O grupo, conhecido como Nihon Hidankyo — um movimento dos hibakusha (sobreviventes) — enviou nesta sexta-feira (31) uma carta de protesto à embaixada dos EUA no Japão após o anúncio da ordem, feito por Trump no dia anterior em sua rede social Truth Social.
A Hidankyo, vencedora do Nobel da Paz em 2024, declarou em comunicado que a ordem "contradiz diretamente os esforços das nações em todo o mundo que se empenham por um mundo pacífico, sem armas nucleares, e é totalmente inaceitável".
O prefeito de Nagasaki também condenou a diretiva, afirmando que ela "despreza os esforços de pessoas em todo o mundo que têm suado sangue e lágrimas para realizar um mundo sem armas nucleares".

Veja os vídeos que estão em alta no g1
O prefeito de Hiroshima, Shiro Suzuki, chegou a questionar se a retomada dos testes não tornaria Trump "indigno do Prêmio Nobel da Paz", referindo-se à intenção da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, de indicar o líder americano para o prêmio.
Os sobreviventes carregam décadas de trauma físico e psicológico, além do estigma resultante do único uso de armas nucleares em combate na história, quando os EUA lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.
Cerca de 140.000 pessoas morreram em Hiroshima e outras 74.000 em Nagasaki, muitas delas devido aos efeitos da exposição à radiação. Outros dois grupos de sobreviventes sediados em Hiroshima também se manifestaram, afirmando que "protestam veementemente e exigem firmemente que tais experimentos não sejam conduzidos".
Ordem surpreende e levanta dúvidas Donald Trump ordenou a retomada dos testes, suspensos há mais de 30 anos, alegando que o Departamento de Guerra foi instruído a iniciar os testes de armas nucleares "em igualdade de condições", em resposta aos programas de testes de outros países. A ordem foi publicada nas redes sociais minutos antes de Trump se encontrar com o líder chinês Xi Jinping, durante uma cúpula na Coreia do Sul.
No entanto, o anúncio deixou muitas dúvidas. Não ficou claro se o presidente se referia ao teste de sistemas de armas ou à condução de explosões de teste reais — algo que os Estados Unidos não realizam desde 1992. A última explosão de teste nuclear dos EUA ocorreu em setembro daquele ano: uma detonação subterrânea de 20 quilotons.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, defendeu a necessidade dos testes, afirmando que eles são "uma parte importante da segurança americana, para garantir que esse arsenal nuclear que temos realmente funcione corretamente".
Reações internacionais A comunidade internacional reagiu com preocupação. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os planos de retomada como "regressivos e irresponsáveis", além de representar "uma séria ameaça à paz e segurança internacionais".
As declarações de Trump vieram na esteira de anúncios russos sobre testes bem-sucedidos de mísseis de cruzeiro com capacidade nuclear e drones submarinos. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, questionou se Trump havia sido informado corretamente, esclarecendo que os exercícios russos recentes "não podem, de forma alguma, ser interpretados como testes nucleares".
A China, por meio de seu porta-voz Guo Jiakun, fez um apelo para que os Estados Unidos "cumpram seriamente" a proibição global de testes nucleares. Os EUA são signatários do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) desde 1996, e qualquer teste de ogivas constituiria uma violação flagrante desse acordo.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou que "o teste nuclear nunca pode ser permitido sob nenhuma circunstância".
Apesar de defender a retomada dos testes, Trump também repetiu a alegação de que deseja negociações com a Rússia e a China sobre a redução dos arsenais nucleares, afirmando que "a desnuclearização seria uma coisa tremenda". No entanto, a retórica nuclear tem retornado à diplomacia global desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Trump também afirmou que os EUA possuem mais armas nucleares do que qualquer outro país. Essa alegação, contudo, é refutada por estatísticas do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI), que indicam que a Rússia possui 5.489 ogivas nucleares (ou 4.309 ogivas implantadas ou armazenadas, dependendo da fonte específica), em comparação com 5.177 (ou 3.700) dos Estados Unidos e 600 da China.
Reações da Imprensa O jornal francês Le Figaro destacou que a Coreia do Norte é o único país que realizou testes nucleares no século XXI, sendo o último em 2017. O diário também observou que, embora Estados Unidos, China e Rússia sejam signatários do Tratado de Proibição de Testes Nucleares, o acordo nunca entrou em vigor por falta de ratificação — inclusive pelos próprios EUA. Em 2023, a Rússia retirou sua assinatura, criticando Washington.
Já o jornal Le Parisien analisou que a retomada dos testes "traz de volta um imaginário do passado", e que líderes internacionais devem lidar com a "ambiguidade estratégica" em torno da corrida nuclear. O jornal aponta que, embora o arsenal nuclear global tenha diminuído nas últimas décadas, a guerra na Ucrânia "pode inverter a curva nos anos seguintes". A publicação conclui: "Os países não falam mais em se desarmar, mas reaprendem a viver sob ameaça."

 German (DE)
                                German (DE)                 English (US)
                                English (US)                 Spanish (ES)
                                Spanish (ES)                 French (FR)
                                French (FR)                 Hindi (IN)
                                Hindi (IN)                 Italian (IT)
                                Italian (IT)                 Portuguese (BR)
                                Portuguese (BR)                 Russian (RU)
                                Russian (RU)                 7 horas atrás
                        1
         
            7 horas atrás
                        1
                    /https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/w/7/cOujAZRUGbWc4bm7nn5Q/2025-10-08t131847z-1271458750-rc217haekokr-rtrmadp-3-sudan-politics-fashir.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/B/S/l1bWHbS7yxMSSSUllZ3Q/fotojet-2025-07-19t112604.247.jpg)
/https://s04.video.glbimg.com/x720/992055.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/j/n/MXVJLmTyWadiW58jNHiA/2025-10-29t212650z-1327236097-rc2xlha5jjt2-rtrmadp-3-netherlands-election.jpg)

:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro