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Abinee prepara missão aos EUA para tratar do tarifaço

Preocupada com os impactos da taxação de 50% aos produtos do seu setor aplicada pelos Estados Unidos, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) planeja organizar uma comitiva para debater essa questão com seus clientes no território norte-americano. A ideia é dialogar com os importadores para que eles possam pressionar o governo local para que flexibilize o chamado tarifaço.

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Preocupada com os impactos da taxação de 50% aos produtos do seu setor aplicada pelos Estados Unidos, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) planeja organizar uma comitiva para debater essa questão com seus clientes no território norte-americano. A ideia é dialogar com os importadores para que eles possam pressionar o governo local para que flexibilize o chamado tarifaço.

O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, adianta que a missão deve ocorrer em setembro. “Infelizmente o diálogo não está sendo dos melhores neste momento, em nível de governo, então cabe à classe empresarial tentar essa conversa”, afirma o dirigente.

Ele admite que a preocupação com a situação é grande. “Porque 29% das nossas exportações são para os Estados Unidos (o que representou cerca de US$ 1,1 bilhão no primeiro semestre deste ano)”, frisa Barbato. No caso do Rio Grande do Sul, de janeiro a junho de 2025, os Estados Unidos foram o destino de mais de US$ 100 milhões do total das exportações do segmento de “Máquinas de energia elétrica e suas partes”. O diretor da regional da Abinee no Estado, Régis Haubert, também manifesta receio do que pode ocorrer no restante do ano, se o tarifaço perdurar. “Principalmente na área de transformadores para subestações (de energia), que é um campo em que eles estavam demandando muito pela questão dos data centers, carros elétricos e da reindustrialização”, comenta Haubert.

Apesar desse desafio, ele argumenta que a perspectiva é que os investimentos que já foram anunciados para o Rio Grande do Sul e País sejam mantidos, independentemente do desdobramento do tarifaço. “Mas, quem estava pensando mais adiante em colocar investimentos aqui, provavelmente o Brasil vai ser uma nação que o pessoal vai botar o pé no freio e esperar um momento mais oportuno”, considera o diretor da regional da Abinee no Rio Grande do Sul.

Ele estima que nos próximos três anos o setor invista de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões no Rio Grande do Sul. Em junho, por exemplo, a empresa Tellescom assinou um protocolo de intenções com o governo gaúcho para a implantação de uma fábrica de semicondutores no município de Cachoeirinha, que deve implicar investimento de cerca de R$ 1 bilhão. Mais cerca de R$ 400 milhões devem ser aportados na construção do Instituto de Tecnologia e Computação (Itec), que oferecerá graduação em Ciência da Computação, em Gravataí. Já a empresa Chipus pretende instalar um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Estado para operar na área de projetos de circuitos integrados. O investimento estimado na iniciativa é algo entre R$ 200 e R$ 300 milhões ao longo de cinco anos.

O CEO da Tellescom, Ronaldo Aloise Júnior, recorda que a planta de semicondutores começou a ser idealizada em 2022, quando se percebeu o aumento da demanda por processos de digitalização em segmentos como o automotivo e de energia, além do crescimento do uso da Inteligência Artificial (IA). O executivo ressalta que há um objetivo mundial de dobrar a produção de semicondutores, entre 2021 e 2031, passando de um mercado de US$ 500 bilhões para US$ 1 trilhão. “E o Brasil precisa entrar nessa cadeia global”, defende. Por sua vez, o CEO da Chipus Microelectronics, Murilo Pessatti, destaca que as soluções desenvolvidas pelo centro de pesquisa e desenvolvimento da companhia poderão ser aplicadas em segmentos como o da Indústria 4.0, mercado financeiro e agronegócio.

Pessatti, Aloise Júnior e os representantes da Abinee participaram nesta quarta-feira (20) de reunião-almoço promovida pela associação no Ritter Hotel, em Porto Alegre. Também presente no encontro, a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, salienta que é importante para o Estado formar e manter talentos no setor de tecnologia. “A ótica é de um círculo virtuoso, no sentido de aprofundar a competência que já temos na formação de capital humano”, enfatiza Simone. Para a secretária, o Rio Grande do Sul tem condições de estabelecer um hub (ponto central de convergência) latino-americano de semicondutores.

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