A sensação de cansaço constante nem sempre está ligada à má qualidade do sono; muitas vezes, ela se relaciona ao ambiente, especialmente à temperatura inadequada. Nesse contexto, um ar-condicionado mal ajustado pode se tornar um vilão silencioso da concentração, já que o cérebro reage de forma sensível às mudanças climáticas. Um estudo publicado na Psychological Research confirma que pequenas variações térmicas são suficientes para comprometer a atenção e o autocontrole, afetando o desempenho mental muito além do mero conforto físico.
Para entender melhor como essas variações de temperatura afetam a performance, o TechTudo conversou com um time multidisciplinar: o psicanalista Artur Costa, o engenheiro Victor Henriques, o médico do sono Gleison Guimarães e o psicólogo Danilo Suassuna. A seguir, os especialistas explicam de que forma o termostato influencia tanto a produtividade física quanto a mental e indicam o ajuste ideal para evitar fadiga desnecessária durante o trabalho ou os estudos. Confira!
Temperaturas inadequadas em ambientes de trabalho e estudo podem afetar foco, memória e rendimento. Especialistas explicam como o desconforto térmico impacta o cérebro, o corpo e a disposição ao longo do dia — Foto: Marcos Vinícius Pereira/Nano Banana De acordo com psicólogos, médicos e especialistas em climatização, manter o ambiente fora da faixa de conforto faz com que corpo e cérebro gastem energia tentando se adaptar. Isso se traduz em fadiga mental, irritabilidade e uma sensação persistente de esgotamento. A seguir, veja os tópicos que serão abordados na pauta e entenda melhor os impactos da temperatura na produtividade e no bem-estar:
- Pesquisa mostra que ar-condicionado pode ser vilão no dia a dia
- O calor está te deixando cansado?
- O frio te deixa mais lento?
- Qual é o produto certo para climatizar o ambiente?
- Ajustes simples para evitar problemas
- Qual é a temperatura certa?
1. Pesquisa mostra que ar-condicionado pode ser vilão no dia a dia
Apesar de parecer óbvio, muita gente não sabe que a temperatura do ambiente interfere diretamente no funcionamento do cérebro. Pesquisas na área de psicologia cognitiva indicam que, quando o corpo está em desconforto térmico, parte da energia mental é desviada para manter o equilíbrio fisiológico, reduzindo a capacidade de foco e controle cognitivo. Segundo o psicanalista Artur Costa, esse processo ocorre de forma automática em ambientes de temperaturas extremas, nos quais o organismo ativa mecanismos de adaptação para preservar a homeostase.
O psicólogo Danilo Suassuna reforça que o efeito é sutil, mas constante. Enquanto uma parte da mente fica ocupada lidando com o corpo frio, a outra se fragmenta, o que leva a distração com facilidade e produção mais devagar. Na prática, o ar-condicionado deixa de ser apenas um equipamento de conforto e passa a atuar como um fator silencioso de desgaste mental.
Dicas práticas podem otimizar o uso do seu ar-condicionado — Foto: Reprodução/Freepik 2. O calor está te deixando cansado?
Em ambientes quentes, o organismo também precisa se esforçar continuamente para manter a temperatura corporal estável. Esse processo ativa mecanismos fisiológicos de estresse, mesmo sem esforço físico intenso. Segundo o médico especialista em sono Gleison Guimarães, esse gasto energético constante se manifesta como fadiga mental e queda de atenção, causada pela sensação persistente de cansaço ao longo do dia.
Do ponto de vista psicológico, o calor excessivo também afeta o equilíbrio emocional. O psicanalista Artur Costa explica que ambientes quentes reduzem a tolerância emocional e favorecem reações mais impulsivas, impactando diretamente tanto a convivência quanto a produtividade.
Ambientes quentes exigem esforço contínuo do organismo para manter o equilíbrio térmico, o que pode gerar fadiga mental e sensação persistente de cansaço — Foto: Reprodução/Freepik 3. O frio te deixa mais lento?
Se o calor desgasta, o frio excessivo também cobra seu preço. Ambientes muito frios mantêm o corpo em estado constante de contração, o que interfere no funcionamento fisiológico e cognitivo. Segundo Guimarães, o frio intenso provoca vasoconstrição, dificultando a circulação periférica e exigindo ajustes contínuos do metabolismo, o que leva o organismo a economizar energia e reflete em respostas cognitivas mais lentas. Ao mesmo tempo, Costa explica que esse esforço corporal constante mantém o cérebro em estado de vigilância, reduzindo a clareza do raciocínio e a capacidade de manter atenção prolongada. Ou seja, aj pessoa até executa tarefas, mas com menor eficiência.
Trabalhadores no frio não sabem que existe um direito garantido por lei — Foto: Reprodução/Unsplash 4. Qual é o produto certo para climatizar o ambiente?
A escolha do equipamento de climatização influencia diretamente o conforto térmico e o desempenho diário. Um erro comum é tratar todos os ambientes como se fossem iguais. De acordo com o engenheiro Victor Henriques, muitas pessoas escolhem o equipamento sem levar em conta fatores básicos, como tamanho do espaço, incidência de sol, número de pessoas e renovação de ar, o que compromete o resultado desde o início.
Nesse sentido, ventiladores apenas movimentam o ar e funcionam melhor em locais bem ventilados ou para alívio momentâneo do calor. Climatizadores evaporativos ajudam a reduzir a sensação térmica em ambientes secos, mas perdem eficiência em regiões úmidas. Por isso, o ar-condicionado é o único capaz de controlar efetivamente a temperatura e a umidade em ambientes fechados.
Ventiladores, climatizadores e ar-condicionado têm funções diferentes. A escolha errada do equipamento é uma das principais causas de desconforto térmico — Foto: Divulgação/Midea 5. Ajustes simples para evitar problemas
Mesmo com o equipamento adequado, o uso incorreto pode gerar desconforto. Por isso, Henriques explica que jatos de ar direto no corpo criam zonas frias, causam tensão muscular e reduzem o conforto. Assim, o ideal é direcionar as aletas para cima, pois isso irá ajudar o ar frio a se misturar melhor antes de descer, criando um resfriamento mais uniforme.
Além disso, a manutenção inadequada compromete a qualidade do ar. Ou seja, filtros sujos acumulam poeira, fungos e bactérias, o que pode gerar irritações, alergias e sensação de ar pesado e afetar diretamente o bem-estar e a concentração. Do ponto de vista psicológico, Costa e Suassuna destacam que pequenos desconfortos constantes funcionam como estressores silenciosos. Com o tempo, eles aumentam irritabilidade, reduzem a paciência e favorecem o esgotamento mental.
6. Qual é a temperatura certa?
Apesar das diferenças individuais, especialistas apontam faixas de temperatura consideradas mais adequadas para ambientes fechados de trabalho e estudo. Do ponto de vista médico, Gleison Guimarães indica que temperaturas entre 22 °C e 24 °C favorecem o conforto térmico, reduzem o estresse fisiológico e contribuem para melhor desempenho cognitivo ao longo do dia. Tecnicamente, Victor Henriques amplia esse intervalo para 23 °C a 26 °C, considerando atividade realizada e vestimenta das pessoas. Porém, ambos concordam em um ponto: a chave está no equilíbrio entre temperatura, umidade e circulação de ar.
Especialistas apontam que a faixa entre 22 °C e 26 °C tende a oferecer melhor equilíbrio entre conforto térmico e desempenho cognitivo — Foto: Reprodução/Freepik Vídeo: Qual o eletrodoméstico que gasta mais energia em casa? Saiba calcular
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