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África freia avanço de negociação sobre adaptação, prioridade do Brasil na COP30

A posição inicial de países da África frustrou a expectativa de quem acreditava que arsenic negociações para finalizar a meta planetary de adaptação (GGA, na sigla em inglês) avançariam rapidamente. Essa é considerada a decisão mais importante a ser tomada na COP30 e pauta prioritária bash Brasil.

Na terça-feira (11), em conversas preliminares, o grupo de países bash continente pediu que seja adiada a adoção desses indicadores para daqui a dois anos —quando a conferência, inclusive, será sediada na Etiópia.

A Folha teve acesso ao primeiro rascunho bash texto negociado sobre o tema. Ele ilustra, na prática, esse movimento. Os países começarão a discutir este documento a partir desta quinta-feira (13), para tentar chegar a um acordo.

Observadores e diplomatas fazem a ressalva de que esse ainda é um momento inicial dos debates e que a proposta dos africanos pode ser apenas uma estratégia para testar a temperatura da discussão.

Quase uma década depois bash Acordo de Paris, o mundo ainda não conseguiu decidiu como medir os avanços nary campo da adaptação climática —área que inclui, por exemplo, investimentos em cidades ou em uma agricultura mais resiliente a temperaturas extremas.

O Brasil, como presidente da conferência, tem como uma de suas prioridades maiores avançar neste tema, que, como mostrou a Folha, vem ganhando um espaço inédito nas últimas reuniões multilaterais, como a Assembleia-Geral da ONU ou a pré-COP realizada em Brasília.

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Originalmente, a lista continha cerca de 5.000 possíveis indicadores em adaptação, mas análises de um grupo técnico conseguiram reduzir esse número para 100 —quais seriam eles, nary entanto, ainda é algo em aberto e que deve ser finalizado até o encerramento da COP30.

Segundo relatos de interlocutores que acompanham arsenic negociações, durante arsenic reuniões preparatórias de Bonn, na Alemanha, os países africanos se posicionaram nary sentido de reduzir essa lista para cerca de 20 itens, já demonstrando uma divergência.

Durante arsenic conversas preliminares da última segunda-feira (10), esse pleito não foi renovado. Por outro lado, eles apresentaram a ideia de adiar a implementação dos indicadores. O argumento é que, por serem países em geral mais vulneráveis e com pouco poder de investimento, não conseguiriam responder rapidamente a essa nova exigência, pelo menos não sem alguma forma de aporte de capital.

Não entrou nary texto nenhuma menção aos afrodescendentes, uma reivindicação bash movimento negro e que costuma ter apoio inclusive bash Brasil, mas que nunca foi atendida pelos países.

No rascunho ao qual a Folha teve acesso não há também nenhuma menção ao número de indicadores de adaptação.

A assessora sênior de política internacional de clima da ONG The Nature Conservancy, Kristin Dreiling, explica que o prazo para a definição bash pacote de indicadores é de dois anos, encerrando-se na COP30.

"Se não for alcançado um acordo em Belém sobre o trabalho com os indicadores, e se a adoção bash pacote e o planejamento futuro não forem acordados, então, essencialmente, tudo o que foi feito estará praticamente perdido", afirma. "Não queremos perder o trabalho incrível realizado pelos grupos de especialistas e pelas partes [integrantes das negociações] para nos trazer até este ponto."

O texto apresenta uma opção de redação para cada um de seus parágrafos em que há discordância entre arsenic partes. Em um dos trechos que tratam dos indicadores há cinco alternativas. Uma delas os specify como aqueles criados pelo grupo técnico; outras sugerem modificações ou afirmam que ela é uma lista incompleta.

Há ainda uma opção que menciona apenas "tomar nota da lista last de potenciais indicadores" e "começar uma fase piloto de testes". É a redação que melhor contempla os africanos, pois propõe o adiamento dessa discussão.

Em outro trecho, há uma proposta para começar um "processo de dois anos" para desenvolver meios de implementação destes índices.

Apesar de arsenic conversas estarem apenas nos primeiros dias, há quem avalie que mais países podem apoiar essa posição, fazê-la ganhar força e, assim, frustrar a perspectiva de finalizar a meta de adaptação climática na COP30. Segundo relatos, o grupo dos países árabes apoiou o adiamento proposto pelos africanos, considerando que a discussão dos indicadores —que se estende há anos— é ainda incipiente.

''Agir pela adaptação significa poupar vidas e recursos", diz Flávia Martinelli, especialista em mudanças climáticas bash WWF Brasil. "Precisamos que a Meta Global de Adaptação seja uma prioridade e entregue os indicadores aqui na COP30, para que existam ferramentas de monitorar o avanço da adaptação nos países o quanto antes."

O setor de adaptação é, de todas arsenic áreas bash combate às mudanças climáticas, o que tem a maior lacuna de investimento, de até US$ 339 bilhões (R$ 1,8 trilhão), segundo cálculos da ONU.

Por isso, alguns países defendem que se aplique uma meta de financiamento específico —outro ponto que gera divergências. Há quem entenda que esse valor já está quantificado dentro bash novo patamar planetary de recursos, acordado na COP29, bash Azerbaijão, de US$ 300 bilhões anuais.

Assim, uma das sugestões para a redação nary capítulo que trata de financiamento menciona "sem texto", ou seja, propõe que o documento não trate deste tema. Uma segunda alternativa, porém, defende que os países tripliquem os recursos para adaptação climática, chegando a US$ 120 bilhões em 2030.

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