Plants Vs Zombies: Replanted revive clássico dos games; confira review

Embora a história em si não seja o grande foco, a narrativa de Plants Vs Zombies: Replanted segue a trama original do clássico. Como já visto em títulos passados, o quintal do jogador está sendo invadido por uma grande horda de zumbis, comandada pelo Dr. Edgar George Zomboss, que tem o objetivo de comer os seus miolos. Para se proteger, nós contamos com a ajuda do vizinho Dave Doidão (Crazy Dave), que contém um arsenal gigantes de plantas com habilidades de defesa e ataques únicos, para impedir que os zumbis comam seu cérebro.

Para jogar a história principal, devemos seguir no modo aventura, onde teremos que defender nosso quintal em diferentes lugares e momentos do dia: durante a manhã, de noite, na piscina, na neblina e até mesmo em nosso telhado. Ao longo da jornada, vamos encontrando novos tipos de plantas e zumbis e, dependendo da maneira que a fase é arquitetada, será necessário pensar qual será a melhor estratégia.

Uma das coisas que mais me chama atenção em Plants vs. Zombies: Replanted é a dinâmica estratégica que a gameplay oferece. Como todo bom jogo de estratégia em tempo real, é necessário nos adaptarmos aos diferentes cenários, e compreendermos como usar os recursos do jogo para superar cada fase. Em Plants Vs. Zombies, toda a temática estratégica gira em torno de compreender em quais contextos o jogador tem mais vantagem em relação aos Zumbis.

No game, o mapa divide-se entre o espaço que precisamos defender e o matagal de onde os zumbis saem. Ao longo da fase, precisamos decidir quais plantas utilizar em determinados momentos do jogo e podemos removê-las caso seja interessante para nossa estratégia a qualquer momento com a pá localizada no canto superior de nossa tela. Além disso, compreender a característica de cada zumbi é essencial para selecionar quais plantas serão usadas para a defesa de nossa casa e como elas podem ser úteis nesse processo.

Para conseguir usar plantas específicas, o jogador precisa coletor fragmentos de “sóis”. Nos cenários padrão do jogo é mais fácil fazer esse acúmulo, porque conseguimos usar os girassóis que podem ser plantados e aumentar a velocidade dessa coleta e, ao mesmo tempo, coletar alguns desses fragmentos por conta da presença natural do sol. Entretanto, em modos como o “dia nublado” ou nas fases que se passam durante a noite, esse processo é mais difícil e eu precisei pensar a minha estratégia com cuidado, antes de simplesmente ir escolhendo as plantas que quero usar.

Não só de plantas que vive esse jogo. Por conta da temática, as fases que se passam durante a noite dão destaque aos cogumelos, aliados poderosos que contam com suas habilidades específicas, assim como as plantas. Mas que, nesse contexto, de nenhuma luz nos ajudando, são os protagonistas na batalha contra os zumbis. Além disso, é possível acelerar ou diminuir a velocidade com que as coisas acontecem na tela, o que, caso você deseje um desafio maior, há a possíbilidade de deixar o jogo mais rápido, ou se você preferir é possível deixar nas velocidades medianas ou normal para aproveitar cada fase com calma.

Agora, é necessário destacar que assim como cada planta, cada cogumelo é extremamente útil se você souber adaptar sua estratégia ao contexto que o jogo oferece. Eu, por exemplo, dei preferência em selecionar as plantas que fossem custar menos sóis para mim em momentos específicos do jogo. Porém, quando a fase começava, dei preferência para plantar o máximo de girassóis que conseguia até o nível começar a ficar mais difícil com a saída de mais zumbis da moita e com características diferentes.

Essa dinâmica de gameplay não é necessariamente um modo específico, mas uma forma de superar cada uma das fases em Plants Vs. Zombies: Replanted. Confesso que me diverti bastante tendo que pensar em como iria posicionar as batatas, que são normalmente usadas como plantas para defesa de território, para jogá-las na tela e fazer um verdadeiro boliche contra os zumbis.

Além disso, esse modo de jogo também apresenta a possibilidade de uma gameplay aleatória com as plantas no jardim. Nessa dinâmica, várias plantas ou cogumelos aleatórios surgem no topo da tela do usuário e ele precisa posicioná-los no mapa para conseguir proteger a casa. Algo que senti muita dificuldade, pois precisei entender onde posicionar cada coisa e definir quais plantas iriam continuar no meu arsenal ou não, o que deu aquele sentimento de desafio, sempre bem-vindo em jogos de estratégia.

O Novo modo "Rest In Peace" é um modo de morte permanente, extremamente difícil, que é desbloqueado depois que o jogador completa a campanha de aventura. Nele, caso nós sejamos devorados pelos zumbis, somos obrigados a voltar ao início da jornada. A dificuldade é aumentada limitando a quantidade de cortadores de grama e randomizando sua posição ao longo da gameplay.

