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Arquivos secretos sobre o assassinato de Kennedy citam Brasil; veja

Governo dos EUA publicou mais de 2 mil documentos com investigações que envolvem a morte do presidente na década de 1960. Brasil é citado em arquivos sobre influência de Cuba e China na América Latina.


Presidente John Kennedy assina ordem de bloqueio naval a Cuba em outubro de 1962, em meio à crise dos mísseis — Foto: AFP

O Brasil é mencionado em alguns arquivos no contexto da Guerra Fria e da influência de China e Cuba na América Latina.

Confira a seguir algumas menções.

Brizola recusa de ajuda de China e Cuba

Telegrama da CIA que relata que Brizola recusou ajuda de China e Cuba — Foto: Reprodução

Um dos arquivos afirma que o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, negou apoio oferecido por Cuba e China em agosto de 1961. Veja aqui.

  • O documento é um telegrama da CIA e cita que Brizola liderava os esforços para garantir que João Goulart assumisse a presidência após a renúncia de Jânio Quadros.
  • Segundo o telegrama, Fidel Castro e Mao Tse-Tung ofereceram apoio material, incluindo “voluntários”, a Brizola.
  • O governador negou a ajuda, temendo uma crise nas relações internacionais do Brasil e uma intervenção dos Estados Unidos. Brizola morreu em 2004, aos 82 anos.

Brasil é citado em documento sobre Cuba — Foto: Reprodução

Um arquivo de janeiro de 1962 detalha as ações da CIA para sabotar o governo cubano. Veja aqui.

  • Segundo o documento, em fevereiro daquele ano, os EUA iniciariam uma operação para dar largada a um movimento de resistência organizado em Cuba.
  • Ao mesmo tempo, a CIA afirma que tinha “em mãos” propaganda e ações políticas em andamento em países do Caribe e da América Latina.
  • As ações de propaganda foram feitas para dar apoio aos esforços da CIA em conter a influência de Cuba em países americanos.
  • Segundo o documento, “demonstrações em massa” foram feitas no Brasil, além de Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e outros países da região.

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Um relatório da CIA de julho de 1964, após o golpe militar no Brasil, afirma que os cubanos estavam tentando influenciar outros países da América Latina.

  • O documento cita um discurso de Fidel Castro de 1963, no qual ele diz que Cuba era a maior fonte de inspiração para revoluções na América Latina.
  • No entanto, segundo a CIA, os esforços de Cuba falharam várias vezes, sendo a derrubada do governo de João Goulart no Brasil uma “dura derrota” para Havana.
  • Ainda assim, o relatório cita que o governo cubano continuou promovendo, financiando e dando apoio para grupos dentro de países latino-americanos, incluindo Brasil, Argentina e Chile.

Um documento datado de novembro de 1962 sugere que a CIA usou dois diplomatas brasileiros para fazer comunicação entre dois agentes.

  • Segundo o documento, cartas eram enviadas em uma bolsa de Miami para Havana e vice-versa, com informações de inteligência.
  • As duas cidades, segundo o documento, tinham missões diplomáticas do Brasil.
  • O arquivo cita que os brasileiros provavelmente não enviavam informações de espionagem.
  • Por outro lado, os diplomatas poderiam contribuir transportando outros itens, como mapas e até dinheiro dentro de latas.

Um memorando de dezembro de 1963 revela que os Estados Unidos planejavam ações de influência na América Latina para conter o avanço de grupos alinhados a Cuba.

  • O documento cita uma reunião de um subcomitê do governo americano para discutir estratégias contra a presença comunista na região.
  • Entre as medidas mencionadas, está o uso de campanhas para influenciar a opinião pública em países latino-americanos, incluindo o Brasil.
  • Um dos focos era um encontro da Federação Sindical Unificada para a América Latina, previsto para 1964 no Rio de Janeiro. Segundo o documento, os EUA buscavam enfraquecer o evento, temendo que ele fortalecesse a atuação de sindicatos alinhados a Cuba e à China.
  • O relatório sugere que a CIA realizaria campanhas de propaganda no Brasil, espalhando informações sobre condições de trabalho na China e em Cuba para forçar o adiamento da reunião. Além disso, o embaixador dos EUA deveria avaliar possíveis ações de grupos locais contra o encontro.
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