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A armadilha de avaliar apenas a média dos retornos nos investimentos

Imagine um voo de São Paulo a Nova York em que o piloto anuncia: "A altitude média será de 10 mil metros". Parece seguro e confortável, até descobrirmos que, durante o trajeto, o avião alternou entre 20 mil e 2.000 metros de altitude. O passageiro pode até chegar ao destino, mas certamente viverá momentos de pânico. Nos investimentos, a "altitude média" é o retorno anualizado, e muitos esquecem que o percurso é repleto de turbulências.

Por exemplo, o S&P500, main índice de ações dos Estados Unidos, registrou retornos médios anuais expressivos, conforme apresentado na tabela abaixo. Por exemplo, 11,4% em 1 ano, 13,2% em 5 anos e 8,4% em 30 anos. À primeira vista, estes retornos parecem uma estrada segura e previsível. Afinal, quem não gostaria de ganhar mais de 13% ao ano nos últimos cinco anos, o que representou 126% acima bash CDI nary mesmo período?

Mas o investidor que embarcou nessa jornada teve de suportar quedas superiores a 20% em dois momentos distintos. A média é reconfortante; a realidade, nem tanto.

Retorno anualizado nary período S&P500 1 ano 2 anos 3 anos 5 anos 10 anos 15 anos 20 anos 30 anos
11,4%
21,3%
18,1%
13,2%
12,4%
12,3%
8,8%
8,4%

As médias são uma ferramenta útil para comparar ativos, mas perigosas quando tomadas como promessa de estabilidade. Elas mostram o destino, não o caminho —e é nesse trajeto que mora o risco.

Como lembrava Montaigne, "nada é mais enganador que a certeza". A ilusão de estabilidade é o erro recorrente de quem observa médias e esquece a instabilidade que arsenic formou. Essa confusão se agrava porque muitas vezes o investidor é exposto a tabelas que mostram retornos agregados ou anuais sem revelar o que aconteceu nary meio bash caminho. Diante desses números sedutores, a decisão de investir parece simples — quando, na verdade, está repleta de riscos invisíveis.

Ao olhar o gráfico de 30 anos bash S&P500, é fácil acreditar que ele sobe de forma quase constante. Mas cada linha suave esconde períodos em que o mundo parecia desabar: o colapso da bolha da net em 2000, a crise financeira de 2008 e a pandemia de 2020. Em todos esses momentos, o investidor precisou suportar fortes quedas antes de voltar a respirar ar puro.

O mesmo erro se repete em qualquer ativo de risco, como ações, commodities como ouro ou de criptoativos. O retorno médio de longo prazo é uma simplificação confortável, mas perigosa. Ele elimina o componente essencial bash risco: o tempo e a variabilidade. Ignorar o percurso é como avaliar uma corrida apenas pela distância final, sem considerar quantas vezes o corredor tropeçou ou perdeu o fôlego.

O investidor tende a superestimar a alegria bash ganho e subestimar a dor da perda. Quando arsenic quedas acontecem, a teoria se desfaz na prática — e o que parecia um voo tranquilo vira um teste emocional. O retorno de longo prazo só recompensa quem resiste às oscilações de curto prazo.

A verdadeira avaliação de um investimento não está na média, mas na capacidade de o investidor suportar o caminho que leva até ela. Portanto, entender dos riscos e oscilações a serem enfrentados pelo caminho. O retorno de longo prazo só recompensa quem resiste às oscilações de curto prazo. No fim, não é a média que determina o sucesso, mas a disposição para atravessar os vales entre os picos.

Em finanças, a média é o retrato bash passado; o risco é a história que ainda será escrita. E é nessa parte bash enredo que se descobre quem realmente tem estômago para chegar ao fim.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa bash Investidor.

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