Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, após a movimentação dos EUA, “deixaram de existir as condições” para manter a suspensão que vinha sendo seguida por vontade própria.
O ex-presidente Dimitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, culpou os países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela mudança de posição.
“A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre a retirada da moratória sobre a implantação de mísseis de médio e curto alcance é resultado da política antirrussa dos países da OTAN", escreveu ele na rede social X.
Em 2019, os EUA acusaram a Rússia de violar o tratado ao desenvolver o míssil 9M729, que teria alcance de até 1.500 km. Moscou negou a violação, mas seguiu Washington e também deixou o acordo.
Pouco depois, a Rússia propôs manter uma moratória voluntária, prometendo não instalar esse tipo de arma. A condição era que os EUA também não instalassem.
Míssil intercontinental balístico russo Yars é lançado em exercício de guerra nuclear em Plesetsk, em 2022 — Foto: Ministério da Defesa da Rússia/AP Photo
O porta-voz russo, Dmitry Peskov, afirmou que todos devem ser “muito, muito prudentes” ao falar do tema. Ele minimizou a ação americana, dizendo que esses submarinos “já estão em serviço” de forma permanente e que a Rússia não vê isso como uma escalada na tensão nuclear.
Trump anunciou o envio dos submarinos na sexta-feira (1º), depois de uma troca de ameaças com Medvedev. O presidente americano não revelou para onde os submarinos foram enviados nem se eles têm ogivas nucleares.
A Marinha dos EUA opera 71 submarinos com propulsão nuclear, incluindo 14 com mísseis balísticos nucleares.
Nos últimos meses, Trump adotou uma postura mais conciliadora com Vladimir Putin, mas também expressou frustração e ameaçou novas sanções caso a Rússia não encerre a guerra na Ucrânia.
Em meio a essa escalada, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deve visitar Moscou ainda esta semana, antes do prazo dado ao governo russo para encerrar o conflito, que termina em 8 de agosto.
Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro