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Shutdown nos EUA: Trump exige que controladores aéreos voltem ao trabalho 'agora'; 1.600 voos foram cancelados nesta segunda

"Todos os controladores de tráfego aéreo devem retornar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá uma redução substancial no salário", escreveu o presidente em sua plataforma Truth Social.

Controladores de tráfego aéreo nos EUA pararam de receber salários em outubro por conta da paralisação do governo, que entrou no 41º dia nesta segunda-feira. A classe já trabalha no limite por conta da escassez de pessoal, e com o shutdown muitos têm faltado ao trabalho dizendo que estão doentes —isso deixou o tráfego aéreo no país sujeito a ainda mais no limite.

O presidente americano ainda ameaçou demitir os controladores aéreos que faltem ao trabalho e prometeu um bônus US$ 10 mil (cerca de R$ 53 mil) para cada "grande patriota" que não tiver tirado nenhum dia de folga. Isso seria uma recompensa para o "serviço distinto prestado aos EUA", segundo Trump.

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"Para aqueles que só reclamaram e tiraram folga, mesmo sabendo que seriam pagos INTEGRALMENTE em breve, NÃO ESTOU FELIZ COM VOCÊS (...) Se quiserem deixar o serviço em breve, não hesitem em fazê-lo, sem nenhum pagamento ou indenização de qualquer tipo! Vocês serão rapidamente substituídos por verdadeiros patriotas", afirmou Trump.

Desde sexta-feira, um total de 7,1 mil voos domésticos foram cancelados e 28 mil sofreram atrasos, segundo a plataforma de monitoramento FlightAware. Nesta segunda-feira, mais de 1,6 mil voos foram cancelados e mais de 3 mil sofreram atrasos.

O Senado americano aprovou na noite de domingo um pacote orçamentário para financiar o governo federal até o fim de janeiro, o que abriu caminho para o fim do shutdown. No entanto, o texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado por Trump.

Transporte aéreo irá ao mínimo

“Só vai piorar. Nas duas semanas antes do Dia de Ação de Graças, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo. Há muitas pessoas que querem voltar para casa para o feriado, querem ver suas famílias, querem celebrar este grande feriado americano (...) muitos deles não vão conseguir embarcar em um avião, porque não haverá tantos voos disponíveis se o governo não voltar a funcionar”, disse Duffy em entrevista à rede CNN Internacional.

Veja abaixo quais são os 40 aeroportos dos EUA que estão sofrendo cortes nos voos:

Durante os 40 dias de paralisação, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança trabalharam sem salário. A ausência crescente tem afetado as operações. Muitos controladores foram avisados na quinta-feira (6) que não receberiam pagamento pela segunda quinzena seguida.

O governo Trump tenta pressionar democratas no Congresso a aprovar o orçamento republicano que permitiria reabrir o governo. A possibilidade de grandes interrupções no setor aéreo faz parte dessa pressão.

Já os democratas dizem que os republicanos são responsáveis pelo impasse por se recusarem a negociar a extensão dos subsídios de saúde.

Duffy disse a jornalistas que pode exigir cortes de até 20% se a situação piorar e mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados”, afirmou. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo.”

Voo da Alaska Airlines decola do Aeroporto Internacional de Los Angeles, em 6 de novembro de 2025. — Foto: REUTERS/Mike Blake

Os cortes começaram às 8h (horário de Brasília) de sexta-feira e incluem milhares de voos das quatro maiores companhias aéreas — American, Delta, Southwest e United. A redução deve subir para 6% na terça-feira (11) e chegar a 10% até 14 de novembro, caso a paralisação continue.

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, publicou a foto de um painel de voos cheios de cancelamentos. “O shutdown republicano parou os EUA — bem na época de fim de ano!”, escreveu.

No início da semana, o administrador da FAA, Bryan Bedford, disse que entre 20% e 40% dos controladores têm faltado ao trabalho diariamente.

American Airlines diz que novos cortes serão “problemáticos”. O CEO da empresa, Robert Isom, afirmou que não espera um impacto significativo imediato para passageiros com as reduções ordenadas pelo governo, mas disse que o efeito tende a aumentar.

A American informou à Reuters que cancelou 220 voos nesta sexta-feira, afetando 12 mil passageiros, e que conseguiu realocar a maioria em poucas horas. Menos voos devem ser cortados no fim de semana, quando o volume programado cai.

A United disse que metade dos passageiros afetados conseguiu ser realocada em até quatro horas. A empresa cancelou 184 voos nesta sexta e prevê cortar 168 no sábado (8) e 158 no domingo (9).

Duffy havia anunciado na quarta-feira que os cortes seriam de 10% já nesta sexta. Mas a FAA decidiu começar com 4% para reduzir o impacto.

Segundo Duffy, dados de segurança motivaram a decisão, incluindo registros de aeronaves que não mantiveram distância adequada e incursões em solo.

A FAA também está restringindo lançamentos espaciais, e autoridades afirmam que podem cortar até 10% dos voos de aviação privada em aeroportos de grande movimento. Voos internacionais não são afetados.

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