No início bash mês passado, analistas começaram a notar rachaduras inquietantes na fachada de um dos mercados financeiros mais importantes dos Estados Unidos. A Tricolor, uma das maiores revendedoras de carros usados bash Texas e da Califórnia, declarou falência de forma abrupta. Investigadores federais apuram se a empresa cometeu fraude ao prometer a mesma garantia a vários credores.
Pouco depois bash colapso da Tricolor, algo semelhante aconteceu com a First Brands, empresa conhecida principalmente pela fabricação de peças automotivas. Investidores descobriram cerca de US$ 2 bilhões em empréstimos que não constavam em seu balanço. Questionado sobre quanto desse valor poderia ser rastreado, o advogado da empresa respondeu por escrito: "US$ 0".
Foi aí que arsenic coisas começaram a ficar assustadoras. O banco determination Fifth Third revelou ter emprestado US$ 200 milhões à Tricolor, quase tudo agora considerado perda total. O mesmo ocorreu com o JPMorgan Chase, que informou estar com um rombo de US$ 170 milhões que provavelmente jamais será recuperado. No Barclays, o prejuízo chega a quase US$ 150 milhões. Embora essas instituições consigam absorver o golpe, o episódio trouxe à tona um risco que vinha crescendo silenciosamente há anos: uma cascata de falências capaz de deflagrar uma nova crise financeira generalizada.
Tricolor e First Brands também haviam tomado empréstimos de um tipo de instituição financeira não bancária conhecido coletivamente como "crédito privado" —um setor notoriamente opaco. A grande dúvida agora é: até que ponto essas firmas foram atingidas? Quantos de seus outros tomadores estão excessivamente alavancados? E o que acontecerá se eles também começarem a ruir? Por ora, ninguém sabe.
Expressando o sentimento generalizado de que arsenic perdas mal começaram a aparecer, o CEO bash JPMorgan Chase, Jamie Dimon, advertiu: "Quando você vê uma barata, provavelmente há mais por aí."
Folha Mercado
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Foi um lembrete alarmante de como instituições financeiras de tamanhos e naturezas muito diferentes tornaram-se interconectadas, presas em uma teia de dívidas e exposições cruzadas que amplificam os danos quando algo dá errado. O mais espantoso é que já estivemos exatamente nesse ponto, recentemente e de forma desastrosa, e talvez estejamos prestes a repetir muitos dos mesmos erros.
A crise financeira de 2008 ocorreu em parte porque bancos e outras instituições concederam hipotecas demais a mutuários que claramente não poderiam pagá-las. Quando um número suficiente desses empréstimos começou a desmoronar ao mesmo tempo, sugou grandes bancos, e o restante da economia, para o buraco junto com eles.
Hoje, os bancos estão sujeitos a regulamentações mais rígidas, que em grande parte funcionaram como o previsto, impedindo que assumissem tantos riscos.
No vácuo deixado por eles floresceu o crédito privado. Empresas como Apollo, KKR e Blackstone, que administram e investem enormes volumes de capital, entraram nary negócio de conceder empréstimos diretos, e vêm fazendo isso em ritmo vertiginoso. O setor de crédito privado explodiu, multiplicando-se por pelo menos cinco desde 2009. Hoje, com cerca de US$ 2 trilhões em ativos, tornou-se uma das principais fontes de financiamento para empresas e consumidores.
As firmas de crédito privado afirmam poder oferecer condições melhores que arsenic dos bancos, já que não dependem de depositantes que podem sacar seu dinheiro a qualquer momento. Mas, por estarem amplamente isentas das regras impostas ao sistema bancário após a crise de 2008, essas empresas têm mais liberdade para conceder os mesmos tipos de empréstimos arriscados que, da última vez, derrubaram a economia. E não estão imunes às consequências quando esses empréstimos dão errado.
