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'Black Fraude': como identificar ofertas enganosas na Black Friday

A expressão ‘Black Fraude’ ganha força à medida que os consumidores se tornam mais atentos às armadilhas da Black Friday, que começa no dia 28 de novembro. O termo se refere a golpes aplicados por criminosos nessa época, mas também é usado para denunciar descontos falsos adotados por algumas empresas. Na estratégia enganosa, muitas marcas elevam os preços semanas antes do evento e, no período de ofertas, reduzem os valores apenas até o patamar original, criando uma falsa sensação de economia.

Segundo um levantamento da Conversion, agência brasileira de SEO, as buscas online por “black fraude” cresceram 127% neste trimestre, o que mostra que o público está se preparando para evitar enganos. Para entender como identificar promoções suspeitas, o TechTudo conversou com Adriana Melo, especialista em finanças e planejamento estratégico. A seguir, saiba mais sobre a ‘Black Fraude’.

 TechTudo Especialista dá dicas para identificar promoções falsas e se proteger da ‘Black Fraude’; confira — Foto: Arte: TechTudo
 Reprodução/Pexels Durante a Black Friday, diversas empresas simulam descontos para enganar os consumidores; prática abusiva é popularmente conhecida como 'Black Fraude' — Foto: Reprodução/Pexels

O termo “Black Fraude” é usado para descrever uma prática comum durante o período de promoções da Black Friday, em que empresas simulam descontos para induzir o consumidor ao erro. A estratégia consiste em aumentar o preço de determinados produtos semanas antes do evento e, no dia das ofertas, reduzir o valor novamente até um patamar semelhante ao original. Dessa forma, cria-se a ilusão de que há uma grande redução do valor, quando, na verdade, o desconto é inexistente ou mínimo.

Levantamentos do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) já registraram casos em que os valores foram inflados em até 70% antes do preço “promocional”, distorcendo a proposta de economia que deveria marcar a data. Essa manipulação é considerada crime pelo artigo 67 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e está sujeita à fiscalização de órgãos como a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e os Procons, que atuam para coibir fraudes durante o período.

Como identificar uma “Black Fraude”?

 Mariana Saguias/TechTudo Golpes da Black Friday podem estar escondidos em páginas suspeitas e URLs encurtadas — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

De acordo com Adriana Melo, especialista em finanças e planejamento estratégico, a Black Friday no Brasil é uma selva. Isso porque existem ofertas legítimas e promoções infladas, enquanto o consumidor deve ter discernimento para não se tornar uma presa fácil em meio aos “banners que piscam como um néon em Las Vegas”. Segundo Adriana, é essencial fazer o monitoramento de preços - há sites como Zoom, Buscapé, Promobit e Baixou Agora, que contribuem para a verificação do histórico de valores, o que ajuda a confirmar se a queda de preço anunciada é legítima. A especialista completa que tais plataformas mostram a verdade nua e crua, que muitas vezes pode ser revoltante.

Outro ponto de atenção é o frete, já que um desconto considerável no produto não compensa um preço abusivo no transporte. Observe também itens anunciados com frete grátis - muitas vezes, o montante está embutido no valor do produto, de forma disfarçada. Adriana também chama atenção para a importância de fazer pesquisas antes de finalizar a compra: utilize plataformas como o TikTok, Instagram e YouTube para buscar o nome da loja; engajamento ruim, reviews apagados e respostas defensivas são sinais de alerta. O site Reclame Aqui também é um excelente aliado para acompanhar a recorrência das reclamações e entender se realmente vale a pena fazer uma compra em determinado estabelecimento.

Adriana Melo ainda chama atenção para “links que piscam como promessa de político”. Mensagens via WhatsApp, SMS e e-mail podem estar relacionadas a fraudes; grupos de compras e links compartilhados entre diversos usuários - e que ninguém tem certeza da procedência - também são terrenos férteis para golpes. Por isso, a especialista instrui os consumidores a nunca acessarem os endereços recebidos por canais como o WhatsApp e desconfiarem de URLs encurtadas. Perfis com cara de fake nas redes sociais e sites com aparência estranha também são preocupantes. Tenha certeza de que as páginas que você acessa possuem HTTPS; o selo indica a existência de um sistema de segurança que protege seus dados pessoais. Caso ele não exista, feche a aba imediatamente. Por último, e não menos importante, jamais passe seus dados pessoais via chat.

Encontrei uma “Black Fraude”: posso denunciar?

Ao identificar uma possível “Black Fraude”, é importante agir rapidamente para evitar prejuízos e garantir seus direitos como consumidor, orienta a especialista Adriana Melo. O primeiro passo diante de uma suspeita é reunir provas. Salve prints do anúncio e registre o histórico de preços em comparadores como os citados anteriormente - manter todos esses "documentos" organizados facilita a comprovação do ocorrido.

Com as evidências em mãos, o consumidor deve acionar os canais oficiais de denúncia. É possível registrar queixas no site consumidor.gov.br e procurar o Procon estadual ou municipal. Se atender aos critérios de baixa renda, ainda é possível buscar orientação gratuita na Defensoria Pública. Outra ação que faz diferença e ajuda a diminuir o número de vítimas é registrar uma reclamação no site Reclame Aqui; os relatos ficam visíveis para qualquer pessoa. Adriana declara que “denunciar cria rastro, jurisprudência e dor de cabeça para quem merece”.

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