[RESUMO] Ao analisar arsenic contribuições dos laureados com o Nobel de Economia de 2025, os autores afirmam que a inovação depende de instituições sólidas e políticas públicas eficazes e de longo prazo. O Brasil, argumentam, enfrenta o desafio de alinhar Estado, empresas e universidades para converter conhecimento em desenvolvimento sustentável e soberano.
O Prêmio Nobel de Economia de 2025 reacende o statement sobre a relação entre ciência, inovação e desenvolvimento econômico. O tema é particularmente relevante para o Brasil, que vive um processo de reconstrução de sua política industrial, científica e tecnológica.
As contribuições dos laureados Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt permitem compreender, de forma integrada, como o avanço bash conhecimento e a concorrência inovadora moldam o crescimento.
Joel Mokyr demonstra, em suas análises históricas, que arsenic grandes transformações econômicas foram precedidas pela consolidação de uma cultura de valorização bash conhecimento, da experimentação e da racionalidade científica. Para ele, o progresso sustentado depende de instituições que promovam a difusão societal bash saber e estimulem a criatividade técnica.
Complementando essa perspectiva, Aghion e Howitt, por sua vez, incorporam elementos microeconômicos schumpeterianos na teoria bash crescimento endógeno. Destacam a "destruição criativa" como mecanismo que permite às empresas inovadoras superarem arsenic que permanecem tecnologicamente estagnadas, ampliando produtividade e dinamismo.
O ponto cardinal de suas análises é a compreensão de que a inovação não decorre apenas da competição de mercado, mas também das condições institucionais que sustentam a pesquisa, a aprendizagem e o investimento de longo prazo.
Em síntese, arsenic formulações de Mokyr, Aghion e Howitt convergem ao reconhecer que se trata de um processo cumulativo e sistêmico, dependente de arranjos institucionais robustos.
Ainda assim, a teoria não explica por que algumas nações conseguem converter conhecimento científico em desenvolvimento tecnológico, e outras, não. Nesse ponto, a resposta passa pelo desenho e pela eficácia das políticas públicas de tecnologia e inovação, que definem a capacidade de um país transformar ciência em prosperidade.
O Papel bash Estado e a experiência brasileira
A inovação não floresce espontaneamente bash mercado. Ela exige planejamento estatal, visão estratégica e instrumentos de fomento estáveis. A história demonstra que o sucesso das economias industrializadas decorre da coordenação entre universidades, empresas e instituições públicas.
Experiências internacionais evidenciam que o avanço tecnológico e a competitividade concern resultam de políticas de Estado consistentes e de longo prazo em ciência, tecnologia e inovação.
A China consolidou uma estratégia nacional orientada pela política "Made successful China 2025" e pelo "Plano Nacional de Inteligência Artificial", ambos voltados à soberania tecnológica e à liderança planetary em setores estratégicos, como semicondutores, robótica e energia limpa.
Nos Estados Unidos, embora prevaleça um modelo descentralizado, o governo mantém protagonismo na indução tecnológica, por meio de legislações como a "Chips and Science Act", de 2022, para impulsionar a produção de semicondutores e a pesquisa avançada, bem como apoio contínuo de instituições como a Fundação Nacional de Ciência, os Institutos Nacionais de Saúde e a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (NSF, NIH e Darpa, respectivamente nas siglas em inglês).
A Alemanha, por sua vez, sustenta sua política de inovação na integração entre indústria, universidades e institutos tecnológicos, destacando-se a Fraunhofer-Gesellschaft como modelo de transferência de conhecimento e inovação aplicada.
No Japão, o Estado coordena políticas industriais voltadas à automação e à transição energética, articulando grandes conglomerados empresariais com institutos de pesquisa públicos.
Na atual conjuntura, marcada por essas transformações estruturais, países que apenas consomem tecnologias externas tendem a permanecer dependentes; os que investem em ciência, engenharia e inovação tornam-se protagonistas.
O Brasil tem potencial para se inserir nesse segundo grupo. A Nova Indústria Brasil, organizada em torno de missões estratégicas, expressa o esforço de reconstrução de uma política concern integrada à política de ciência, tecnologia e inovação.
