Isso ocorre após a queda do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, na última terça-feira (11). Foram 142 votos contra 88 para rejeitar a moção de confiança, instrumento usado para medir se o governo tem apoio parlamentar.
Com a derrota do premiê no parlamento, coube ao presidente decidir se convocaria novas eleições gerais.
A moção de confiança foi apresentada pelo próprio Montenegro na semana passada, perto de completar um ano no cargo, após a oposição questioná-lo sobre os negócios da Spinumviva, uma empresa de consultoria que ele fundou e que agora é administrada por seus filhos.
A oposição acusa o então premiê de usar o cargo para beneficiar a empresa com pagamentos mensais de 4.500 euros de uma operadora de cassinos. Ele negou ter cometido irregularidades ou qualquer conflito de interesses na empresa, que tem contratos com outras companhias privadas.
Montenegro, do Partido Social Democrata (PSD), liderava um governo minoritário e dependia de outros partidos para governar. As principais siglas de oposição — o Partido Socialista, de centro-esquerda, e o Chega, de extrema direita — tiveram importante papel para a derrota.
Estabilidade é improvável
Primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, discursa no Parlamento em Lisboa em 21 de fevereiro de 2025. — Foto: REUTERS/Pedro Nunes
Analistas não veem um mandato forte para nenhum partido, pois, segundo eles, os eleitores estão cansados e desiludidos com os políticos.
O cientista político Adelino Maltez, da Universidade de Lisboa, disse que as pesquisas mostram poucas mudanças nas preferências dos eleitores em relação à última eleição.
Em 2024, a Aliança Democrática (AD), liderada pelo PSD de Montenegro, venceu por apenas 1.500 votos, garantindo 80 assentos na Câmara de 230 lugares. Nas pesquisas, a AD continua marginalmente à frente dos socialistas, que agora têm 78 assentos.
Os dois principais rivais políticos de Portugal só tiveram um acordo desse tipo no Parlamento uma vez, em 1983-1985. "Se não o fizerem isso, haverá mais instabilidade", disse Maltez, que considera os programas dos rivais como amplamente compatíveis.
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