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Vereadores do PT são denunciados à Comissão de Ética da Câmara Municipal de Porto Alegre

Dois vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT) foram denunciados para a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta segunda-feira (11). Enquanto o parlamentar Jonas Reis foi acusado pelos representantes do MDB na casa por quebra de decoro e disseminação de fake news, Adeli Sell foi acusado pela colega do Legislativo Comandante Nádia (PP) por quebra de decoro e violência de gênero. A progressista também abriu um boletim de ocorrência contra o petista.

O caso de Jonas Reis

Os vereadores Lourdes Sprenger, Idenir Cecchim e Pablo Melo, representantes do MDB na Câmara, protocolaram uma representação por quebra de decoro parlamentar e disseminação de fake news. No documento, eles acusam o vereador Jonas Reis (PT) de amplificar uma acusação inverídica realizada pelo deputado estadual Leonardo Radde (PT).

Radde teria acusado a esposa do vice-governador Gabriel Souza (MDB) de ter relações com uma empresa vinculada a atos golpistas. À época, Souza negou as acusações, dizendo sequer conhecer a empresa. O deputado estadual chegou a emitir uma nota se retratando. A denúncia dos emedebistas é de que o vereador Jonas Reis teria compartilhado a denúncia na rede social Instagram.

No último mês, Jonas já havia recebido uma queixa-crime do prefeito Sebastião Melo, também do MDB, em que era acusado de três crimes de calúnia e oito de injúria em postagens na mesma rede social. As postagens apresentadas por Melo teriam sido realizadas em janeiro.

Até o momento de publicação deste texto, o vereador Jonas Reis (PT) ainda não havia retornado o contato da reportagem.

O caso de Adeli Sell

A vereadora Comandante Nádia (PP) denunciou o também vereador Adeli Sell (PT) por quebra de decoro e violência de gênero. Os fatos que deram origem ao processo — e também a um boletim de ocorrência — levam em consideração uma discussão acalorada ocorrida entre os dois durante a primeira sessão de oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação da CEEE Equatorial. Na ocasião, eles debateram sobre uma série de requerimentos apresentados pelo líder da oposição na Câmara, Roberto Robaina (PSOL), que haviam sido rejeitados.

No documento apresentado à Mesa Diretora, Nádia alega que Adeli “utilizou-se do microfone de apartes para emitir frases preconceituosas contra uma mulher parlamentar, chamando-a de indigna e indecente, proferindo, aos berros, ofensas de cunho pessoal gravíssimas”. Em nota, o vereador mostrou-se arrependido de sua conduta e afirmou que “o episódio serve de aprendizado”.

Adeli, ainda, alegou também ter se sentido ofendido pela menção à sua esposa durante a discussão.

Trecho da discussão:

— Mal-educada. Eu não grito com as pessoas. É que você passa por cima do Direito do Trabalho — gritou Adeli.

— Tu pensa que é quem, Adeli? Vai gritar com a tua mulher. Comigo, tu não grita. Sou vereadora igual a ti

— respondeu Nádia.

— A senhora é uma indecência nesta casa. A senhora é a favor da morte, e não envolva a minha esposa, que é digna, advogada e não se rebaixa como a senhora está se rebaixando — defendeu Adeli.

Confira, na íntegra, a nota de Adeli Sell (PT)

Durante a sessão da CPI da Equatorial da última quinta-feira houve um embate político, como acontece neste tipo de atividade, no qual eu reconheço que me exaltei. E antes de avançar, gostaria de contextualizar o episódio. Estávamos debatendo o requerimento do vereador Roberto Robaina, que propunha trazer para a CPI a investigação sobre as mortes dos trabalhadores da Equatorial em serviço. Um assunto que consideramos muito grave e que achamos que merece a atenção desta casa. Principalmente pela incompetência da Equatorial, que além de prestar um péssimo serviço à população, parece não investir em qualificação de sua mão-de-obra. Fato que eu defendo que temos que investigar justamente para evitar novas mortes de trabalhadores. Infelizmente, o requerimento foi rejeitado pela base governista, que tem maioria na CPI.

Eu e a vereadora Comandante Nádia (PP) somos de campos políticos completamente opostos e defendemos visões de mundo e sociedade diferentes. A Câmara é o espaço para discutirmos, concordarmos e discordamos. Mas o respeito deve sempre imperar.

Também me senti ofendido, principalmente quando da citação à minha esposa. E no calor do momento, me exaltei e portanto gostaria de expressar meu arrependimento pelas palavras e atitudes que proferi e tive.

Reconheço que as falas foram inadequadas e contrárias aos princípios fundamentais de igualdade e respeito mútuo. Nesse sentido, quero deixar claro que minha fala não representa minhas convicções e valores e que o episódio serve de aprendizado.

Continuaremos pautando nossa atuação na CPI na defesa da população de Porto Alegre para cobrar as responsabilidades da Prefeitura e da Equatorial pelo caos que se sucede a cada chuva em Porto Alegre. E seguiremos lutando para levar essa investigação a fundo pelo bem da população.

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