A proposta, vista pela Reuters, surge durante uma pressão sem precedentes do presidente Donald Trump e do bilionário Elon Musk para reduzir o tamanho do governo federal. Segundo eles, a agência usa indevidamente o dinheiro do contribuinte para causas que não promovem os interesses dos EUA.
Trump decretou uma pausa de 90 dias em toda a ajuda externa dos EUA em seu primeiro dia no cargo. Essa ação e a suspensão de muitos programas da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), prejudicaram a entrega de alimentos e ajuda médica que salvam vidas, lançando no caos os esforços globais de ajuda humanitária.
A própria USAID foi desmantelada, com grande parte de sua equipe colocada em licença ou dispensada. Mais de 80% dos subsídios da agência foram encerrados.
O memorando argumenta que a atual estrutura de ajuda externa dos EUA é muito ampla, muito cara e não conseguiu reduzir a dependência de algumas nações em relação à assistência americana. O documento diz que o financiamento deve ser alocado com um foco estratégico mais restrito.
O documento será enviado ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para análise, disse uma fonte familiarizada com o assunto. O memorando foi relatado pela primeira vez pelo site "Politico".
Embora não tenha ficado claro quanto da proposta será adotada, ela representa um dos exames mais detalhados de como o governo Trump pretende fazer a transição da USAID, uma organização criada em 1961 pelo presidente democrata John F. Kennedy.
A proposta prevê a eliminação de mais de 20 escritórios da USAID e a mudança do nome do órgão para Agência dos EUA para Assistência Humanitária Internacional.
Segurança revista caixas da USaid, maior agência humanitária dos EUA que Elon Musk quer fechar. — Foto: Fernando Vergara/ AP
O novo órgão "especializado" seria incorporado ao Departamento de Estado e seu mandato seria limitado à assistência humanitária, resposta a desastres, saúde global e segurança alimentar.
Também propõe que quaisquer "programas politicamente orientados", como promoção da democracia, liberdade religiosa e empoderamento das mulheres, sejam transferidos para o Departamento de Estado para serem tratados diretamente.
"Estamos comprometidos com a implementação dos objetivos de política externa do presidente Trump e do secretário Rubio, sendo os mais inovadores, ágeis e focados quanto possível", disse um porta-voz do Departamento de Estado quando perguntado sobre o memorando.
Não ficou imediatamente claro como a decisão afetaria as operações da USAID ou se levaria à reintegração de algum de seus funcionários. Os novos líderes da agência, alguns dos quais foram empossados esta semana, definiram os próximos passos em um e-mail interno separado da USAID enviado na quarta-feira (19).
Uma das principais prioridades, segundo o e-mail visto pela Reuters, seria administrar os cerca de 1.000 programas de ajuda humanitária em andamento que salvam vidas.
As outras prioridades são garantir a "segurança, dignidade e produtividade" do pessoal da USAID durante a transição e trabalhar com o Congresso e Rubio para formular uma visão de como a agência será entregue ao Departamento de Estado.
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