O New York Times destacou em sua reportagem que os detidos "tinham um 'alto nível de conhecimento técnico militar' para organizar um complô".
O jornal americano conversou com o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, que disse que seu cliente não teve envolvimento ou conhecimento do complô.
Alexandre de Moraes e Lula foram alvos de plano de assassinato. — Foto: Getty Images via BBC
Segundo depoimento do advogado de Bolsonaro ao New York Times, o ex-presidente "nunca concordou ou participou de qualquer tipo de plano dessa natureza".
O New York Times afirmou que "as prisões fazem parte de uma investigação mais ampla sobre uma tentativa de golpe e o papel de Bolsonaro na tentativa de manter o poder após a última eleição presidencial do Brasil, quando ele foi derrotado por pouco por Lula".
"Bolsonaro negou diversas vezes ter cometido qualquer irregularidade, chamando a investigação de perseguição política."
O Financial Times, jornal financeiro de Londres, destacou que "as prisões marcam uma novidade significativa nas investigações em andamento sobre supostas tentativas de reverter ilegalmente a eleição de Lula".
O jornal fala que os conspiradores "aprovaram a intriga em uma reunião na casa do companheiro de chapa derrotado de Bolsonaro, o general aposentado e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, disse o documento da Suprema Corte".
"O grupo supostamente planejava instituir um 'gabinete de crise' após o golpe, liderado por um general aposentado do exército e Braga Netto. Ele não respondeu a um pedido de comentário."
O Financial Times disse que "no final, nenhum golpe ocorreu na nação mais populosa da América Latina".
"Mas dias após a posse de Lula no ano passado, milhares de apoiadores radicais de Bolsonaro saquearam prédios do governo em Brasília em 8 de janeiro de 2023, pedindo intervenção militar para anular o resultado da eleição, que eles alegaram sem evidências ter sido fraudada", afirma o jornal.
O também britânico The Guardian afirmou que "as últimas revelações representam as mais sérias que vieram à tona até agora durante a investigação sobre as tentativas de golpe orquestradas por apoiadores de Bolsonaro após os resultados das eleições de 2022".
O jornal britânico destacou que "a falta de apoio total entre os membros do alto comando do Exército" seria a "possível razão pela qual o plano não foi efetivamente executado".
A rede Al Jazeera destacou que "esta foi a primeira vez na investigação da suposta tentativa de golpe que a Polícia Federal mencionou um complô para matar Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin."
"A polícia disse que os suspeitos sob investigação planejaram a instalação de um 'Gabinete de Gestão de Crise Institucional' para administrar os problemas decorrentes do golpe", afirma a Al Jazeera.
A rede americana CNN noticiou que "de acordo com um mandado policial cumprido na terça-feira, Bolsonaro teria se encontrado com autoridades do Exército e da Marinha, bem como com o ministro da Defesa, em dezembro de 2022, para apresentar um documento detalhando o arcabouço legal que o manteria no poder".
"O ex-presidente negou repetidamente as alegações de tentativa de golpe."
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