Lecornu renunciou nesta segunda-feira (6), tornando-se o quarto premiê da França a deixar o cargo em um ano. Ele decidiu deixar o cargo após perder o apoio do partido conservador Republicanos, um dos únicos que o sustentava na Assembleia Nacional, equivalente à Câmara dos Deputados na França.
O partido o retaliou após o premiê se negar a atender a uma reivindicação da sigla —nomear um ministro da Defesa conservador.
A saída de Sébastian Lecornu foi ainda mais crítica que a de seus antecessores: ele deixa o poder menos de um mês depois de ser nomeado ao cargo pelo presidente francês, Emmanuel Macron, cuja vida política ficou mais complicada com a nova baixa.
A rejeição da população aos cortes de Macron criou também uma crise de popularidade sem precedentes para o presidente francês, o que se refletiu nas urnas em abril de 2024, quando foi renovado o Parlamento Europeu.
A sigla de Macron sofreu uma dura derrota para a extrema direita na ocasião. Como reação, o presidente francês convocou eleições legislativas antecipadas — na França , presidente e primeiro-ministro governam em conjunto, mas não precisam, necessariamente, ser aliados, já que cada cargo é eleito em pleitos diferentes.
Novamente, o partido centrista de Macron encolheu. A extrema direita, de Marine Le Pen, liderou o 1º turno, mas acabou também derrotada para o bloco da esquerda, que conquistou uma surpreendente vitória no 2º turno.
Ainda assim, ninguém obteve maioria necessária para formar governo, e Macron acabou optando por nomear seu próprio primeiro-ministro. Na França, o presidente é o chefe de Estado e tem a prerrogativa de poder escolher um primeiro-ministro, ignorando os resultados das urnas.
Mas o plano de Macron falhou, e Barnier caiu apenas três meses depois, derrotado por um voto de desconfiança.
👉 O voto de desconfiança é um mecanismo de governos parlamentaristas através do qual deputados podem votar se o primeiro-ministro segue ou não apto a ocupar o cargo.
Acuado, Macron dobrou a aposta e voltou a nomear um premiê ignorando os resultados do pleito: ele escolheu, desta vez, o centrista François Bayrou, veterano na política europeia.
Mas a experiência não adiantou, e Bayrou renunciou após nove meses de gestão por também perder voto de confiança no Parlamento.
Para evitar voltar às urnas e sofrer uma nova derrota política, o presidente francês escolheu então, em 9 de setembro, o ex-ministro da Defesa Sébastien Lecornu, que acabou pressionando politicamente.
Lecornu foi o quinto premiê do segundo mandato de Macron, que começou em 2022.
Agora, Macron pediu mais tempo a Lecornu enquanto decide cede à pressão e convoca novas eleições. “Não há outra solução. A única atitude sensata nessas circunstâncias é retornar às urnas", disse a líder da extrema direita, Marine Le Pen, que também pediu a renúncia de Macron.
"Chegamos ao fim do caminho", afirmou.
O presidente francês tem mandato para governar até 2027, mas uma derrota em novas eleições legislativas podem tornar seu governo ainda mais inviável e forçar uma renúncia.
O líder partido de extrema esquerda França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, disse que solicitará ao Parlamento francês o voto de uma moção de impeachment de Macron.
O primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6) após menos de um mês no cargo.
Lecornu apresentou uma carta de demissão poucas horas após o gabinete de Macron ter anunciado uma nova composição de governo, com uma reformulação de ministros para trabalharem sob Lecornu.
O primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu, que apresentou sua renúncia ao presidente francês esta manhã, faz uma declaração no Hotel Matignon em Paris, em 6 de outubro de 2025. — Foto: Reuters/Stephane Mahe/Pool
Lecornu, de 39 anos, foi o ministro da Defesa mais jovem da história francesa e idealizador de um grande reforço militar até 2030, impulsionado pela guerra da Rússia na Ucrânia.
Ex-conservador que se juntou ao movimento centrista de Macron em 2017, Lecornu ocupou cargos em governos locais, territórios ultramarinos e durante o "grande debate" dos coletes amarelos de Macron, onde ajudou a controlar a revolta popular por meio do diálogo.

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