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Sobreviventes de 1º ataque dos EUA no Caribe estavam desarmados e passaram 1h tentando se salvar antes de serem mortos, diz agência

Duas fontes que tiveram acesso às imagens, exibidas a portas fechadas no Capitólio americano, contaram que elas mostram a fumaça se dissipando e dois homens, que de alguma forma sobreviveram à explosão, agarrados à proa da embarcação.

Eles estavam sem camisa, desarmados e não carregavam nenhum equipamento de comunicação visível. Também pareciam não ter ideia do que acabara de acontecer, ou que os militares dos EUA estavam considerando se deveriam finalizá-los, ainda de acordo com as fontes ouvidas.

O almirante Frank Bradley, que chefiava o Comando Conjunto de Operações Especiais na época, teria concluído, então, que os destroços provavelmente estavam sendo mantidos à tona porque continham cocaína e, por isso, decidiu que precisaria atacar a embarcação novamente.

O vídeo termina exibindo três munições adicionais sendo disparadas contra a embarcação danificada, disseram as fontes.

"O vídeo os acompanha por cerca de uma hora enquanto tentam virar o barco de volta. Eles não conseguiram. Dava para ver os rostos, os corpos... Aí, bum, bum, bum", afirma uma delas.

Este foi o primeiro de 22 ataques a navios de narcotráfico realizados pelas forças armadas dos EUA como parte da campanha do governo Trump para conter o fluxo de drogas ilegais para os Estados Unidos. Eles já deixaram 87 mortos.

De acordo com a Reuters, as reações dos parlamentares que assistiram as imagens dividiram-se por linhas partidárias: os democratas expressaram consternação, enquanto os republicanos defenderam a greve como legal.

O senador Tom Cotton, do Arkansas, presidente republicano do Comitê de Inteligência do Senado, disse que Bradley e Hegseth fizeram exatamente o que se esperava deles:

"Vi dois sobreviventes tentando virar um barco carregado de drogas com destino aos Estados Unidos para que pudessem continuar lutando".

Já o o deputado Jim Himes, de Connecticut, principal democrata na Comissão de Inteligência da Câmara, disse a repórteres após a reunião que aquela era "uma das coisas mais preocupantes" que já tinha visto.

O senador Jack Reed, de Rhode Island, principal democrata na Comissão de Serviços Armados do Senado, seguiu a linha do colega de partido e disse estar "profundamente perturbado" com o vídeo e afirmou que ele deveria ser divulgado ao público.

O Manual de Direito da Guerra do Departamento de Defesa dos EUA proíbe ataques contra combatentes incapacitados, inconscientes ou náufragos, desde que se abstenham de hostilidades e não tentem escapar. O manual cita o disparo contra sobreviventes de naufrágios como um exemplo de ordem "claramente ilegal" que deve ser recusada.

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