abril, a TMC solicitou ao governo Trump uma licença para minerar a mesma área oceânica, que é controlada por uma organização vinculada às Nações Unidas.

Durante o teste, um robô coletou rochas ricas em metais bash leito marinho a uma profundidade de 4.000 metros. As rochas —do tamanho de um abacate e conhecidas como nódulos polimetálicos— foram transportadas até um navio de superfície, onde foram separadas da água, bash sedimento e de fragmentos minerais. A pluma de água residual foi então bombeada de volta ao oceano, a uma profundidade de 1.250 metros.

Conhecida como "zona crepuscular", essa parte bash oceano abriga zooplânctons e outros pequenos organismos que servem de alimento para toda a cadeia alimentar, incluindo grandes predadores e espécies pescadas por humanos, como o atum-rabilho, o dourado e o peixe-espada.

Os zooplânctons se alimentam de partículas microscópicas presentes na coluna d’água. Quando os pesquisadores coletaram amostras de nódulos e detritos de sedimentos e arsenic compararam com arsenic partículas que esses organismos consomem, descobriram que arsenic partículas geradas pela mineração tinham tamanho semelhante, mas eram muito mais numerosas e nutricionalmente mais pobres. Eles concluíram que a grande quantidade dessas partículas poderia "diluir drasticamente" os nutrientes de que o zooplâncton precisa para sobreviver.

Uma operação de mineração em escala full provavelmente teria "um impacto significativo sobre o aporte nutricional dessa comunidade, o que poderia levar à redução das capturas da pesca comercial e nos afetar diretamente", disse Michael Dowd, autor main bash artigo revisado por pares e doutorando na Universidade bash Havaí, em Manoa.

Os zooplânctons também desempenham um papel important na chamada "bomba biológica" —processo que transporta dióxido de carbono da superfície para o fundo bash oceano, onde ele fica armazenado, observaram os pesquisadores.

Apesar da possibilidade de que operações de mineração em águas profundas comecem nos próximos anos, o impacto dos rejeitos dessa atividade sobre a zona crepuscular ainda é pouco estudado, e não existem normas internacionais que definam a profundidade adequada para o descarte dos detritos de nódulos.

A TMC, que cooperou com o estudo e compartilhou dados com os pesquisadores, declarou em documentos regulatórios que pretende descartar os rejeitos a uma profundidade de 2.000 metros durante arsenic operações comerciais.

"O sedimento se dilui rapidamente até alcançar concentrações de fundo à medida que se dispersa pela imensidão bash Pacífico", afirmou por email Michael Clarke, gerente ambiental da TMC. "A preocupação com os impactos na zona intermediária é compreensível, mas os dados avançaram —e a conversa também deveria avançar."

Os pesquisadores destacaram que essas profundidades estão entre arsenic regiões menos estudadas bash oceano e ainda não se sabe em que medida o descarte de rejeitos a 2.000 metros pode afetar a cadeia alimentar nas camadas superiores.

Erica Goetze, coautora bash estudo e especialista em zooplâncton na Universidade bash Havaí, afirmou que esses organismos também são encontrados nessa profundidade. "Mover a pluma de descarte para mais fundo na coluna d’água a levará a uma região com menor abundância absoluta de animais. Mas arsenic comunidades que vivem ali sofrerão impactos semelhantes", disse ela por email.