1 mês atrás 19

Air France e Airbus enfrentam julgamento de recursos sobre acidente do voo Rio-Paris em 2009

Em 1º de junho de 2009, o avião que operava o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu no meio da noite enquanto sobrevoava o oceano Atlântico, poucas horas após a decolagem.

A bordo do avião, um Airbus A330, estavam passageiros de 33 nacionalidades, incluindo 61 franceses, 58 brasileiros, dois espanhóis e um argentino. A tripulação de 12 pessoas era composta por 11 franceses e um brasileiro.

Brasil, Fernando de Noronha, PE. 08/06/2009. Equipe da Marinha do Brasil faz o resgate em altomar dos destroços do avião da Air France que desapareceu na costa nordestina do Brasil. O voo AF447, um Airbus A330 da Air France, caiu no Oceano Atlântico durante rota entre o Rio de Janeiro e Paris em 1º de junho de 2009, matando 228 pessoas. — Foto: Agência Estado

O julgamento, que combinou uma análise altamente técnica com a tragédia daqueles que perderam entes queridos, determinou que ambas as empresas cometeram "falhas", mas "nenhum vínculo causal definitivo" com o acidente pôde ser demonstrado.

A Procuradoria-Geral recorreu da decisão e um julgamento de dois meses começa em Paris na segunda-feira, terminando em 27 de novembro. Cada empresa pode ser multada em 225.000 euros (263.000 dólares ou 1,4 milhão de reais).

Nos dias seguintes ao acidente, alguns corpos de passageiros e destroços da aeronave foram encontrados, incluindo um fragmento com a pintura azul, branca e vermelha da Air France.

Mas a fuselagem só foi localizada dois anos depois, a uma profundidade de 3.900 metros.

As caixas-pretas confirmaram que os pilotos, desorientados por uma falha no congelamento das sondas de velocidade Pitot no meio da noite, não conseguiram interromper a queda da aeronave, que ocorreu em menos de cinco minutos.

A acusação havia solicitado a absolvição de ambas as empresas em primeira instância, mas a Procuradoria-Geral recorreu da decisão "para dar pleno efeito aos recursos legais previstos e levar o caso a uma segunda instância".

Das 489 partes civis presentes no julgamento de primeira instância, 281 aderiram ao recurso neste caso.

"Alguns se cansaram e desistiram, tentando seguir em frente. Outros continuam lutando com unhas e dentes e querem a todo custo ver a justiça feita e a verdade claramente dita em um ambiente judicial", disse à AFP Alain Jakubowicz, advogado de diversas partes civis.

A Air France é acusada de não fornecer aos pilotos treinamento adequado sobre situações de congelamento das sondas Pitot, que medem a velocidade da aeronave no exterior, e de não informar suficientemente suas tripulações, alegação que a companhia aérea sempre negou.

No julgamento do recurso que começa na segunda-feira, a companhia aérea afirmou que continuará provando que "não cometeu nenhum crime que tenha causado este acidente", segundo um comunicado enviado à AFP.

A Airbus enfrenta acusações de ter subestimado a gravidade das falhas das sondas anemométricas e de não ter tomado todas as medidas necessárias para informar urgentemente as companhias aéreas que as utilizavam, uma versão que a fabricante europeia de aeronaves também nega.

"A Airbus cooperará plenamente com o julgamento do recurso, que começa em 29 de setembro, a fim de esclarecer melhor as causas deste trágico acidente, em linha com o compromisso total da empresa com a segurança aérea", afirmou a empresa em um comunicado.

O cronograma provisório do julgamento estabelece que o primeiro mês será dedicado às audiências de testemunhas e peritos. Os representantes da Airbus e da Air France devem ser interrogados a partir de 27 de outubro.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro