Os produtores brasileiros de noz pecan vivem grande expectativa e projetam bons negócios em 2025. Isso porque o desenvolvimento dos pomares na atual safra sinaliza um potencial de colheita em torno de 7 mil toneladas - mais do que o dobro da obtida neste ano, em virtude dos problemas climáticos -, com preços igualmente atrativos.
Os Estados Unidos, segundo maior produtor da fruta, com cerca de 130 mil toneladas anuais, tiveram suas plantações atingidas pelos fortes furacões que assolaram o país nas últimas semanas, impactando a produção. E já estimam quebra de 15%. E o desdobramento imediato foi a elevação dos preços internacionais, oscilando entre US$ 3,50 e US$ 4 o quilo, com casca.
Conforme o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso, a produção nacional representa apenas 2% do volume global. O País ingressou no mercado internacional como exportador há apenas três anos, tendo comercializado cerca de 500 toneladas em 2022. Mas para 2025, ele acredita que até 2 mil toneladas podem ser negociadas para além das fronteiras. A colheita se inicia em abril, e o Rio Grande do Sul é responsável por 65% da produção nacional.
“Além do mais, pela baixa produção no último ciclo, entraremos o ano sem estoque do produto. E as indústrias deverão ter demanda maior do que o normal. Atualmente, somos importadores, estamos trazendo da Argentina entre 150 toneladas e 250 toneladas para abastecer o nosso mercado interno. Há um mercado imenso de oportunidades e de crescimento para o setor. Precisamos nos desenvolver mais”, diz Basso.
Dos cerca de 10 mil hectares plantados, 7 mil estão em produção – os pés têm um ciclo de oito a 10 anos para dar frutas em volume comercial. Mas o dirigente estima que em 2030 já serão 10 mil hectares na ativa, produzindo até 12 mil toneladas.
“Nosso consumo interno deverá ser de aproximadamente 7 mil toneladas, com outras 5 mil podendo ser colocadas no mercado internacional. O desafio é nos prepararmos com qualidade e variedade de produtos, que já são vários, e há pesquisas interessantes em desenvolvimento, inclusive para exploração da casca como biomassa”, projeta.
A cultura, embora com custo de produção estimado entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por hectare, oferece ótima rentabilidade, quase dobrando o valor investido a cada safra – para a noz com casca. E há muitos produtores, além das indústrias, que já estão colhendo, descascando e processando em casa, para vender nas suas regiões, a preços na casa de R$ 80,00 por quilo.
O momento, projeta Eduardo Basso, é de fortalecer o setor. A abertura da China, maior importador do produto no mundo, para a entrada de noz pecan descascada do Brasil, ocorrida neste ano, é considerada fundamental. Por isso, as indústrias já estão se habilitando junto ao Ministério da Agricultura e ao governo do país asiático para aproveitar a oportunidade.
“As indústrias já começam a ter volume para exportação de produtos, com e sem casca. Vivemos um momento de amadurecimento dos empresários, para participar do mercado internacional com qualidade. E isso é ótimo”, conclui o dirigente do IBPecan.
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