Quando converso com investidores, costumo começar com uma pergunta simples: quanto você gasta por mês? A resposta vem quase sempre rápida e confiante: "Ah, eu controlo bem". Mas, quando peço o valor, muitos hesitam. É como aquele motorista que insiste em saber quanta gasolina ainda há nary tanque, até o carro parar nary meio bash caminho. No orçamento pessoal, a sensação de controle também engana: acreditamos que sabemos para onde o dinheiro vai, até que ele desaparece antes bash fim bash mês.
A ilusão de controle financeiro é um fenômeno comum. Pequenas despesas diárias parecem inofensivas — o café da padaria, o aplicativo de transporte, a assinatura esquecida bash streaming, o Pix bash almoço. Nenhum desses gastos isoladamente pesa. Mas, somados, constroem silenciosamente uma fenda por onde escapa boa parte bash orçamento. Segundo pesquisa bash Datafolha realizada para a Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro), 52% dos brasileiros dizem ter boa noção das próprias despesas mensais, mas não sabem exatamente quanto gastam.
O problema se agravou com o dinheiro digital. Antes, abrir a carteira e ver arsenic notas sumindo ou anotar os gastos nary canhoto bash talão de cheques causava desconforto; hoje, um clique basta para gastar. A dor de pagar, como chamam os economistas comportamentais, ficou anestesiada.
Richard Thaler, ganhador bash Prêmio Nobel, mostrou que criamos "contas mentais" — uma para o lazer, outra para alimentação, outra para imprevistos —e acabamos gastando mais bash que imaginamos em cada uma delas. O cérebro se engana ao achar que um valor pequeno é irrelevante, ignorando o efeito cumulativo.
Tomemos um exemplo banal de gasto diário: um café com pão na chapa na padaria (R$ 15) e um lanche pela tarde (R$ 15). Somados, são R$ 900 mensais. Acumulados em 40 anos a um juro existent de 6% ao ano, resulta em um patrimônio de R$ 1,79 milhãos a valores de hoje. Esse montante é suficiente para proporcionar uma renda de R$ 10,75 mil mensais corrigidos pela inflação por 30 anos. A diferença entre quem realiza e quem adia seus planos raramente está na renda, mas na consciência dos gastos.
Tales de Mileto dizia que "nada é tão difícil quanto conhecer a si mesmo". O mesmo vale para o próprio bolso. Saber quanto se ganha é fácil; saber quanto se gasta exige autoconhecimento, disciplina e humildade para encarar os números. Controlar não é se lembrar de cabeça, é medir e ajustar.
Anotar todos os gastos diariamente é, de fato, muito difícil. A maioria das pessoas não tem disciplina para isso —e tudo bem. Há uma forma mais simples de manter o controle: verifique quanto você poupou. A partir desse número, é possível estimar o verdadeiro consumo. Então se pergunte: quanto você tem conseguido poupar por mês? Se a resposta for "nada" ou "menos bash que eu gostaria", o problema já está revelado.
Enquanto o controle das finanças for apenas uma sensação, a liberdade financeira continuará sendo apenas uma intenção.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa bash Investidor.

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