O otimismo com a geração de negócios e com a reconstrução do Rio Grande do Sul, após os estragos causados pela enchente de maio e junho, foi a tônica dos discursos de abertura da 33ª Mercopar, nesta terça-feira (15), em Caxias do Sul. A solenidade de abertura do evento, que segue até sexta (18), no Parque de Eventos da Festa Nacional da Uva, teve a presença do governador Eduardo Leite, de representantes de entidades empresariais e lideranças políticas.
A Mercopar é promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae RS) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). O horário de funcionamento é das 13h às 20h. Durante a cerimônia foi anunciada a data da próxima edição: 14 a 17 de outubro de 2025.
Na avaliação do governador, a geração de negócios que a Mercopar representa contribui para que o Rio Grande do Sul seja a quarta economia do País, mesmo sendo o sexto estado brasileiro em população. “Somos o terceiro na indústria de transformação, o quarto em exportação industrial e o primeiro em inovação nos rankings nacionais. A Mercopar tem participação nisso, porque transforma o DNA do povo gaúcho, que é empreendedor e trabalhador e tem apreço pelo conhecimento, em geração de riqueza”, acrescentou.
Adiantou que trabalha em um plano de desenvolvimento focado em conectar o Estado com tendências de futuro, o que, para o chefe do Executivo gaúcho, é exatamente o que a feira faz há anos. Assinalou que o governo superou a fase inicial de desequilíbrio fiscal, o que lhe permite investir em melhorias da infraestrutura ao longo dos próximos anos. “Já avançamos por meio de ações próprias ou em parcerias com o setor privado, caso da concessão das rodovias da Serra Gaúcha e do Vale do Caí. Melhoramos, mas queremos mais”, ressaltou.
Citou também a situação da empresa Portos RS, que está aplicando integralmente seus recursos. Diferentemente de anos anteriores quando o resultado era repassado ao Tesouro para cobrir o déficit. “Entre 2012-2022, o investimento nos portos gaúchos foi de R$ 30 milhões. Nos últimos dois anos, já são mais de R$ 300 milhões”, exemplificou. Anunciou também que a Fundação de Amparo à Pesquisa terá, em 2025, um orçamento histórico para aumentar investimentos em inovação.
Fez menção também à mobilização da população para enfrentar as enchentes de maio e, atualmente, o forte trabalho para a reconstrução do estado. “Fomos observados pela dor. Agora, já nos veem pela capacidade de superação. Temos força e valor que precisam ser respeitados”, afirmou.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae RS, Luiz Carlos Bohn, ressaltou que a Mercopar é realizada pelo fomento dos negócios e está amparada em duas premissas que andam juntas. A primeira é a base da vida em sociedade, prática histórica repetida ao longo dos séculos que moldou a economia moderna. E a segunda é a inovação, que classifica como condição para a sustentabilidade das empresas em qualquer setor econômico. “Vocês vão perceber que esses dois conceitos estarão mais unidos do que nunca. A Mercopar é uma oportunidade para conhecer mais do que o Rio Grande do Sul tem a oferecer para o Brasil e para o mundo”, afirmou.
O representante da Fiergs, o vice-presidente Ubiratã Rezler, reforçou a importância da Mercopar por promover conhecimento, tecnologias, inovação, tendências, relacionamentos e conexões. Atual presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, destacou que, a partir da parceria em 2019, a feira dobrou de tamanho e gerou oito vezes mais negócios. Comentou a situação das enchentes, que trouxeram desafios e crises. “A tragédia atingiu a todos, com perdas de pessoas, estruturas públicas e operações privadas. A Mercopar é mais uma oportunidade para a reconstrução do estado, para retomar os projetos e aumentar a competitividade das empresas”, frisou.
Para a prefeita em exercício, Paula Ioris, a verdadeira inovação é a que se consegue por meio do conhecimento e com preocupação com todos os segmentos. Assinalou que ESG não é moda, mas determinante para as estratégias de crescimento das empresas. Ao discordar da afirmação “de que não atrapalhando, o poder público já ajuda”, defendeu que o Estado deve atuar conjuntamente com a sociedade visando ao desenvolvimento da coletividade.
A vitrine de produtos e serviços vitrine está disposta em 38 mil m², sendo 17 mil m² destinados aos mais de 550 expositores e 90 startups, ampliando em 2 mil m² a totalidade de área ocupada pelos estandes na edição anterior. A feira foi 100% comercializada e está focada na geração de negócios, com expectativa de mais de 5 mil rodadas de negócios. Promotor da feira, que ocorre ininterruptamente desde 1992, o Sebrae RS ganhou a parceria da Fiergs em 2019, o que contribuiu para o crescimento do evento em diversas áreas.
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