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Stalkeia o crush sem seguir? Veja o que isso diz sobre você

Entrar no perfil do crush, rolar o feed, ver stories antigos e sair sem deixar rastros. O gesto é discreto, repetido e, para muita gente, quase automático. Nas redes sociais, stalkear sem seguir se tornou uma forma silenciosa de se aproximar, testar limites e tentar entender o outro antes de qualquer exposição direta. Contudo, esse comportamento, que parece inofensivo à primeira vista, pode revelar mais sobre quem observa do que sobre quem é observado.

O TechTudo conversou com duas psicólogas que analisam o impacto do stalking silencioso nas relações e na saúde mental. Confira os principais pontos levantados pelas especialistas e o que esse hábito pode indicar sobre seus sentimentos, seus medos e sua forma de se conectar no ambiente digital.

 pikisuperstar | FreeP!k Analisar discretamente o perfil do crush pode dizer muito sobre você — Foto: pikisuperstar | FreeP!k

Stalking silencioso: o que essa prática diz sobre você?

Entrar discretamente no perfil do seu pretendente amoroso pode ter raízes mais profundas do que imagina. Entenda agora o que motiva essa prática, quando ela é natural e em que ponto começa a gerar sofrimento emocional. Confira os tópicos que vamos abordar nesta matéria:

  1. O que isso quer dizer sobre você, segundo especialista
  2. Quando é saudável vs quando vira problema?
  3. Como isso afeta sua saúde mental?
  4. Dicas para evitar a prática

1. O que isso quer dizer sobre você, segundo especialista

Ao acompanhar de longe, a pessoa acredita que reduz riscos, evita rejeição e mantém uma sensação de segurança. Segundo a psicóloga e mestranda em Psicologia Clínica, na linha de Neurociências, pela PUC-Rio Danielle Soares de Oliveira, esse tipo de comportamento revela cautela e dificuldade de lidar com o desconhecido nas relações.

“Para muitas pessoas, é uma forma de observar o outro mantendo uma sensação de segurança emocional, especialmente quando existe receio de rejeição. Esse comportamento não indica necessariamente algo patológico, mas revela uma maneira cautelosa de se aproximar e de reduzir a ansiedade diante do desconhecido.”, explica Danielle.

Já a psicóloga e neuropsicóloga Wanessa Berba explica que a busca excessiva por informações funciona como uma preparação emocional que, aos poucos, consome a pessoa.

“É como se a pessoa tentasse obter informação suficiente para se sentir segura antes de se aproximar. Só que, em vez de diminuir a ansiedade, esse hábito frequentemente a alimenta.”, reforça Wanessa Berba.
 Reprodução/Freepik Especialistas alertam: observar a pessoa sem seguir pode ser autoproteção emocional, mas não indica patologia — Foto: Reprodução/Freepik

2. Quando é saudável vs quando vira problema?

Sentir curiosidade por alguém faz parte da experiência afetiva e, isoladamente, não representa um problema. A linha começa a ser cruzada quando o comportamento deixa de ser ocasional e passa a ocupar um espaço fixo na rotina, funcionando como uma válvula de escape para ansiedade ou insegurança.

Wanessa Berba explica que o sinal de alerta aparece quando o ato de stalkear se transforma em um ciclo difícil de interromper, gerando alívio momentâneo seguido de mais ansiedade.

“A curiosidade em si é natural — querer saber mais sobre alguém por quem sentimos interesse faz parte da experiência humana. Porém, o problema surge quando essa busca deixa de ser pontual e passa a ser repetitiva, ritualizada. A partir do momento em que a pessoa percebe que não consegue parar, que sente alívio temporário ao olhar o perfil e logo volta a fazê-lo novamente, estamos entrando no campo do comportamento problemático ou até mesmo obsessivo.”, aponta a especialista.
 Sandra Mastrogiacomo/TechTudo A curiosidade é natural, mas vira problema quando deixa de ser pontual e se torna repetitiva — Foto: Sandra Mastrogiacomo/TechTudo

3. Como isso afeta sua saúde mental?

O stalking costuma vir acompanhado de comparações constantes e expectativas irreais. Ao consumir apenas recortes editados da vida do outro, a pessoa passa a se medir por padrões que não refletem necessariamente a realidade. De acordo com Danielle Soares, esse envolvimento emocional baseado em projeções tende a alimentar ansiedade e frustrações.

“O stalking silencioso pode intensificar a autocrítica, já que muitas vezes coloca a pessoa em comparação com uma versão idealizada do crush. Esse movimento pode contribuir para o aumento da ansiedade e para a sensação de inadequação. Emocionalmente, a pessoa se envolve com uma versão editada do outro, o que reforça esperanças que nem sempre têm base concreta.”, destaca a psicóloga.
 Reprodução/Freepik O stalking silencioso pode ampliar a autocrítica ao estimular comparações com uma versão idealizada do crush — Foto: Reprodução/Freepik

4. Dicas para evitar a prática

A tela virou extensão da mão do brasileiro. O Brasil já está no topo do ranking da vida digital com 48% da população ficando mais de 5 horas por dia em telas, segundo pesquisa da Cisco e da OCDE. Portanto, reduzir esse hábito exige mais do que parar de acessar um perfil. O processo começa com autoconhecimento e com a identificação das emoções que levam à repetição desse comportamento. Entender de onde vêm esses impulsos é um passo essencial para quebrar o ciclo.

Wanessa Berba destaca a importância de criar limites claros no uso das redes sociais e buscar alternativas mais funcionais para lidar com esses sentimentos.

“A primeira é identificar o gatilho: é ansiedade? Solidão? Medo de rejeição? Em seguida, estabelecer limites concretos, como horários para usar redes sociais, evitar procurar ativamente pelo perfil do crush e substituir o comportamento por ações mais funcionais, como conversar com amigos ou registrar pensamentos em um caderno pessoal.”, observa Wanessa.

Para Danielle Soares, construir vínculos mais saudáveis passa por encarar a diferença entre o mundo lúdico e o que é possível na vida real.

“Quando há interesse romântico, construir limites saudáveis envolve reconhecer a diferença entre fantasia e realidade e dar pequenos passos de exposição autêntica, para que o vínculo se desenvolva com menos ansiedade e mais clareza.”, afirma Danielle.

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