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Tarifas de Trump sobre aço e alumínio atraem retaliações do Canadá e da Europa; veja respostas pelo mundo

A ação de Trump restaura tarifas efetivas de 25% sobre todas as importações dos metais e estende os impostos a centenas de produtos derivados, de porcas e parafusos a lâminas de escavadeira e latas de refrigerante.

Ainda na madrugada, horas depois de a medida de Trump entrar em vigor, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia responsável por coordenar questões comerciais, respondeu dizendo que vai impor tarifas compensatórias sobre até 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) em produtos dos EUA a partir do mês que vem.

No Canadá, o ministro das Finanças Dominic LeBlanc disse que o país vai impor cerca de US$ 20,6 bilhões em tarifas retaliatórias aos EUA a partir desta quinta-feira (13).

Veja abaixo como vários países reagiram às tarifas de Trump.

O Canadá é o maior fornecedor de aço para os EUA. Em 2024, o país foi responsável por fornecer 6 milhões de toneladas do metal ao mercado norte-americano, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA.

Depois que Trump anunciou as taxas de 25% sobre os produtos, em resposta, a província de Ontário disse que iria impor uma tarifa do mesmo percentual sobre a eletricidade exportada para os EUA.

Mas o presidente norte-americano ameaçou o país com a duplicação da taxa para 50% sobre suas exportações de aço e alumínio. O Canadá, então, suspendeu a medida, e Trump recuou da cobrança extra.

Agora, o ministro das Finanças Dominic LeBlanc disse que o Canadá vai impor 29,8 bilhões de dólares canadenses (aproximadamente US$ 20,6 bilhões) em tarifas retaliatórias aos EUA a partir desta quinta-feira (13).

Os produtos afetados pelas contratarifas do Canadá incluem computadores, equipamentos esportivos e produtos de ferro fundido, disse LeBlanc em uma entrevista coletiva.

Após participar de uma reunião com representantes do setor do aço em Brasília, o ministro Fernando Haddad afirmou que o governo está estudando medidas para proteger o setor siderúrgico brasileiro diante do aumento das tarifas.

Segundo ele, a equipe econômica já está analisando propostas trazidas pelo setor, e a mesa de negociação com o governo americano está aberta.

"Vamos tratar na base da reciprocidade os entendimentos, mas colocando em primeiro lugar a mesa de negociação está aberta já com o governo americano, e que foi bem sucedido em outros momentos do passado recente quando atitudes semelhantes foram tomadas e revertidas em benefício do comércio bilateral", afirmou o ministro Haddad a jornalistas.

 os impactos das taxas sobre aço e alumínio para o Brasil

'Tarifaço' de Trump: os impactos das taxas sobre aço e alumínio para o Brasil

A presidente do México Claudia Sheinbaum disse, por sua vez, que vai aguardar uma possível resolução nas próximas semanas em vez de responder às tarifas. O país é o terceiro maior fornecedor de aço aos EUA.

"Vamos esperar até 2 de abril e, a partir daí, veremos se nossa definição de tarifas recíprocas também será aplicada", disse ela.

A China tomará todas as medidas necessárias para proteger seus direitos e interesses, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quarta-feira, depois do aumento das tarifas sobre as importações de aço e alumínio dos EUA.

A medida norte-americana violou as regras da Organização Mundial do Comércio, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva.

Além das tarifas específicas sobre aço e alumínio, Trump já havia anunciado uma cobrança de 10% sobre todas as importações da China em fevereiro e sofreu uma série de retaliações do país asiático.

No início deste mês, o presidente norte-americano dobrou as tarifas, para 20%, numa tentativa de punir Pequim pelo que ele diz ser sua falha em interromper as remessas de produtos químicos usados ​​para a produção do opioide mortal fentanil para os EUA.

Nesta quarta, a China disse que o país prejudicou a cooperação bilateral no combate às drogas ao impor tarifas sobre produtos chineses em relação ao fentanil e pediu a Washington que pare de usar a questão como moeda de troca para "chantagear" o país.

O chanceler alemão Olaf Scholz criticou a política comercial dos Estados Unidos nesta quarta-feira e disse que a União Europeia responderia rapidamente às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

"Precisamos de menos barreiras comerciais, não mais, e é por isso que acho que as regulamentações alfandegárias dos EUA estão erradas", disse Scholz em uma entrevista coletiva em Berlim ao lado do presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa.

O Reino Unido não retaliou imediatamente às tarifas de Trump sobre importações de aço e alumínio, embora o primeiro-ministro Keir Starmer tenha dito que estava decepcionado com a medida e que todas as opções permaneciam sobre a mesa.

A Grã-Bretanha esperava evitar tarifas sobre seu setor siderúrgico, que é pequeno, mas produz produtos especializados para defesa e outras indústrias. Trump disse no mês passado que os dois países podem chegar a um acordo comercial bilateral que evitaria impostos.

"Como todo mundo, estou decepcionado em ver tarifas globais em relação ao aço e ao alumínio, mas adotaremos uma abordagem pragmática", disse Starmer ao parlamento.

O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese disse nesta quarta-feira que as tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio australianos eram injustificadas, mas seu governo não retaliaria com suas próprias tarifas.

No mês passado, Trump disse que estava considerando uma isenção tarifária para a Austrália, um parceiro do tratado de livre comércio que tem comercializado com os Estados Unidos com déficit há décadas.

A Suíça está acompanhando de perto o impacto das tarifas dos EUA impostas pelo presidente Donald Trump e está tentando falar com autoridades do país, disse o governo nesta quarta-feira.

Os dois países são parceiros econômicos próximos, afirmou a Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (SECO) em um comunicado, com Berna dizendo que deseja manter o "melhor acesso possível ao mercado".

O secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, disse que a medida poderia ter um grande impacto nos laços econômicos entre os dois países, mas não anunciou represálias até o momento.

*Com informações da agência Reuters e Associated Press.

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