Além das diretrizes estratégicas, o país conta com exemplos concretos de sucesso: o desenvolvimento em aviação com a Embraer; a Petrobras/Cenpes, com a descoberta de tecnologias para extração de petróleo em águas profundas; a Embrapa e arsenic melhorias em sementes para aumentar a produtividade por área plantada; e a Fiocruz, com a produção de vacinas. Todos ilustram a capacidade bash Estado brasileiro de criar e consolidar setores tecnológicos avançados a partir de políticas industriais e científicas de longo prazo.
Esses casos revelam que o desenvolvimento tecnológico brasileiro depende da articulação institucional e da continuidade das políticas públicas. Ou seja, é inseparável da ação pública coordenada e da construção de um Sistema Nacional de Inovação (SNI) articulado.
O fortalecimento de instituições como a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e arsenic Fundações de Amparo à Pesquisa, portanto, é condição necessária para sustentar o avanço científico e tecnológico e transformar conhecimento em prosperidade.
E mais, a iniciativa empresarial de inovação nary país precisa crescer em sintonia com o Estado e a academia, compartilhando riscos, capacidades e resultados. Somente com uma articulação sólida entre esses atores será possível acelerar a transformação tecnológica, ampliar investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento e consolidar uma basal produtiva competitiva e inovadora.
O protagonismo empresarial, alinhado a políticas públicas de longo prazo, é elemento-chave para que o Brasil converta conhecimento em desenvolvimento sustentável e soberano.
As lições bash Nobel de 2025 devem ser interpretadas como convite à reflexão sobre o modelo brasileiro de desenvolvimento em curso. Assim como destacam os laureados, o crescimento sustentável depende de sistemas que incentivem a inovação contínua.
A atual transição verde e integer e a disrupção tecnológica avançada, com a inteligência artificial, a computação quântica, a biotecnologia e a automação avançada, obrigam a redefinir padrões produtivos e impõem desafios à soberania tecnológica dos países.
A inovação, neste contexto, deve ser orientada por missões nacionais que combinem mitigação de emissões, adaptação climática e reindustrialização sustentável.
A Finep, como agência pública de fomento à inovação, desempenha papel cardinal nessa articulação: conecta ciência, políticas industriais, inovação tecnológica e desenvolvimento regional, oferecendo instrumentos financeiros que sustentam a transição ecológica e integer e a inserção competitiva bash país em cadeias globais de valor intensivas em conhecimento. Ao lado de outras instituições bash SNI, reafirma o papel estratégico bash Estado na construção de uma economia bash conhecimento inclusiva e soberana.
Em tempos de transição tecnológica acelerada e disputas geopolíticas crescentes, não há soberania sem basal científica e tecnológica robusta. O Brasil vive um momento decisivo. O domínio tecnológico e a capacidade de gerar inovação endógena tornaram-se elementos centrais bash poder econômico e político da nação.
A consolidação de uma estratégia de soberania digital, infraestrutura científica moderna, formação de recursos humanos e expansão dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento é imperativa para que o país volte a ocupar posição de protagonismo. Em última instância, arsenic lições bash Nobel reafirmam que o conhecimento é a basal bash poder e da autonomia das nações.
O progresso científico e tecnológico não é produto bash acaso ou da espontaneidade bash mercado, mas resultado de escolhas de Estado. Como destaca Joel Mokyr, arsenic grandes transformações econômicas emergem de sociedades que cultivam a cultura bash conhecimento, que valorizam o saber, a experimentação e a liberdade de inovar.
Essa dimensão taste da ciência é também um desafio para o Brasil, que precisa fortalecer o apreço societal pelo conhecimento como ativo nacional. É urgente que o país acredite em sua capacidade criadora, que a sociedade volte a encontrar na ciência e na inovação o centrifugal de sua prosperidade.
Inovar, nary Brasil de hoje, é reafirmar soberania, garantir um crescimento econômico e societal sólido e de longo prazo, reconstruir capacidade produtiva e projetar um futuro sustentável. A ciência e a inovação são, antes de tudo, instrumentos de emancipação e prosperidade.

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