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Boca de urna indica vitória da esquerda nas eleições da Coreia do Sul; vencedor promete diálogo com Coreia do Norte

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As urnas fecharam às 20h no horário local (8h pelo horário de Brasília), e, segundo pesquisas de boca de urna, o candidato de centro-esquerda, Lee Jae-myung, venceu o pleito.

Jae-myung era apontado como favorito na eleição, à frente do ex-ministro conservador Kim Mon-soo, e sua vitória foi projetada pelas pesquisas poucos minutos após o fim da votação. O centro-esquerdista obteve 48,3% dos votos válidos, ante 43,05% de Mon-soo, com 75,8% das urnas apuradas, apontam dados da Comissão Eleitoral Nacional sul-coreana às 13h desta terça, no horário de Brasília.

Em primeira fala como novo presidente, Lee Jae-myung prometeu unir o país e que não haverá golpe militar. Ele também prometeu dialogar com a Coreia do Norte para fazer da península coreana um lugar pacífico, construindo a paz sem precisar lutar. Jae-myung indicou ainda ter como prioridade restaurar a economia do país.

Kim Moon-soo admitiu a derrota no pleito em discurso televisivo.

Yoon alegava interferência da Coreia do Norte na política do país como justificativa para aplicar a lei marcial, mas não forneceu provas. Em abril, Yoon foi oficialmente destituído do cargo, após a Justiça confirmar seu processo de impeachment, dando um prazo de 60 dias para novas eleições.

Após a vitória nesta terça-feira, Lee Jae-myung assumirá o cargo de maneira quase imediata e terá de fazer frente a uma série de desafios, incluindo a crise provocada pelas tarifas aplicadas pelos EUA no comércio internacional, que prejudicaram a economia exportadora da Coreia do Sul.

Jae-myung também enfrentará uma das menores taxas de natalidade do mundo e a crescente beligerância da Coreia do Norte, com seu arsenal militar em constante expansão.

A maior preocupação dos eleitores, no entanto, é o impacto da fracassada lei marcial de Yoon, que deixou a Coreia do Sul sem liderança durante os primeiros meses do ano, segundo analistas.

A quarta maior economia asiática atravessa um período de instabilidade política desde o início de dezembro, quando o conservador Yoon declarou lei marcial por algumas horas e enviou o Exército à Assembleia Nacional, dominada pela oposição.

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Desde o episódio de dezembro, o país teve alguns presidentes interinos, Yoon foi afastado do cargo, acusado de insurreição, detido após semanas de resistência e finalmente destituído pelo Tribunal Constitucional.

O eleitor Park Dong-shin, de 79 anos, disse à AFP que votaria "para fazer um novo país".

Ele considerou que a lei marcial "foi o tipo de coisa que se fazia nos velhos tempos da ditadura em nosso país". Park explicou que votaria no candidato que garanta que os responsáveis por esta declaração "sejam tratados como se deve".

As pesquisas apontam o favoritismo do líder da oposição, Lee Jae-myung. O ex-advogado de 61 anos e dirigente do Partido Democrata (centro-esquerda) tinha 49% das intenções de votos, segundo uma pesquisa recente do instituto Gallup.

Em segundo lugar, com 35% das intenções de voto, estava o ex-ministro do Trabalho Kim Mon-soo, do Partido do Poder Popular, o mesmo de Yoona.

O país de 52 milhões de habitantes, que passou a um regime democrático em 1987, é cenário de uma polarização após a crise política provocada pela lei marcial.

Analistas projetaram uma taxa elevada de participação. A Comissão Nacional de Eleições do país informou que, até meio-dia, 62,1% do eleitorado havia votado.

"As pesquisas indicam que a eleição é considerada um referendo sobre o governo anterior", comentou à AFP Kang Joo-hyun, professor de Ciências Políticas da Universidade de Sookmyung.
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