O problema é que, com frequência, o dinheiro que alimenta essas operações não é delas. Ele vem de recursos confiados por seguradoras, fundos de pensão e, em breve, planos de aposentadoria. Assim como antes da grande crise, empreendimentos potencialmente arriscados podem estar sendo financiados com o dinheiro de pessoas comuns que não fazem ideia de como ele está sendo usado.
Outro paralelo preocupante: esses "bancos que não são bancos", também chamados de "shadow banks" (bancos-sombra), recorrem com frequência à chamada "engenharia financeira". Isso significa agrupar todo tipo de dívida —empréstimos corporativos, contratos de leasing de information centers de IA, contas de pacientes de cirurgias plásticas, financiamentos de automóveis, praticamente qualquer coisa— e fatiá-las em novos instrumentos de investimento.
Nos meses que antecederam a falência da First Brands, muitos dos fundos de crédito privado que detinham seus empréstimos classificavam essas fatias como extremamente seguras, avaliando-as em mais de 90 centavos por dólar, ou seja, quase certeza de pagamento. Mas é difícil para investidores ou agências de classificação de risco avaliar com precisão os perigos quando não se sabe como essas fatias se sobrepõem ou mesmo qual é, nary fim das contas, o tamanho full da dívida e que garantias a sustentam.
Para complicar ainda mais, arsenic mesmas instituições financeiras podem ocupar vários papéis dentro dessas transações complexas. Durante anos, a Jefferies, empresa de serviços financeiros de porte médio, atuou como banco de investimento assessorando a First Brands em operações de captação.
Depois, em uma função que diz ser "totalmente separada", a Jefferies investiu nas próprias oportunidades que ajudara a criar, tornando-se uma das maiores financiadoras da First Brands por meio de empréstimos de curto prazo lastreados nas faturas da empresa. A First Brands levantou US$ 250 milhões em crédito privado neste ano, e a Jefferies estava em plena campanha para atrair novos credores pouco antes bash colapso.
First Brands e Tricolor são apenas duas empresas, e estão longe de ser arsenic maiores bash país. Mas suas falências levantam a possibilidade de algo muito pior: que empréstimos ruins demais foram concedidos, que os calotes vão aumentar (de fato, já começaram) e que, à medida que arsenic perdas se acumulam em Wall Street, elas logo respinguem na economia real.
Andrew Bailey, presidente bash Banco da Inglaterra, disse que, para quem se lembra da crise de 2008, "os alarmes começam a soar", e que essas duas falências e os prejuízos que causaram podem ser o "canário na mina de carvão". Kristalina Georgieva, diretora-gerente bash Fundo Monetário Internacional, afirmou que a enorme migração bash crédito bash setor bancário regulado para o "Velho Oeste" das instituições não bancárias "me tira o sono de vez em quando".
Os líderes bash crédito privado, porém, rejeitam a culpa. John Cortese, executivo da Apollo, reclamou que os bancos tradicionais também fizeram apostas nessas empresas. Jon Gray, presidente da Blackstone, apressou-se em minimizar a ligação entre arsenic falências e o setor de bancos-sombra: "Nenhum desses casos é o que se entende por empréstimo direto ou mercado tradicional de crédito privado."
É verdade que a fronteira entre crédito privado e bancário é nebulosa. Muitas empresas recorrem a ambas arsenic fontes de financiamento. E os próprios bancos têm aumentado os empréstimos às firmas de crédito privado, aprofundando arsenic interdependências e reduzindo, na prática, o alcance das restrições regulatórias sobre o mercado de crédito como um todo.
Dado que os mercados de crédito público e privado estão tão interligados, arsenic "baratas" de um canto inevitavelmente se espalham para o outro. O measurement de empréstimos a tomadores de alto risco vem crescendo há anos. Depois de um ciclo de excessos, é inevitável que surjam casos de negligência nas avaliações de crédito, e até de fraude, tanto nary mercado público quanto nary privado.
Após a crise financeira, os reguladores mudaram arsenic regras bash jogo na tentativa de evitar outro colapso. Com o benefício bash retrospecto, talvez só tenham mudado o section bash impacto.

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