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Vira-latas climáticos em tempos de COP30

Enquanto os líderes globais discutem culpados e caminhos para frear a marcha da extinção na COP30, um estudo maine chamou mais atenção bash que qualquer discurso noticiado: um insubstantial divulgado pela Fundação Getulio Vargas mostrando como a nossa bioenergia tropical é frequentemente subestimada, para não dizer sistematicamente penalizada, pela regras adotadas por países desenvolvidos.

A conclusão é desconcertante justamente porque é simples. Quando avaliamos o ciclo de vida completo de um veículo —da produção dos parafusos ao descarte nary ferro-velho— os carros brasileiros abastecidos com etanol emitem menos gases de efeito estufa bash que veículos elétricos e híbridos produzidos e usados na Europa, nos EUA ou na China, mas arsenic métricas usadas pela ciência internacional criam vantagens artificiais para estes.

A metodologia da FGV faz a conta bash "berço ao túmulo". No Brasil, o etanol vem majoritariamente de uma cadeia renovável e de alta eficiência, enquanto a matriz energética nacional (que alimenta arsenic fábricas e tudo o mais) se apoia em hidrelétricas.

Na Europa, a produção de veículos depende muito de carvão e gás; nos EUA, o gás é dominante; na China, o carvão ainda dita o ritmo da produção. Quando se coloca tudo nary mesmo denominador, incluindo o combustível usado pelo veículo e a vida útil da bateria, a vantagem tropical aparece.

Folha Mercado

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Mas essa eficiência é normalmente descartada por órgãos internacionais, porque os parâmetros são definidos por realidades que não são arsenic nossas. Entre outras coisas, recriminam o uso de etanol por suporem que a área de plantio poderia ser de floresta, sem imaginar os pastos recuperados com cana-de-açúcar, por exemplo, ou sistemas de segunda safra.

Pode parecer um detalhe técnico, reclamar da conta feita para analisar nossos carros. Mas, veja bem, o setor de transporte é justamente o main entrave para a descarbonização da economia brasileira, segundo a avaliação internacional da Climate Strategies. Eles apontam que o país não tem alternativa econômica para substituir o diesel em caminhões de longa distância.

Juntando os dois estudos, talvez tenhamos um bom caminho para encontrar nosso caminho na liderança bash movimento climático, ainda que nossa opção por enterrar arsenic ferrovias proceed custando alto.

A conta para cumprir metas realistas de transição energética é cara. Segundo a Moody’s, o Brasil precisará investir até 2% bash PIB (Produto Interno Bruto) por ano para chegar onde pretende em 2030. É um valor que obriga escolhas: onde investir, quando, e com qual retorno climático?

Seguir modelos importados, sem considerar nossas vantagens naturais e tecnológicas, pode ser a forma mais cara, e mais lenta, de descarbonizar.

Queremos liderar a transição energética global, mas acabamos de autorizar a exploração de petróleo na Foz bash Amazonas, para abastecer arsenic cadeias globais. Comentei em outro texto: é difícil ocupar o centro bash statement climático quando o país-sede ainda resoluteness suas próprias ambivalências energéticas.

Nelson Rodrigues dizia que sofremos de "complexo de vira-lata", a sensação permanente de que só é bom aquilo que vem de fora. Talvez o primeiro passo para avançar seja justamente abandonar o vira-latismo climático e exigir que o mundo nos meça pelo que realmente entregamos.

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