Esse modo de jogo introduz o clima como um fator de dificuldade, fazendo com que os girassóis “durmam” e parem de produzir energia quando as nuvens chegam, exigindo conservação de energia e escolhas estratégicas por parte do jogador, semelhante ao que acontece nas fases noturnas.

Uma das novas adições ao jogo foi a criação do Modo PVP. Ele permite que os jogadores escolham quais zumbis ou plantas usar, adicionando um componente extremamente divertido e um certo "caos" ao tentar impedir que os zumbis entrem na casa do Dave.

Esse processo de adição do multiplayer foi inspirado em versões anteriores do jogo (como a do Xbox 360) que tinha recursos de co-op local e PvP. A equipe da EA percebeu que PVZ é um jogo que se presta bem a ser experimentado com outras pessoas, seja amigos ou família e, por isso, optou por adicionar essa dinâmica de gameplay.

Por fim, o Modo Co-op possibilita aos jogadores criar estratégias em conjunto contra diversas hordas de zumbis e com maneiras criativas de jogar.

Eu entrevistei o x da EA, Jake Neri e na nossa conversa ele abordou que o processo de desenvolvimento da arte de Plants vs. Zombies: Replanted teve muito esforço da equipe para manter a fidelidade visual em relação ao jogo original, que é considerado um clássico dos games. Ao longo de nossa conversa, ele enfatizou que, embora os visuais tenham mudado dramaticamente, o estilo único e reconhecível de Plants vs. Zombies foi mantido e modernizado.

Um dos maiores desafios no desenvolvimento da arte foi a reconstrução dos elementos visuais do jogo original para adaptá-los aos novos consoles e tecnologias gráficas. Jake mencionou que o jogo original foi construído em uma época diferente, com tecnologias e engines distintas, o que tornou o desafio tecnológico geral bastante difícil. Segundo ele, o resultado final é motivo de orgulho da equipe pelo fato do jogo apresentar um visual bonito em todas as plataformas, incluindo PC, consoles e dispositivos móveis

Também foi adicionada uma biblioteca de arte e conceitos que contém a história e a evolução do processo de design de Plants Vs. Zombies: Replanted. Essa novidade permite que os jogadores possam ver como os elementos do jogo evoluíram ao longo dos anos e a gente consegue ver o trabalho de diversos artistas da equipe de desenvolvimento.

Jake descreveu a biblioteca como um "museu" onde os jogadores podem refletir sobre o processo criativo: "É quase como se houvesse uma parte que é como quando você entra em um museu e não é de forma alguma tão robusto quanto ir ao Louvre ou algo assim, mas não quero exagerar. Mas quando você entra lá e olha e pensa, 'Eu me pergunto o que aquele artista estava pensando', sabe, quando eles fizeram aquilo."- afirma.

Confesso que otimização foi um problema nulo ao jogar Plants Vs. Zombies: Replanted no meu PC. A taxa de quadros do jogo ficou por volta dos 60fps de maneira cravada e oscilou muito pouco ou praticamente nada durante as minhas gameplays. Também consegui configurar para aproveitar ao máximo o gráfico do game para observar os detalhes dos cenários, as plantas e os zumbis com tranquilidade e a resolução que joguei foi a de 1920x1080.

Apesar de não ser um grande fã de jogos de estratégia em tempo real, confesso que Plants Vs. Zombies: Replanted me conquistou principalmente pela diversidade de modos de jogo disponíveis, pela identidade visual e como cada partida fazia com que eu me sentisse realmente desafiado ao longo da gameplay.

Outro fator que me chamou atenção foi que o jogo está localizado em português do Brasil, o que em alguns momentos é bem legal de perceber nas traduções de momentos cômicos que vivenciei durante a jogatina com as mensagens ameaçadoras dos zumbis escritas em um tom de deboche e descontraído na língua portuguesa.

Entretanto, destacando novamente a grande questão que circunda o mercado de games atualmente, tanto no cenário nacional como no cenário internacional de consumo de jogos. Plants Vs. Zombies: Replanted chega a partir de R$ 89. Por isso, considerando todos os elementos disponíveis no game e por se tratar de um lançamento, creio que o ideal seria esperar uma promoção para adquirir o remaster.

Porém, se você for um grande fã da franquia e queira adicionar o jogo o mais rápido possível a sua biblioteca, pode ser interessante comprá-lo nesse período de lançamento. Em resumo, eu considero Plants Vs. Zombies: Replanted um remake carinhoso com um dos clássicos mais marcantes de games no começo dos anos 2000. Creio que o título valha a pena ter na biblioteca, mas considero a possibilidade de aguardar alguma promoção específica das lojas virtuais para adquiri-lo a alternativa ideal considerando o contexto contemporâneo de consumo de games.

Veja também: Trailer Oficial: Plants vs. Zombies: Replanted