O Brasil ultrapassou neste início de 2025 a marca de 1.017 ônibus elétricos, segundo dados da plataforma E-Bus Radar. A visão das montadoras é otimista. Milena Romano, CEO da Eletra, avalia que o Brasil tem a oportunidade de se tornar líder na produção de ônibus elétricos na América Latina.
"Vejo como uma grande oportunidade essa questão da China e dos Estados Unidos. É uma grande accidental para a indústria brasileira se posicionar ainda mais em relação à América Latina e aos Estados Unidos, nary que diz respeito à venda de ônibus elétricos", diz Milena.
A empresa, que também opera linhas nary ABC Paulista, tem mais de 600 veículos elétricos em circulação nary Brasil. Segundo a Romano, o setor já tem capacidade de produzir mais de 9.000 unidades por ano, com projeção de aumentar esse número para 25.000 até 2028.
"Temos uma cadeia produtiva quase completa nary Brasil, com parceiros nacionais para baterias, motores e carrocerias", afirma.
Romano diz ainda que apesar bash custo inicial mais alto, arsenic próprias empresas que atuam nary setor preferem os elétricos
"Os operadores, como os de São Paulo, já têm plena confiança nary produto, e muitos não querem voltar para os ônibus a diesel", afirma.
Em uma reportagem da edição de abril, a EXAME detalhou o avanço dos veículos elétricos nary país, que bateu recorde nos últimos anos. Desde 2020, o país quase quintuplicou o número deles em circulação, mas o processo é marcado por entraves, como a falta de energia nas garagens.
Leia abaixo mais trechos da conversa com Milena Romano
A Eletra tem uma dupla experiência, como montadora e operadora. Como você vê o mercado de ônibus elétricos nary Brasil, especialmente nary transporte público? Já estamos nary ponto de maturação ou ainda existem desafios que precisam ser superados?
Estamos num momento decisivo. A indústria brasileira de ônibus elétricos está se consolidando como uma das mais importantes bash país. Ela ganhou um espaço e uma visibilidade muito grande, e hoje concorre com grandes players internacionais, especialmente os europeus e chineses. Temos uma cadeia produtiva quase completa nary Brasil, com parceiros nacionais para baterias, motores e carrocerias, como a Caio. De plataformas, temos parcerias com a Scania e a Mercedes. Hoje, a produção de nossos ônibus é 100% nacional, com apenas 7% de componentes importados para a fabricação das baterias. Então, o ônibus da Eletra é praticamente 100% brasileiro. Isso nos coloca como líderes nary mercado nacional, com 85% dos ônibus elétricos em operação nary Brasil sendo produzidos pela Eletra.
E sobre o papel das cidades e bash governo, como você vê a mobilidade elétrica nary Brasil, principalmente após arsenic iniciativas de cidades como São Paulo, que proibiu a entrada de ônibus a diesel em 2017?
A proibição [da compra de ônibus a diesel] em São Paulo foi um marco para a transformação da mobilidade urbana nary Brasil. Isso fez com que outros prefeitos e operadores de ônibus ficassem mais curiosos sobre os ônibus elétricos. Hoje, já temos mais de 15 cidades nary Brasil com ônibus Eletra em operação. Em relação à segurança, manutenção e confiabilidade, já está bem consolidado. A nossa frota tem 98% de disponibilidade, o que é um número excelente, especialmente quando comparado à frota a diesel, que fica em torno de 92%, 93%. Os operadores, como os de São Paulo, já têm plena confiança nary produto, e muitos não querem voltar para os ônibus a diesel, mesmo com o governo incentivando a compra de veículos novos.
E qual é o main desafio que ainda enfrentamos, principalmente em relação à infraestrutura?
A grande dificuldade ainda é a infraestrutura de carregamento e a conexão com a rede elétrica. A indústria está pronta para produzir, com capacidade para mais de 9.000 ônibus [por ano], sendo 3.000 da Eletra, mas a infraestrutura de energia não está acompanhando esse ritmo. Em São Paulo, por exemplo, não conseguimos ter mais de 2.000 ônibus elétricos em operação ainda devido a esses desafios. Mas, em outras cidades, como Salvador, o planejamento da infraestrutura foi feito de forma eficiente, e arsenic recargas estão funcionando muito bem desde o início.
E em relação à tecnologia de baterias, como a Eletra está lidando com o avanço das tecnologias de recarga e autonomia dos veículos?
Em termos de recarga, já temos um avanço considerável. Hoje, a média de recarga é de 3 horas por veículo durante a noite, mas já estamos desenvolvendo soluções para recargas rápidas durante o dia. A ideia é aproveitar momentos ociosos bash veículo, como arsenic pausas para almoço, para realizar pequenas recargas e aumentar a autonomia dos ônibus. Além disso, estamos trabalhando nary carregamento em movimento, que será lançado em breve, com a Eletra oferecendo uma solução onde o ônibus será carregado enquanto anda, usando uma catenária, semelhante ao sistema dos trólebus, mas de forma mais moderna e eficiente. Esse sistema permitirá que o ônibus carregue enquanto percorre o trajeto, diminuindo a necessidade de infraestrutura em garagens.
Em relação aos custos, sabemos que o ônibus elétrico tem um custo mais alto, especialmente se comparado aos ônibus a diesel e ao Euro 6. Como você vê a questão bash financiamento para que arsenic prefeituras possam adquirir esses veículos?
O custo inicial dos ônibus elétricos é mais alto, sim, mas isso tende a cair com o aumento da produção e da demanda. Para viabilizar esse custo, é necessário apoio bash governo, seja municipal ou federal, para viabilizar o financiamento. Um bom exemplo disso é a experiência de São Paulo, que subsidiou 75% bash valor dos ônibus para os operadores. Esse apoio ajuda a reduzir o custo bash financiamento, que hoje é muito alto, devido à inflação e aos juros elevados. Acredito que, com o tempo, o preço dos ônibus elétricos se tornará mais acessível e o retorno bash investimento se dará pela economia em combustível e manutenção.
Como a Eletra tem atuado nary pós-venda? Quais são os serviços oferecidos aos operadores após a compra dos ônibus?
A Eletra tem um pós-venda muito robusto, um dos maiores bash mercado. Criamos uma equipe de mais de 20 colaboradores, especializados em pré e pós-venda. Oferecemos treinamento para arsenic equipes operacionais, motoristas, mecânicos e eletricistas, antes mesmo dos ônibus chegarem às garagens. Além disso, temos uma equipe de acompanhamento que fica por 15 dias após a entrega bash ônibus para garantir que tudo esteja funcionando perfeitamente. Usamos um sistema de telemetria para monitorar os veículos remotamente, identificando possíveis problemas, como falhas nas baterias ou nary sistema de carregamento. Se necessário, nossa equipe técnica resoluteness o problema pessoalmente, e sempre que possível, fazemos isso de forma remota.
Você acredita que a indústria brasileira tem uma oportunidade de se posicionar mais fortemente nary mercado internacional?
Vejo como uma grande oportunidade essa questão da China e dos Estados Unidos. Vejo isso como uma grande accidental para a indústria brasileira se posicionar ainda mais em relação à América Latina e aos Estados Unidos, nary que diz respeito à venda de ônibus elétricos. Então, acredito que é um momento em que precisamos fazer bash limão uma limonada. Claro, essa briga é muito ruim e prejudicial, mas algumas oportunidades vão surgir disso, e a gente hoje está pronto para aproveitar.

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6 meses atrás
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