George Santos sorrindo ao falar diante de vários microfones em frente ao Capitólio americano

Crédito, EPA-EFE/REX/Shutterstock

Legenda da foto, George Santos em foto de 2023; ele é filho de brasileiros e nasceu em Nova York
    • Author, Max Matza
    • Role, BBC News
  • Há 3 minutos

Trump, também republicano, ordenou sua libertação imediata.

Em uma publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (17/10), Trump disse que Santos "foi terrivelmente maltratado", acrescentando: "Portanto, acabei de assinar uma Comutação, libertando George Santos da prisão, IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, tenha uma ótima vida!"

O ex-parlamentar foi o sexto na história dos EUA a ser expulso do Congresso, em 2023.

Santos, que admitiu ter roubado a identidade de 11 pessoas, incluindo familiares, está atualmente cumprindo pena em uma prisão de Nova Jersey.

Em abril, quando foi condenado, um juiz lhe disse: "Você foi eleito com suas palavras, a maioria das quais eram mentiras."

Santos teria chorado no tribunal e implorado por perdão, dizendo: "Não posso reescrever o passado, mas posso controlar o caminho à frente."

Os promotores argumentaram que o político novato havia mentido sobre sua trajetória e usado indevidamente fundos de campanha para financiar seu estilo de vida.

Um advogado de Santos disse à agência Associated Press que ainda não está claro quando seu cliente será libertado.

"A equipe de defesa aplaude o presidente Trump por fazer a coisa certa", disse Andrew Mancilla.

"A sentença foi longa demais."

Trump justificou sua decisão criticando um parlamentar democrata, o senador Richard Blumenthal, a quem acusou de falsificar informações sobre o período em que cumpriu serviço militar nos EUA.

"Isso é muito pior do que o que George Santos fez, e pelo menos Santos teve a coragem, a convicção e a inteligência de SEMPRE VOTAR REPUBLICANO!", escreveu Trump.

O presidente já havia solicitado uma investigação sobre as alegações contra Blumenthal.

O democrata reconheceu que se expressou de forma equivocada em diversas ocasiões sobre seu tempo nas Forças Armadas, mas afirmou que esses erros ocorreram há mais de uma década.

"Essa acusação de 15 anos atrás foi realmente rejeitada pelos eleitores de Connecticut três vezes, me reelegendo de forma esmagadora", disse Blumenthal à CNN no início deste mês.

A queda de Santos começou depois que o jornal New York Times publicou, em 2022, uma investigação revelando que o congressista havia mentido sobre seu currículo, incluindo um diploma universitário e empregos no Citigroup e na Goldman Sachs.

A partir daí, as acusações se acumularam, incluindo a de que ele roubou dinheiro de uma vaquinha para um cachorro moribundo e que mentiu sobre sua mãe ter sobrevivido aos ataques de 11 de setembro.

Pouco depois, autoridades locais e federais começaram a investigar Santos.

Ele acabou sendo acusado de 23 crimes federais e, em 2023, tornou-se o primeiro membro expulso do Congresso em mais de 20 anos, e apenas o sexto na história.

Um relatório do painel de ética da Câmara o acusou de usar indevidamente fundos de campanha para benefícios pessoais, incluindo aplicações de Botox e assinaturas do site OnlyFans.

Santos derrotou um incumbente democrata em 2022, conquistando o distrito que abrange partes de Long Island e Queens, em Nova York, onde ele cresceu.

No início desta semana, Santos publicou uma carta aberta a Trump no jornal South Shore Press, de Long Island, repetindo seu pedido de perdão.

A carta, intitulada "um apelo apaixonado ao Presidente Trump", pedia "a oportunidade de retornar à minha família, meus amigos e minha comunidade".

Ele escreveu que havia sido mantido em confinamento solitário após uma ameaça de morte em agosto e pediu desculpas por suas ações.

"Sr. Presidente, não estou pedindo simpatia. Estou pedindo justiça — pela chance de reconstrução", escreveu.

"Sei que cometi erros no passado. Enfrentei minha cota de consequências e assumo total responsabilidade por minhas ações."

"Mas nenhum homem, independentemente de suas falhas, merece estar perdido no sistema, esquecido e invisível, sofrendo punições muito além do que a justiça exige."

Trump concedeu indultos a pelo menos dois outros ex-parlamentares republicanos desde que reassumiu a presidência para um novo mandato, em janeiro.

Em maio, ele perdoou o ex-congressista Michael Grimm, que se declarou culpado em 2014 por crimes fiscais.

Ele também perdoou o ex-governador de Connecticut John Rowland, que se declarou culpado em 2004 por acusações de corrupção e fraude.