No comunicado, o governo brasileiro disse considerar a medida do governo Donald Trump "injustificável" e afirmou que avaliará ações de resposta.
"Tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões", completa o documento.
"O governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países", acrescenta o comunicado.
Trump e Lula: elevação de tarifas de importação sobre aço e alumínio pelos EUA afetam empresas brasileiras — Foto: Reuters
Ao longo dos últimos dias, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, além do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniram com autoridades americanas para discutir o tema.
Paralelamente a essas reuniões de Alckmin e Vieira, o próprio presidente Lula chegou a falar publicamente que o Brasil iria adotar o princípio democrático da reciprocidade, por meio do qual iria sobretaxar os produtos americanos caso Donald Trump efetivasse as tarifas sobre produtos brasileiros.
Desde que Trump anunciou as tarifas sobre produtos importados, alegando ser necessário preservar os produtores locais, diplomatas defenderam nos bastidores que o governo atuasse com cautela para não piorar a situação.
Em discurso, Trump chegou a citar o Brasil entre os países que, na avaliação dele, “roubam” os Estados Unidos com tarifas.
O Itamaraty não respondeu oficialmente a essa declaração, mas diplomatas avaliaram que a resposta deveria ser cuidadosa e no tempo adequado.
Diplomatas ouvidos pela Globonews disseram que, se a Organização Mundial do Comércio (OMC) não estivesse “paralisada”, em razão da falta de indicação de juízes para solução de controvérsias, poderia atuar para mediar eventuais acordos entre os EUA e os países alvos do “tarifaço” de Trump.
Diante disso, isto é, a ausência de um mecanismo internacional capaz de atuar, entendem que cada país terá de negociar individualmente com a Casa Branca.
Avaliam, ainda, que a ausência de atuação da OMC deixa Trump “fortalecido”, mesmo que mais adiante o presidente americano precise rever alguma medida em razão das consequências no mercado interno, como aumento da inflação e elevação de preços.
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