The Witcher: entenda final explicado da 4ª temporada da série da Netflix

Vale destacar que a série estreou com todos os oito episódios disponíveis no serviço da Netflix e pode ser vistos de maneira completa na íntegra. Confira a seguir, nesta matéria do TechTudo, tudo que rolou no final da 4ª temporada da famosa série da franquia de livros e jogos do gênero fantasia . Esta matéria contém "spoilers", então não siga adiante caso não queira nenhuma surpresa revelada sobre essa temporada de The Witcher.

The Witcher é um seriado baseado na franquia de livros do autor polonês Andrzej Sapkowski, acompanhando o destino de um de seus personagens principais, o bruxo Geralt de Rivia. O personagem vive em um mundo de fantasia e magia onde monstros existem e alguns poucos escolhidos são treinados e transformados em bruxos, caçadores de monstros especializados e que são excluídos da sociedade.

Além de Geralt, a história se entrelaça também com os destinos da feiticeira Yennefer de Vengerberg, com a qual o bruxo tem um longo relacionamento, e a filha adotiva de Geralt, Ciri. A jornada dos três para tentarem ficar juntos passa por uma longa trilha de obstáculos como monstros, profecias, agitação política entre reinos e guerras.

A série iniciou com o famoso ator Henry Cavill (Homem de Aço) no papel de Geralt de Rivia, mas ele deixou a produção após o final da terceira temporada, quando o manto foi passado para Liam Hemsworth (Jogos Vorazes). Ao lado da história de Geralt é contada também a de Yennefer, interpretada por Anya Chalotra (Wanderlust - Navegar é preciso), e Ciri, papel da atriz Freya Allan (Planeta dos Macacos: O Reinado). Os três que encontraram sua felicidade juntos, agora estão separados nesta temporada e procurando uns pelos outros.

A jornada de Geralt conta com um novo grupo de viajantes, incluindo o retorno do bardo Jaskier, interpretado por Joey Batey (The Riot Club), e de um aliado inesperado com a redenção de Cahir, que ganha vida pelo ator Eamon Farren (A Maldição da Casa Winchester). Um novo personagem no grupo que ganha bastante destaque é o sábio Regis, interpretado pelo famoso Laurence Fishburne (The Matrix, John Wick), roubando toda cena em que está presente. Geralt também é acompanhado pela arqueira Milva introduzida no final da terceira temporada e vivida pela atriz Meng'er Zhang (Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis) e o anão Zoltan, papel de Danny Woodburn (Seinfield, Watchmen: O Filme).

A história de Yennefer é uma das mais importantes esta temporada e se foca principalmente no confronto com o vilão Vilgefortz, que é vivido por Mahesh Jadu (Marco Polo). Alguns personagens importantes de outras temporadas, como Triss Merigold, papel de Anna Shaffer (Harry Potter e o Enigma do Príncipe), têm pouco destaque. O mestre de Geralt, Vesemir, também ganha uma conclusão pela interpretação de Kim Bodnia (F1: O Filme).

Por fim a de Ciri conta com o maior número de personagens conforme a personagem viaja com um grupo de ladrões autointitulados "Os Ratos", apresentados em seu próprio especial "Os Ratos: Uma História de The Witcher", também disponível na Netflix. Entre eles a mais importante é Mistle, interpretada por Christelle Elwin (Death in Paradise) que se torna um interesse romântico de Ciri. O grupo é caçado pelo mercenário matador de bruxos Leo Bonhart, personagem de Sharlto Copley (Distrito 9, Chappie), contratado a mando do Imperador de Nilfgaard, Emhyr var Emreis, interpretado por Bart Edwards (Lykkeland).

No geral a série ainda tem notas razoáveis, puxadas para cima por suas primeiras temporadas, com notas no IMDb de 7,9/10 dos fãs, no Rotten Tomatoes de 74% da crítica e no Metacritic 6,3 de 10 pela mídia. No entanto, ao focar apenas na quarta temporada as notas caem consideravelmente, especialmente entre o público.

No IMDb a classificação por episódios que chegou a 8.8 no final da primeira temporada e 8.4 na conclusão da segunda, cai para 5.3 na terceira e 3.5 na quarta. Nenhum episódio da quarta temporada fica acima de 5, sendo que o primeiro e segundo têm as melhores avaliações com 4,8 e a média entre todos é de 3,9. No site Rotten Tomatoes, a quarta temporada tem avaliação 56% de aprovação entre a crítica e apenas 17% dos fãs, semelhante ao Metacritic com nota 6.0 da mídia e 1.6 do público.

Algumas reviews mais positivas da mídia, como Carly Lane do site Collider, citam que "apesar de Hemsworth ter entrado em um papel que não era originalmente seu, ele consegue fazer seu próprio Geralt" e que a temporada 4 é a prova que The Witcher se tornou sobre mais do que apenas um personagem, elogiando os arcos de Yennefer e Ciri. Já entre as mais equilibradas, Kelly Lawler do USA Today disse que a série não desmorona sem Henry Cavill, mas também não renasce de suas cinzas.

Enquanto isso, Sarah Dempster para o jornal The Guardian deu nota 4 afirmando que a série tem um tom desigual, ora trazendo a desolação estilo Game of Thrones, ora parecendo um desenho animado de sábado de manhã.

Vale destacar que as avaliações do público foram muito mais duras, normalmente como protesto à saída de Henry Cavill e também acreditando que o ator deixou o papel porque os produtores não queriam mais seguir o material original dos livros, uma das razões que Cavill mencionou sobre sua saída. Várias das críticas citam o distanciamento do material original como razão de sua insatisfação ou criticam a qualidade de todo o resto do roteiro citando que os produtores não entendem sobre o que é a série como Cavill sabia, o qual já se declarou um fervoroso fã dos livros.

Apesar de Geralt e Yennefer passarem toda a temporada procurando Ciri, eles não têm sucesso em encontrá-la e a história termina sem esse reencontro. Ambos passam por grandes provações para chegarem até sua filha adotiva, mas mesmo após conquistarem seus obstáculos, não é o bastante para alcançá-la. Geralt se envolve em uma luta para defender uma ponte por seus próprios motivos e acaba por salvar acidentalmente a Rainha Meve (Rebecca Hanssen) de Lyria e Rivia, que o torna seu cavaleiro.

Yennefer não consegue dar um fim ao vilão Vilgefortz e ao persegui-lo por um portal acaba indo parar no meio do oceano, algo sobre o qual falaremos mais à frente. Os Ratos enfrentam Leo Bonhart, que acaba por matar a todos, despertando a raiva de Ciri, que também não consegue vencê-lo e acaba como sua prisioneira. Enquanto Geralt encerra a temporada com apenas um inconveniente, tendo que jurar lealdade à Rainha Meve como seu cavaleiro, Yennefer e Ciri estão em maus bocados até a próxima temporada.

Mais uma vez a série The Witcher flerta com a ideia de apresentar uma história em diferentes linhas do tempo. Elas mostram que esta temporada representa algo que já aconteceu, narrada por um contador de histórias chamado Stribog que é interpretado por Clive Russel (Sherlock Holmes).

O contador lê as histórias para uma jovem chamada Nimue (Eve Ridley), quando jovem e Sha Dessi como adulta. Os contos lidos por Stribog vêm do livro "Meio século de poesia", uma produção de memórias do bardo Jaskier, que supostamente se passa 100 anos após o início da série e cerca de 50 anos após os eventos da 4ª temporada. Cabe mencionar que esse também é um recurso usado para explicar a mudança na aparência de Geralt, que mudou de ator. A ideia é que, como o narrador não é confiável, os relatos sobre Geralt podem mudar.

O Imperador de Nilfgaard, Emhyr var Emreis, passa a maior parte da temporada desinteressado pela jornada de Geralt, preparando-se para se casar com uma impostora fingindo ser Ciri, uma estudante de magia chamada Teryn (Frances Pooley), enviada a mando de Vilgefortz. Após descobrir a farsa, Emhyr é convencido que o motivo pelo qual não consegue realizar seu destino com Ciri é porque ela também está prometida pelo destino para Geralt, concluindo que precisa matar o bruxo para que sua profecia se cumpra.

Durante a temporada, Geralt comenta sobre seus antigos sonhos quando criança de se tornar um cavaleiro, algo que acaba acontecendo acidentalmente quando ele salva a Rainha Meve. Inicialmente não vemos grandes repercussões para Geralt ter conseguido seu novo título, porém o bruxo não parece satisfeito em ter que jurar lealdade à mesma. É possível que sua posição leve a novos desdobramentos na história na próxima e última temporada.

Após falhar em eliminar Vilgefortz definitivamente, o vilão retorna para sua base, deixando um gosto amargo na vitória das feiticeiras. Porém Yennefer acredita que este é o momento de persegui-lo e encerrar de vez a batalha, antes que ele tenha tempo de recobrar suas forças. Usando um item do feiticeiro como guia, ela é enviada por um portal, mas vai parar no meio do oceano próximo a um gigantesco redemoinho, talvez porque a base de Vilgefortz esteja submersa. Apesar do grande gancho no qual a história de Yennefer termina, é bastante provável que isso se resolva rápido na próxima temporada.

O grupo de ladrões com os quais Ciri andava acaba sendo atraído para uma armadilha na qual têm que lutar contra o mercenário Leo Bonhart, o qual não tem qualquer dificuldade em matar todos eles em um massacre. Quando Ciri finalmente consegue chegar ao campo de batalha já é tarde demais para sua nova família e ela tem apenas a chance de ver sua parceira Mistle ser a última a ser morta.

Depois da morte de seus amigos, Ciri enfrenta Bonhart, mas mesmo ele reconhecendo que ela é bem treinada, não é páreo para o caçador de bruxos. Não fica claro por que o matador poupa Ciri, talvez porque ela possa proporcionar um desafio maior para o personagem que está sempre em busca de uma luta melhor, seja enfrentando-a novamente ou atraindo Geralt. Também é possível que ele apenas deseje entregá-la para Emhyr, apesar de suas ordens terem sido para matá-la.

A qualidade da série The Witcher tem caído a cada temporada desde a segunda e, apesar das primeiras serem muito boas, em alguns momentos parece que a história não está indo em nenhuma direção. O exemplo disso são os personagens se movendo durante oito episódios em direção a um objetivo apenas para estarem perseguindo a pista errada. Os monstros que já foram o ápice da série, considerando que Geralt é um exímio caçador, agora parecem apenas algo que acontece pelo caminho como acidentes de percurso.

O próprio Bruxo parece ter recebido menos atenção nesta temporada, tendo sido ferido no final da terceira, deixando-o um pouco menos ágil na ação. Yennefer e Ciri ganharam mais destaque, porém suas histórias não surpreendem muito e não têm conclusões muito satisfatórias. Assim como a crítica tem dito, ainda é uma boa jornada de fantasia e magia, gênero que não tem tido tantos representantes ultimamente. Mas para quem conhece a obra, pode ser frustrante. Valer ou não valer a pena depende de qual grupo estamos falando.

A produção de The Witcher da Netflix bebe de várias fontes enquanto ao mesmo tempo não há nada realmente igual à jornada de Geralt, mas é possível sentir suas influências. Os jogos políticos são claramente inspirados pela série Game of Thrones (2011), que hoje ainda perdura com seu spin-off A Casa do Dragão (2022), ambas na HBO Max. A violência e representação histórica medieval podem ser encontradas em séries como Vikings (2013), também disponível na Netflix e no Amazon Prime Video.

Espectadores procurando por outras adaptações de videogames poderão curtir The Last of Us (2023) da HBO Max e a animações de Castlevania (2017) e Devil May Cry (2025) da Netflix, porém fãs também reclamam que estas obras não têm respeitado o material original. Para caçadores silenciosos e durões, a série O Mandaloriano do Disney+ também vale a pena uma olhada.

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