4 meses atrás 25

Tecnologia de IA embarcada nos produtos é a aposta dos fabricantes de eletroeletrônicos

De São Paulo

Continue sua leitura, escolha seu plano agora!

De São Paulo

A Inteligência Artificial (IA) vem ganhando cada vez mais espaço no dia a dia das pessoas, impulsionada por uma crescente oferta de produtos com tecnologia embarcada. De secadores de cabelo a refrigeradores, os fabricantes têm apostado no uso da IA para oferecer mais praticidade e funcionalidade aos usuários.

Os lançamentos mais recentes do setor são apresentados a varejistas e distribuidores de todo o Brasil durante a 18ª Eletrolar Show, feira de eletroeletrônicos e eletrodomésticos que começou na segunda-feira (23) e se estende até quinta-feira (26), no Distrito Anhembi, em São Paulo.

“Esse mercado tem no DNA a inovação constante, com avanços em categorias como celulares, televisores, ar-condicionados, linha branca, Internet das Coisas, TI e acessórios, ventiladores e relógios inteligentes. A evolução tecnológica dos últimos anos tem sido impressionante”, destaca Carlos Clur, presidente da Eletrolar, organizadora do evento.

Nos últimos anos, os produtos eletroeletrônicos passaram por transformações significativas. Os celulares, por exemplo, ganharam múltiplas funcionalidades com a conexão Wi-Fi. As televisões evoluíram com melhorias na resolução e no design, como as tecnologias 4K, 8K, telas ultrafinas, 3D e smart TVs.
“As telas grandes estão mais acessíveis, e os celulares também. A IA embarcada está presente em um número crescente de produtos — de lavadoras a óculos inteligentes. Antes, os dispositivos apenas se conectavam ao celular; agora, muitos deles já possuem inteligência própria”, exemplifica Clur.

Nesta edição, a Eletrolar Show reúne 700 expositores, que apresentam mais de 1,5 mil marcas nacionais e internacionais. O evento promove um programa de compradores patrocinados, com o objetivo de aproximar varejistas — especialmente os de menor porte — dos grandes fornecedores. “Trazemos compradores de todos os estados. São mais de 300 CNPJs e cerca de 700 profissionais participando da feira com foco em negócios”, informa Clur.

Paralelamente à Eletrolar Show, ocorrem a Interior Lifestyle South America — voltada à indústria de utilidades domésticas, em parceria com a Messe Frankfurt — e a Eletrocar Show, com foco no mercado de veículos elétricos. Para o próximo ano, a feira prevê expansão para incluir também os setores de ferramentas, máquinas e componentes. “Há um desafio para a indústria: vender 200 mil carros elétricos no próximo ano. Mas, para isso, também será necessário comercializar 1 milhão de carregadores. É uma grande oportunidade de negócios”, conclui.

A Eletrolar Show reúne 700 expositores, que apresentam mais de 1,5 mil marcas nacionais e internacionais. | Eletrolar Show/Divulgação/JC

A Eletrolar Show reúne 700 expositores, que apresentam mais de 1,5 mil marcas nacionais e internacionais. Eletrolar Show/Divulgação/JC

Após recorde de produção em 2024, indústria eletroeletrônica projeta retração no primeiro semestre

A indústria eletroeletrônica brasileira projeta encerrar o primeiro semestre de 2025 com retração de 1%, de acordo com projeções da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). No ano passado, o setor registrou recorde de vendas, com alta de 29%, o melhor resultado em uma década. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (23) durante a Eletrolar Show.
De janeiro a maio de 2025, os segmentos de Linha Marrom, Linha Branca e Linha Portátil registraram desaceleração, enquanto Ar-condicionado e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). O desempenho mais fraco dos portáteis neste período, que acumulam queda de 6% e respondem por 66% das vendas do setor, foi o principal fator de impacto no resultado geral.
O ambiente macroeconômico nacional tem se mostrado mais desafiador neste ano, com juros elevados, inflação persistente, instabilidade econômica e aumento do custo Brasil. Esses fatores combinados restringem e encarecem o crédito, pressionam o orçamento das famílias e geram insegurança, levando o consumidor a priorizar despesas essenciais, como alimentos e remédios, e a adiar compras de bens duráveis como os eletroeletrônicos.
Apesar da resiliência do setor e de avanços recentes, a confiança do consumidor permanece sensível ao contexto macroeconômico, provocando um semestre de queda.
De acordo com o presidente executivo da Eletros, José Jorge do Nascimento Júnior, os juros ainda elevados e o crédito mais restrito continuam limitando o avanço das vendas
de bens duráveis, que dependem de condições de financiamento mais favoráveis
para o consumidor. Mesmo diante desses desafios, o segmento demonstra sinais de
equilíbrio no resultado.
O executivo cita também pressões específicas sofridas pelo setor, como estoques elevados e a crescente presença de produtos importados de baixo valor agregado, comercializados por meio do comércio eletrônico e canais informais. Soma-se a isso a concorrência desleal de itens que chegam ao mercado nacional sem atender às normas obrigatórias de eficiência energética, segurança e desempenho, especialmente no caso de produtos importados.
Esse cenário distorce a concorrência, penaliza a indústria nacional formalizada, compromete a arrecadação pública e expõe o consumidor a riscos, além de dificultar o acesso a produtos com mais qualidade, confiabilidade e sustentabilidade.
Historicamente, os eletroportáteis têm apresentado desempenho consistente, mesmo em contextos econômicos adversos. Como se tratam de bens de menor valor unitário, o impacto dos juros costuma ser limitado na decisão de compra. Por isso, a retração observada em 2025 representa um sinal de alerta sobre a dinâmica atual do consumo e a urgência de medidas que reequilibrem o ambiente concorrencial e contribuam para o reaquecimento do consumo no País.
Para o segundo semestre de 2025, a expectativa é de um cenário ainda marcado por desafios, mas com possibilidade de recuperação gradual em alguns segmentos, impulsionada por sazonalidades importantes como a Black Friday e o Natal, além dos lançamentos de produtos com novas tecnologias. No entanto, se considerarmos a manutenção dos juros em patamares recordes, a volatilidade cambial, a insegurança econômica, as vendas continuarão caindo.
A Eletros projeta que as empresas seguirão focadas em otimizar estoques, ampliar a eficiência produtiva e ajustar prazos de negociação com fornecedores e varejo, buscando equilíbrio entre oferta, demanda e custos se permanecermos em um contexto de ambiente econômico incerto.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro