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Trump assina ordem que designa a Antifa como uma organização terrorista

Trump havia prometido ações contra grupos de esquerda após o assassinato de Charlie Kirk, em 10 de setembro — embora não haja evidências de que ele tenha sido morto por um ativista de esquerda, segundo a NBC News.

🔎 O Antifa é um movimento antifascista que teve origem na Itália, como resposta ao fascismo de Benito Mussolini. Os primeiros grupos organizados surgiram entre as décadas de 1920 e 1930, tanto na Itália quanto na Alemanha, em oposição ao fascismo e ao nazismo. Atualmente, coletivos da mesma linha atuam em vários países, sendo um dos mais ativos nos Estados Unidos.

No texto, o governo Trump justificou a medida ao afirmar que o grupo "defende a derrubada do governo dos Estados Unidos, das autoridades de segurança e do sistema de leis", além de utilizar "meios ilegais para organizar e executar uma campanha de violência e terrorismo" no país.

"O Antifa recruta, treina e radicaliza jovens americanos para participarem dessa violência e da supressão da atividade política, utilizando depois mecanismos elaborados para esconder a identidade de seus integrantes, ocultar suas fontes de financiamento e operações, numa tentativa de frustrar a atuação das autoridades, e recrutar novos membros", diz a decisão.

Historicamente, os grupos antifas lutam contra o racismo e o sexismo, além de adotarem discursos anticapitalistas. Analistas costumam classificá-los como de esquerda ou extrema-esquerda, embora os integrantes se apresentem apenas como oposição à ideologia de extrema-direita.

Os antifas não buscam representação eleitoral nem influência no Congresso. O grupo, no entanto, costuma adotar métodos semelhantes aos dos anarquistas, que incluem destruição de propriedades privadas e confrontos físicos com opositores.

O Antifa não possui liderança central, estatuto ou filiação partidária. Funciona como uma rede descentralizada e informal. Os participantes têm como causas principais o combate ao fascismo, racismo, homofobia, xenofobia e machismo. Também são comuns pautas ligadas ao ambientalismo, justiça social e críticas ao sistema capitalista.

Os grupos antifa atuam de diferentes formas: organizam protestos, expõem integrantes de movimentos de ódio e promovem boicotes a eventos de grupos extremistas. Em alguns casos, adotam táticas de confronto direto, rejeitando a mediação de instituições estatais ou policiais, que consideram parte da violência institucional.

No Brasil, manifestações antifascistas foram registradas desde os anos 1930, em resistência ao Integralismo. O movimento ressurgiu com força entre coletivos punks nos anos 1980 e 1990, esteve presente nas manifestações de 2013 e em protestos contra governos classificados como autoritários por seus integrantes.

Por seu caráter de confronto, o movimento costuma ser alvo de críticas de governos e setores conservadores. Nos Estados Unidos, os antifas já receberam críticas tanto do partido Republicano, de Trump, quanto do Democrata, devido à violência em protestos.

Durante o primeiro mandato de Trump, os antifas ganharam destaque após protestos em 2020 contra a morte de George Floyd — homem negro que morreu quando um policial se ajoelhou sobre o pescoço dele.

Na época, Trump já havia ameaçado classificar o grupo como terrorista, mas recebeu críticas de organizações de direitos civis. Especialistas também questionaram se o presidente teria poder para fazer essa designação.

Atualmente, os EUA atravessam o período mais prolongado de violência política desde a década de 1970, segundo a Reuters. A agência documentou mais de 300 casos de atos violentos motivados politicamente desde que apoiadores de Trump atacaram o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

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