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Bispa que fez apelo a Trump diz que não se desculpará, mas garante: 'Não odeio o presidente e rezo por ele'

Em um post da plataforma Truth Social, Trump chamou a religiosa de "hater" e "radical de esquerda", e exigiu que ela peça desculpas pelo que falou.

Mariann, que se tornou alvo de ataques de apoiadores do presidente, negou que vá se desculpar com ele, mas garantiu que não o considera "um inimigo".

"Eu não odeio o presidente e rezo por ele. Não sinto que haja necessidade de me desculpar por um pedido de misericórdia", afirmou em entrevista ao programa de notícias "All Things Considered", da rede NPR.

Bispa de Washington diz a Trump para ter misericórdia com imigrantes

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Mariann também conversou com a apresentadora Joy Behar no programa "The View", da rede de TV americana ABC e foi apresentada por ela como "mais corajosa do que qualquer pessoa no Congresso", ela disse que tentou passar sua mensagem da forma "mais respeitosa e gentil possível" e minimizou os ataques que vem recebendo.

"Eu estava tentando combater a narrativa que é tão, tão divisiva e polarizadora e na qual pessoas, pessoas reais, estão sendo prejudicadas. Estamos em um clima hiperpolítico. Uma das coisas que eu alerto é a cultura de desprezo em que vivemos, que imediatamente corre para as piores interpretações possíveis do que as pessoas estão dizendo e as coloca em categorias... Isso faz parte do ar que respiramos agora", lamentou.

Presidente dos EUA, Donald Trump, comparece a missa na Catedral de Washington com a reverenda Mariann Edgar Budde, bispa de Washington — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

A declaração que gerou polêmica ocorreu em uma missa com a presença de Donald Trump, sua família, seu vice-presidente e outros aliados na capital dos EUA nesta terça (21).

Mariann Edgar Budde pediu ao presidente para que ele tenha misericórdia com os imigrantes que vivem no país e com as "crianças com medo de ter seus pais levados embora", e também falou sobre o respeito aos direitos da população LGBTQIA+.

"Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas. As pessoas que colhem em nossas plantações e limpam nossos prédios de escritórios, que trabalham em granjas e em frigoríficos, que lavam a louça depois que comemos em restaurantes e trabalham nos turnos noturnos em hospitais, elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa. Peço que tenha misericórdia, Sr. Presidente, daqueles em nossas comunidades cujos filhos temem que seus pais sejam levados embora, e que ajude aqueles que estão fugindo de zonas de guerra e perseguição em suas próprias terras a encontrar compaixão e boas-vindas aqui. Nosso Deus nos ensina que devemos ser misericordiosos com o estrangeiro", disse ela.

Budde é uma sacerdote anglicana da Igreja Episcopal dos EUA. Ela se tornou bispa de Washington em 2011, sendo a primeira mulher a assumir o posto, e atua como líder líder espiritual de 86 congregações episcopais. Leia mais sobre ela aqui.

Postagem de Donald Trump sobre a bispa de Washington, que participou de missa parte das celebrações da posse de Trump, em 22 de janeiro de 2025. — Foto: Reprodução/ Redes sociais

Enquanto ouvia o sermão, Trump não pareceu feliz e deu de ombros quando questionado mais tarde. Porém, horas depois, ele fez críticas duras à bispa:

"A suposta bispa que falou no Serviço Nacional de Oração na manhã de terça-feira era uma radical de esquerda, uma hater de Trump. Ela trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desrespeitosa. Seu tom foi agressivo, e ela não foi convincente nem inteligente. E ela não mencionou o grande número de imigrantes que vieram para o nosso país e mataram pessoas. Muitos (imigrantes) foram retirados de prisões e instituições mentais. É uma grande onda de crime que está acontecendo nos EUA. Além de suas declarações inapropriadas, o sermão foi muito chato e nada inspirador. Ela não é boa no que faz! Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público".

O bilionário Elon Musk, um aliado ferrenho de Trump, também criticou os comentários de Budde em uma publicação em sua plataforma de mídia social, X. "Ela pegou o vírus da 'mente woke'", ele disse, referindo-se a pessoas que defendem pautas como direitos de minorias.

Na segunda-feira (20), Trump também lançou um grande esforço de repressão à imigração, encarregando o Exército dos EUA de auxiliar na segurança da fronteira e emitindo uma ampla proibição de asilo.

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