1 mês atrás 17

Por que jornalismo e acesso à informação são mais importantes do que nunca

David Walmsley, presidente do Fórum Mundial de Editores da WAN-IFRA
David Walmsley, presidente do Fórum Mundial de Editores da WAN-IFRA Imagem: Divulgação

Atualmente, 139 países possuem arcabouços legais de acesso à informação (LAI) e 90% da população mundial vive em um país onde esse direito é consagrado. Há apenas 30 anos, menos de 20 países faziam parte desse grupo. Dados da UNESCO mostram que, em 2022, 3.5 milhões de solicitações de informação pública foram processadas, e em 2024, esse número subiu para 6.7 milhões —um sinal claro de que as pessoas desejam transparência. O número global de solicitações de informação também está aumentando com o advento de soluções digitais, que facilitam seu processamento.

No entanto, grandes lacunas persistem em algumas regiões do mundo. Na África, dados coletados em 2024 pelo Africa Freedom of Information Centre mostraram que ainda que 29 dos 55 países da região tenham LAIs, a implementação é frequentemente irregular. A UNESCO ajudou a estabelecer a Rede Africana de Autoridades de Informação (ANIC), que permite que órgãos de supervisão em todo o continente se comuniquem regularmente sobre as maneiras mais eficazes de implementar e fazer cumprir as LAIs, e ajuda a elevar o perfil do acesso à informação nos fóruns de direitos humanos no continente.

O acesso à informação pública é um recurso importante para jornalistas, assim como os jornalistas são vetores essenciais para permitir que os cidadãos acessem a informação. O jornalismo sempre foi uma ponte-chave entre governos e pessoas.

Quando autoridades permanecem em silêncio, jornalistas investigam. Eles verificam a informação e dizem ao público o que realmente está acontecendo. O jornalismo não é apenas um trabalho —é um bem público.

Tawfik Jelassi, diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO
Tawfik Jelassi, diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO Imagem: Divulgação

Por trás de cada notícia importante há alguém fazendo perguntas difíceis. Jornalistas fazem uso regular das leis de acesso à informação para conduzir suas pesquisas e divulgar histórias que levam a mudanças significativas. Mas esse controle democrático crucial está cada vez mais sob ameaça. Jornalistas enfrentam violência, censura e assédio online. Em 2024, 70% dos jornalistas em todo o mundo que responderam a uma pesquisa da UNESCO disseram ter sofrido ataques que variam de assédio online a ameaças legais e violência real ao reportar sobre questões ambientais. As redações independentes estão sendo financeiramente pressionadas. A desinformação entope nossos feeds, muitas vezes se espalhando mais rápido que os fatos. A névoa de mentiras se torna mais espessa, enquanto a confiança na verdade se desvanece.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro