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Qual o melhor processador para PC? Especialistas ensinam o que avaliar

Ter um PC fluído é o sonho de todos, e a escolha do processador certo é um dos passos cruciais para isso, seja na montagem ou no upgrade da máquina. A CPU, "cérebro" responsável por executar os cálculos e processar dados, define o desempenho do computador em tudo: jogos, edição de vídeo, tarefas do dia a dia e aplicações profissionais. Um erro nessa escolha pode comprometer toda a experiência do usuário, mesmo que os outros componentes sejam de alto desempenho.

Para te ajudar na escolha, o TechTudo entrevistou quatro especialistas e esclareceu as principais dúvidas dos usuários. São eles: Diego Cruz, especialista em TI e Software; professor Hércules Lima Ramos, da Escola Tech – FMU; Marco Giroto, fundador da SuperGeeks; e Daniel Bichuetti, CEO da Forlex. Cada um trouxe informações valiosas sobre desempenho, compatibilidade, arquitetura e custo-benefício, ajudando a definir qual processador atende melhor a cada perfil de uso.

 imagem gerada pelo chatgpt Descubra os fatores principais para investir no processador certo para seu PC. Especialistas dão dicas para cada tipo de uso — Foto: imagem gerada pelo chatgpt

Como escolher um bom processador

Independentemente do perfil do usuário, entender o que cada CPU oferece é muito importante para fazer uma escolha consciente. O tipo de uso, número de núcleos, threads, velocidade do clock, tamanho da memória cache, geração e marca do processador impactam diretamente no desempenho e na experiência final. No índice abaixo, detalhamos os principais fatores que devem ser avaliados antes da compra.

  1. Como o tipo de uso influencia na escolha do processador?
  2. Quais cuidados ter para garantir compatibilidade com a placa-mãe e demais componentes?
  3. Processador com gráficos integrados ou placa de vídeo dedicada?
  4. Importância de avaliar a marca e a geração do processador
  5. O que significa a arquitetura de construção e como ela impacta em desempenho e eficiência energética?
  6. Como a quantidade de núcleos e threads influencia no desempenho em diferentes cenários de uso?
  7. Velocidade do clock é determinante para o desempenho? Quando o overclock faz sentido?
  8. Memória cache: importância e aplicação
  9. Equilibrando orçamento e desempenho
  10. Afinal, como escolher o melhor processador para mim?

1. Como o tipo de uso influencia na escolha do processador?

O tipo de uso define diretamente o nível de processador necessário. Para atividades básicas, como navegar na web, escrever textos ou usar planilhas, CPUs de entrada, tipo o Intel Core i3 ou Ryzen 3, são suficientes. Em jogos, o desempenho por núcleo e a velocidade do clock se tornam mais importantes, especialmente para títulos que exigem respostas rápidas. CPUs intermediárias, como Intel Core i5 ou Ryzen 5, equilibram desempenho e preço. Para tarefas avançadas, como edição de vídeo em 4K, renderização 3D ou machine learning, processadores potentes como Intel i7/i9 ou Ryzen 7/9 são recomendados.

O uso determina tudo. Cada tarefa tem uma "fome" diferente por processamento. É como comparar uma bicicleta com um carro esportivo, ambos te levam de A para B, mas a velocidade e capacidade de carga são completamente diferentes.

— Marco Giroto, fundador da SuperGeeks e especialista em tecnologia

 Reprodução/Xiaomi Escolher o processador depende diretamente do tipo de uso do computador. Tarefas do dia a dia, jogos ou edição de vídeo: cada atividade exige um processador diferente — Foto: Reprodução/Xiaomi

2. Quais cuidados ter para garantir compatibilidade com a placa-mãe e demais componentes?

A compatibilidade entre CPU, placa-mãe e outros componentes é importantíssimo. O soquete, que é o encaixe físico do processador, deve corresponder exatamente ao modelo da placa-mãe. Além disso, em modelos mais antigos, pode ser necessário uma atualização de BIOS para suportar chips mais recentes. Outro ponto importante é memória RAM, que pode ser tipo DDR4 ou DDR5, também influencia a performance e deve ser compatível com a CPU e a placa-mãe. Por fim, verificar a potência da fonte e a capacidade do cooler é essencial para evitar superaquecimento e garantir estabilidade.

Ferramentas como o PCPartPicker ajudam a evitar erros de compatibilidade, mostrando apenas peças que funcionam em conjunto. O professor Hércules Lima Ramos reforça que um sistema equilibrado é mais importante do que simplesmente escolher a CPU mais potente, pois componentes incompatíveis podem comprometer todo o desempenho.

3. Processador com gráficos integrados ou placa de vídeo dedicada?

 Reprodução/Freepik: vladyslavhoroshevych Gráficos integrados são suficientes para uso básico; placas dedicadas são necessárias para games e edição — Foto: Reprodução/Freepik: vladyslavhoroshevych

Processadores com gráficos integrados (iGPU) são suficientes para tarefas do dia a dia, navegação, reprodução de vídeos e jogos leves. Modelos como Intel Iris Xe ou AMD Radeon Graphics atendem bem estudantes e usuários domésticos, reduzindo o consumo de energia e os custos do aparelho.

No entanto, para jogos modernos, edição de vídeo ou trabalhos 3D, uma placa de vídeo dedicada (dGPU) se torna indispensável. Caso o usuário negligencie essa informação, será frustrado com travamentos constantes ou impossibilidade de realizar tarefas.

"Gráficos integrados evoluíram muito. Para educação, escritório, programação básica e até desenvolvimento web e games simples, processadores com GPU integrada como Intel Iris Xe ou AMD Radeon Graphics são suficientes e econômicos. Mas quando entramos em criação de jogos, edição de vídeo profissional, machine learning ou renderização 3D, a placa dedicada é indispensável. Para gamers e criadores de conteúdo, não tem discussão: GPU dedicada é obrigatória", conclui Marco Giroto.

4. Importância de avaliar a marca e a geração do processador

A escolha da marca ainda pode ser entendida como uma influência direta às preferências pessoais do usuário, ou ao suporte a tecnologias específicas. Já a geração é mais determinante. CPUs mais recentes trazem eficiência energética, menor aquecimento e compatibilidade com tecnologias modernas, como DDR5 e PCIe 5.0.

O professor Hércules ressalta que comparar processadores da mesma geração é mais confiável do que se guiar apenas por nomes ou números. Um Core i5 de 13ª geração pode superar um Core i7 mais antigo, dependendo da arquitetura e recursos internos. Benchmarks reais são a melhor referência para decidir entre Intel, AMD e Qualcomm, por exemplo.

5. O que significa a arquitetura de construção e como ela impacta em desempenho e eficiência energética?

Arquitetura refere-se ao design interno do processador e define como transistores e núcleos se organizam. Arquiteturas mais modernas, com menor tamanho de transistor, permitem mais deles no mesmo espaço, o que aumenta o desempenho e a eficiência energética.

Já a microarquitetura e as tecnologias como chiplets, predição de desvios e execução fora de ordem afetam diretamente na latência e no desempenho. Processadores com arquitetura avançada geram menos calor e consomem menos energia, oferecendo melhor performance por watt. Isso é essencial para notebooks, desktops compactos e sistemas que priorizam eficiência.

"Arquitetura é o "projeto" de como o processador é construído. Quanto menor, mais transistores cabem no mesmo espaço, gerando mais poder computacional com menos consumo de energia. É física aplicada à computação. Nas nossas aulas de hardware na SuperGeeks, usamos a analogia da cidade: arquiteturas modernas são como cidades planejadas onde tudo está mais próximo e eficiente", explica Marco Giroto.

6. Como a quantidade de núcleos e threads influencia no desempenho em diferentes cenários de uso?

Núcleos são os “cozinheiros” que processam tarefas, e threads são os “braços” que cada cozinheiro tem para dedicar a diferentes multitarefas, explica o professor Hércules Lima Ramos. Mais núcleos e threads permitem lidar melhor com tarefas paralelas, como renderização de vídeo ou compilação de software.

Para jogos, é recomendado focar em núcleos rápidos para um alto desempenho single-core, já que muitos títulos ainda não exploram múltiplos núcleos de forma eficiente. Escolher a quantidade certa depende do tipo do uso planejado e do equilíbrio do sistema como um todo.

 Divulgação/Qualcomm O design interno do processador impacta consumo, calor e velocidade de execução — Foto: Divulgação/Qualcomm

7. Velocidade do clock é determinante para o desempenho? Quando o overclock faz sentido?

A velocidade do clock indica quantos ciclos por segundo cada núcleo executa, influenciando principalmente o desempenho em tarefas que dependem de um único núcleo, como jogos e programas responsivos. Clocks mais altos são importantes para garantir fluidez em games e atividades que exigem rapidez na execução de tarefas.

No entanto, a eficiência por ciclo (IPC) muitas vezes supera a simples frequência: processadores modernos podem ter clocks mais baixos, mas entregar desempenho superior graças a arquiteturas avançadas. Nesse contexto, o overclock só é indicado para entusiastas e gamers competitivos, que possuem refrigeração adequada e compreendem os riscos envolvidos.

Além disso, as tecnologias de boosts automáticos atuais, como Precision Boost (AMD) ou Turbo Boost (Intel), já exploram boa parte do potencial da CPU, tornando o overclock manual desnecessário para a maioria dos usuários, que obtêm desempenho satisfatório sem ajustes adicionais. A escolha requer cuidado e atenção, como explica Hercules Ramos:

"A velocidade do clock, medida em Gigahertz (GHz), é a 'velocidade do pensamento' de cada núcleo. Um clock de 4.5 GHz significa que o núcleo executa 4,5 bilhões de ciclos por segundo. Sim, é um número determinante, mas não é o único. Um processador mais moderno (com melhor arquitetura) pode fazer mais trabalho em cada ciclo, sendo mais eficiente que um antigo com clock maior", conclui.
 Divulgação/AMD Ryzen 5 Pro 4650G tem GPU integrada com clock de 1.900 MHz. Clock alto melhora desempenho em tarefas single-core; overclock é indicado apenas para entusiastas — Foto: Divulgação/AMD

8. Memória cache: importância e aplicação

A memória cache funciona como a “memória de curto prazo” do processador. Ela guarda dados e instruções que são usados com frequência, permitindo que o CPU acesse tais informações de forma mais ágil, sem a necessidade de recorrer à memória RAM (que é mais lenta). Para tarefas simples, como navegar na internet ou editar textos, o impacto do cache é discreto, mas em aplicações complexas, como jogos ou edição de vídeo, ele se torna uma informação crucial para avaliar.

9. Equilibrando orçamento e desempenho

Escolher um processador não é apenas uma questão de potência, mas de alinhar o custo ao uso pretendido. Para estudantes e usuários gerais, um processador intermediário atual oferece desempenho suficiente sem comprometer o orçamento. Já para profissionais de edição, 3D ou gamers exigentes, investir em CPUs mais potentes pode valer a pena, desde que haja equilíbrio com GPU, RAM e armazenamento.

“A performance é sistêmica. Às vezes vale mais investir em SSD NVMe ou mais memória do que em um processador topo de linha, porque a diferença prática para o usuário será maior”, afirma Marcos Giroto.

10. Afinal, como escolher o melhor processador para mim?

Para ajudar na escolha, o professor Hércules Lima Ramos destaca alguns pontos importantes no processo de decisão antes da compra:

  • Defina seu uso principal: seja honesto consigo mesmo. Você vai jogar 80% do tempo ou vai usar planilhas 80% do tempo? Sua escolha depende disso.
  • Estabeleça um orçamento: quanto você pode gastar no conjunto processador, placa-mãe e memória RAM? Um processador um pouco mais barato permite investir em uma placa de vídeo melhor, o que trará mais benefícios para jogos.
  • Pesquise Benchmarks: não confie apenas em nomes "famosos". Procure por testes de desempenho do processador que você quer, sendo usado nos softwares que você vai usar. Vídeos no YouTube com títulos como "Ryzen 5 7600 vs Core i5 13400 in Gaming" ou "Video Editing Benchmark" são seus melhores amigos.
  • Encontre o Ponto de Retorno Decrescente: em cada faixa de preço, há um "campeão". Gastar 500 reais a mais para ter um ganho de apenas 5% no desempenho geralmente não é um bom negócio. Para a maioria das pessoas, o ponto ideal está na família Core i5 ou Ryzen 5 da geração mais recente.
 Raquel Freire/TechTudo Equilibrar preço e performance garante o melhor custo-benefício para cada usuário — Foto: Raquel Freire/TechTudo

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