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Separatistas sequestram trem no Paquistão e mantém 250 reféns; grupo tem homens-bomba e promete executar 5 pessoas por hora

Forças de segurança paquistanesas tentam libertar os passageiros nesta-quarta-feira (12), mas travam um impasse com os sequestradores, que têm homens-bomba e ameaçaram executar cinco reféns por hora até o governo cumprir suas exigências.

As forças de segurança estão evitando um confronto direto com os sequestradores, entrincheirados dentro do trem, por conta de preocupações com a segurança dos passageiros. Segundo o governo, a área remota e de difícil acesso em que o sequestro aconteceu também dificulta e estende o processo de resgate. O Exército paquistanês está participando da operação.

O Exército de Libertação do Baluchistão (ELB) assumiu a responsabilidade pelo ataque na terça-feira, ocorrido dentro de um túnel no distrito de Bolan, na província do Baluchistão, no sudeste do país. O trem viajava de Quetta para a cidade de Peshawar, no norte do país, quando foi atacado. Entre 70 e 80 militantes atuaram no sequestro, segundo uma fonte de segurança da agência de notícias Reuters.

Os militantes do grupo forçaram o trem Jafer Express, de nove vagões, a parar após explodir os trilhos e lançaram foguetes contra a locomotiva. O maquinista ficou ferido, e os guardas a bordo foram atacados, mas não há detalhes sobre quantos eram ou o que aconteceu com eles. Segundo a Reuters, há mortos no trem, e um deles seria o maquinista.

O porta-voz do grupo, Jeeyand Baloch, afirmou que os militantes estavam dispostos a libertar os passageiros caso as autoridades concordassem em soltar militantes presos. Até o momento, o governo não se pronunciou oficialmente, mas já rejeitou demandas semelhantes no passado.

Pelo menos 30 militantes do ELB foram mortos em confrontos com as forças do governo desde terça-feira. Até o final da quarta-feira, as forças de segurança haviam resgatado 190 dos 450 passageiros que estavam inicialmente no trem, de acordo com três autoridades de segurança de alto escalão.

Helicópteros estavam apoiando as forças paquistanesas na região montanhosa, disse o porta-voz do governo Shahid Rind, que descreveu o ataque como "um ato de terrorismo".

As autoridades informaram que há mulheres e crianças entre os resgatados. Agentes de segurança foram mortos em confrontos com os sequestradores, mas o número de mortes não foi revelado. Os passageiros resgatados estão sendo enviados para suas cidades de origem, enquanto os feridos recebem tratamento em hospitais no distrito de Mach. Outros foram levados para Quetta, a capital provincial, a cerca de 100 km de distância.

Esta foi a primeira vez que os separatistas do BLA sequestraram um trem, embora o grupo já tenha atacado ferrovias no passado. O BLA regularmente ataca forças de segurança paquistanesas e também já alvejou civis, incluindo cidadãos chineses que trabalham em projetos bilionários ligados ao Corredor Econômico China-Paquistão. Estima-se que o BLA tenha cerca de três mil combatentes.

O Paquistão abriga milhares de trabalhadores chineses como parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, que financia grandes projetos de infraestrutura, incluindo portos e aeroportos no Baluchistão. A China condenou o ataque e a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que Pequim "continuará a apoiar firmemente o Paquistão no avanço de seus esforços de combate ao terrorismo".

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